BCE coloca a ameaça à biodiversidade no centro da sua agenda

A introdução de impostos sobre atividades nocivas para os ecossistemas são apenas parte de um problema com consequências exponenciais da perda de espécies, alertam especialistas no Fórum do BCE.

A perda de biodiversidade é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta atualmente. Além do seu valor intrínseco, a biodiversidade desempenha um papel crucial na economia global.

A destruição da biodiversidade tem efeitos negativos nas gerações futuras, mesmo que deixe o bem-estar (económico) das gerações atuais praticamente inalterado“, afirmou Theresa Kucher, economista e investigadora da Stern School of Business, em Nova Iorque, esta terça-feira no Fórum do BCE no decorrer da apresentação do seu paper “A economia das perdas da biodiversidade”.

Perante uma plateia repleta de banqueiros centrais, investigadores, académicos e economistas, Kucher expressou a necessidade de se construir uma perspetiva holística para compreender plenamente os impactos económicos da perda de biodiversidade, destacando por diversas vezes a importância de haver uma visão de longo prazo na gestão dos recursos naturais para bem do planeta e da economia global.

Theresa Kuchler considera que os impostos pigouvianos sobre atividades que destroem os ecossistemas podem ser justificados, mesmo quando os efeitos económicos imediatos parecem limitados.

O modelo desenvolvido por Kucher e dos outros três co-autores deste trabalho académico demonstra como diferentes espécies interagem para fornecer serviços ecossistémicos que complementam outros fatores de produção económica. Esta abordagem permite, por exemplo, quantificar o impacto económico da perda de biodiversidade de uma forma mais precisa do que os modelos anteriores.

Um dos pontos-chave da apresentação de Kucher foi a não-linearidade da relação entre biodiversidade e produção económica. “A produção económica é uma função crescente, mas altamente côncava, da riqueza de espécies”, explicou. Isto significa que as perdas iniciais de biodiversidade podem ter impactos económicos relativamente pequenos, mas à medida que mais espécies são perdidas, os efeitos negativos aumentam exponencialmente.

Efeitos da biodiversidade no universo financeiro

Kucher também abordou a questão da fragilidade dos ecossistemas: “Desenvolvemos expressões para a fragilidade da prestação de serviços ecossistémicos e a sua evolução ao longo do tempo, que depende, entre outros fatores, da distribuição das perdas de biodiversidade entre as funções do ecossistema.”

A investigadora explicou que esta análise tem implicações significativas para a política económica e ambiental. Por exemplo, sugere que os impostos pigouvianos sobre atividades que destroem os ecossistemas podem ser justificados, mesmo quando os efeitos económicos imediatos parecem limitados, justamente para proteger as espécies ameaçadas.

A investigação de Kucher e dos seus colegas também oferece dados valiosos para o setor financeiro. “Mostramos empiricamente que notícias sobre a perda de biodiversidade aumentam mais os spreads dos credit default swaps (CDS) para países com ecossistemas mais esgotados“, referiu a investigador, sublinhando a relevância da biodiversidade para a estabilidade financeira.

Kucher enfatizou ainda a importância de considerar a biodiversidade nas decisões económicas: “Este não é apenas um exercício de abraçar árvores… isto é economia central”. Esta afirmação ressoa com as recentes declarações de líderes financeiros globais sobre a importância económica da biodiversidade.

A investigadora também destacou a necessidade de uma abordagem multidimensional: “O nosso modelo captura como diferentes espécies interagem dentro e entre funções ecossistémicas para produzir os serviços ecossistémicos agregados que entram nas funções de produção económica”.

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Alunos do 1.º ao 12.º ano das escolas do Porto vão ter literacia financeira

Os alunos do 1.º ao 12.º ano das escolas do Porto vão ter uma disciplina de literacia financeira, que lhes dará mais ferramentas para a vida.

Forum Nacional de Seguros
Vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, no 3.º Fórum Nacional de SegurosGonçalo Gomes 2, julho, 2024

Numa iniciativa pioneira, a Câmara Municipal do Porto vai implementar em todas as escolas do concelho uma disciplina de literacia financeira que irá abranger os alunos do 1.º ao 12.º anos. O anúncio foi feito pelo vereador da Economia, Ricardo Valente, na sessão de abertura do 3.º Fórum Nacional de Seguros, uma organização do ECOseguros e da Zest que acontece até quarta-feira, na Alfândega do Porto.

Vamos pela primeira vez implementar na cidade um programa municipal de literacia financeira para as crianças da cidade, para que, desde o 1.º ano, tenham uma disciplina que os vai acompanhar desde os 6 aos 18 anos”, adiantou Ricardo Valente. O objetivo desta medida, explanou, é para que as crianças e jovens “percebam porque devem pensar na sua reforma com tempo com um plano de pensões, ou o que é um seguro acidentes de trabalho“, ou até um orçamento financeiro, completou.

Vamos pela primeira vez implementar na cidade um programa municipal de literacia financeira.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal do Porto

Esta medida da autarquia da Invicta vem responder a uma lacuna existente na comunidade: “As pessoas não são ensinadas desde tenra idade sobre o que é a literacia financeira.” A Câmara do Porto encontrou a solução na implementação de aulas nas escolas da cidade, capacitando os mais novos de mais ferramentas para o futuro.

Dirigindo-se para uma plateia repleta de parceiros do setor dos Seguros, o vereador da Economia do município afirmou: “Vocês têm um papel no mundo”, referindo-se à importância das seguradoras na literacia financeira.

3.º Fórum Nacional de SegurosGonçalo Gomes 2 julho, 2024

Fazendo uma alusão ao risco associado aos seguros, Ricardo Valente disse que a própria “cidade do Porto tem sido palco de uma evolução muito grande, o que implica risco”. Aliás, reiterou, “o município tinha de arriscar, mudar, aplicar uma estratégia diferente do que tinha sido feito no passado. Não tínhamos prova do sucesso e decidimos assumir o risco”. Até porque, realçou, “sem risco não há um retorno que pode ser financeiro ou social“. E o resultado está à vista: uma cidade que cresceu e que tem tido retorno económico, turístico e até social.

Os números falam por si: só entre 2015 e 2023 foram criados mais de 25 mil empregos na cidade. Além da evolução económica e turística, a grande aposta da autarquia é atacar o problema de falta de habitação. “A Câmara do Porto vai até 2030 trazer para o parque habitacional da cidade 1.600 novos fogos“, anunciou o vereador, adiantando que o Porto é “a cidade do país com o maior stock de renda acessível, habitação social, o equivalente à Finlândia”.

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Francisca Seabra é a nova CEO da Burson. José Bourbon-Ribeiro deixa o grupo

Francisca Seabra irá trabalhar com Piedade Guimarães, diretora de operações, e com Maria Silvestre, diretora financeira, que mantém as funções que já assumiam no grupo de comunicação. 

Francisca Seabra foi nomeada CEO da Burson, agência da WPP que resulta da fusão da Hill & Knowlton com a BCW. Na Hill & Knowlton desde 2017, a nova CEO era Chief Client Officer desde o início de 2023.

A Francisca provou ter fortes valências na sua relação de proximidade com clientes e é uma líder talentosa”, refere Scott Wilson, CEO da Burson para a região EMEA. “Estou confiante de que, sob a sua orientação, a Burson Portugal será a agência de referência para os clientes que procuram construir a sua reputação para obter vantagens competitivas e para os talentos que pretendem trabalhar com as principais marcas a nível mundial e construir carreiras extraordinárias”, acrescent, citado em comunicado.

Francisca Seabra irá trabalhar com Piedade Guimarães, diretora de operações, e com Maria Silvestre, diretora financeira, que mantêm, assim, as funções que já assumiam no grupo de comunicação.

“Numa fase tão empolgante para a Burson a nível global, é uma honra assumir este novo cargo. Estou muito orgulhosa da nossa equipa de profissionais altamente qualificados que todos os dias acrescentam enorme valor à nossa operação, e é com enorme entusiasmo que assumo o desafio de os orientar para melhor alavancarmos, em conjunto, o capital de reputação dos nossos clientes”, comenta, também citada em comunicado, a nova CEO.

Francisca Seabra vai substituir José Bourbon-Ribeiro, que assumiu o cargo de CEO da Hill+Knowlton Strategies Portugal em março de 2023, altura em que Francisco Teixeira passou a chairman do negócio de relações públicas em Portugal. Na liderança da agência contava com Francisca Seabra (Chief Client Officer), Piedade Guimarães (COO) e Maria Silvestre (CFO).

Um mês depois, Francisco Teixeira passou a CEO do GroupM, sucedendo a José Pedro Dias Pinheiro, que passou a chairman da companhia do grupo WPP com o negócio das agências de meios.

O grupo WPP anunciou a nível global, no final de janeiro, a fusão das suas duas maiores agências de comunicação, a Hill & Knowlton e a BCW. Desta operação surgiu a Burson, operacional desde 1 de julho de 2024.

“Através desta nova identidade, a Burson vai reforçar a sua liderança na indústria e oferecer soluções modernas de comunicação, com um grande foco na construção e preservação de reputação, a clientes de todo o mundo”, afirma a companhia.

Em Portugal, assegurou ao +M José Bourbon-Ribeiro, CEO da Hill & Knowlton, a alteração não terá impacto de maior. “Este caminho já vinha a ser feito há alguns anos quando a WPP decidiu, de forma pioneira, reunir as suas operações no WPP Campus em Lisboa. A BCW e a Hill & Knowlton não só acompanharam este movimento como passaram a partilhar a mesma equipa de gestão”, justificou o responsável.

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Euribor sobe a três e a 12 meses e desce a seis meses

  • Lusa
  • 2 Julho 2024

Enquanto as taxas a três meses e a 12 meses subiram para 3,714% e 3,589%, respetivamente, no prazo a seis meses desceu para 3,676%.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três e a 12 meses e desceu a seis meses face a segunda-feira. Com estas alterações, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que avançou para 3,714%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,676%) e da taxa a 12 meses (3,589%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, baixou esta terça-feira para 3,676%, menos 0,002 pontos, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, avançou esta terça-feira para 3,589%, mais 0,022 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou, ao ser fixada em 3,714%, mais 0,005 pontos, depois de em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em junho desceu a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente do que em maio e nos prazos mais curtos. A média da Euribor em junho baixou 0,088 pontos para 3,725% a três meses (contra 3,813% em maio), 0,072 pontos para 3,715% a seis meses (contra 3,787%) e 0,031 pontos para 3,650% a 12 meses (contra 3,681%).

O Banco Central Europeu (BCE) desceu em 6 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Portugal volta a superar taxa de desemprego da Zona Euro

Em abril a taxa de desemprego portuguesa ficou alinhada com a média da Zona Euro, mas em maio voltou a ficar acima. Portugal superou também o desemprego médio da União Europeia.

Depois de em abril a taxa de desemprego portuguesa ter ficado alinhada com média da Zona Euro, em maio voltou a superá-la, mostram os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat. Portugal ficou também acima da média da União Europeia (UE), já que esta não mexeu face ao mês anterior, enquanto a nível acional houve um aumento (ainda que ligeiro).

“Em maio de 2024, a taxa de desemprego da Zona Euro foi de 6,4%, estável face a abril de 2023 e abaixo dos 6,5% registados em maio de 2023. A taxa de desemprego da UE situou-se nos 6% em maio de 2024, também estável face a abril de 2024 e do modo mesmo face a maio de 2023″, explica o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã. No total, em maio havia 13,2 mil milhões pessoas desempregadas nos países do bloco comunitário.

Tal como já tinha adiantado o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego em Portugal fixou-se em 6,5% em maio, o que correspondeu a um aumento de 0,1 pontos percentuais em cadeia e em termos homólogos.

Esta evolução colocou a taxa de emprego portuguesa novamente acima da média da Zona Euro, depois de em abril ter ficado alinhada com a mesma. O indicador nacional também superou a média comunitária, o que tem acontecido há vários meses.

De resto, entre os Estados-membros, Espanha voltou a ser o país com a taxa de desemprego mais grave: 11,7%. A completar o pódio, estiveram a Grécia (10,6%) e a Suécia e a Finlândia (em ambos os casos, a taxa de desemprego situou-se em 8,2%).

Espanha tem a pior taxa de desemprego da Europa

Fonte: Eurostat

Do outro lado da tabela, foi a República Checa que conseguiu o lugar de país com a taxa de desemprego mais baixa do espaço europeu: 2,7%, abaixo dos 2,8% registados no mês anterior. Também a Polónia (3,0%) e Malta (3,2%) merecem destaque.

Apesar dos desafios (incluindo o conflito em curso no leste europeu), o mercado de trabalho português e comunitário tem mostrado sinais de resiliência e estabilidade, ainda que a situação varie de forma considerável entre países, como mostram os dados divulgados pelo Eurostat.

Notícia atualizada às 10h52

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Inflação na Zona Euro desacelera uma décima em junho para 2,5%. Serviços lideram subida

Estimativa rápida do Eurostat revela que a taxa de inflação na Zona Euro desacelerou para 2,5% em junho.

A inflação homóloga da Zona Euro desacelerou para os 2,5% em junho, avançou esta terça-feira o Eurostat, menos uma décima face ao mês anterior. Os serviços terão sido, novamente, a componente com a taxa de inflação mais elevada, segundo a estimativa rápida do gabinete de estatísticas europeu.

Olhando para os principais componentes da inflação na Zona Euro, o Eurostat antecipa que “os serviços apresentem a taxa anual mais elevada em junho (4,1%, o mesmo valor face a maio), seguidos pelos produtos alimentares [e] álcool e tabaco (2,5%, face a 2,6% em maio)”. A estimativa rápida aponta ainda que os “bens industriais não energéticos se mantiveram estáveis nos 0,7%.

Já os preços da energia desaceleraram uma décima face a maio, ficando nos 0,2%.

Entre os dados já disponíveis, a inflação anual desacelerou em 12 Estados-membros face a maio, manteve-se estável num e acelerou em sete.

Em Portugal, a variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor — o indicador utilizado para fazer a comparação com os restantes países europeus — em junho foi de 3,1%, uma desaceleração face aos 3,9% de maio. A segunda maior descida face ao mês anterior — à boleia da introdução do “IVA zero” em maio de 2023, que ajudou a controlar a espiral inflacionista no país. Ainda assim, Portugal tinha em junho a quinta taxa de inflação mais elevada da Zona Euro, em ex-aequo com o Chipre.

No conjunto da Zona Euro, continua a ser a Bélgica que tem o pior desempenho, com uma taxa de inflação de 5,5%, um agravamento face aos 4,9% de maio, seguida de Espanha (3,5% vs 3,8%) e da Croácia e Holanda, ambas com uma taxa de inflação de 3,2%. Mas a primeira teve o maior abrandamento da área do euro (0,9 pontos percentuais) e a segunda teve uma aceleração de 0,7 pontos percentuais.

Embora o BCE tenha antecipado que a inflação oscilará em torno destes níveis durante o resto do ano, os economistas tentam escrutinar as tendências subjacentes dos preços para perceber se o BCE consegue, de facto, trazer a inflação para o objetivo de 2% no próximo ano.

A inflação subjacente manteve-se estável em 2,9%, superando as expectativas de desaceleração para 2,8%, principalmente devido ao desempenho dos preços dos serviços.

Os analistas, citados pela Reuters, consideram que é pouco provável que os números tragam muita clareza ao BCE sobre a direção dos preços. Por isso, a presidente, Christine Lagarde, insiste na necessidade de mais tempo para se ter certeza, pelo que não deve haver pressa em flexibilizar ainda mais a política monetária.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Lisboa abriu 41 hotéis nas zonas de contenção ao Alojamento Local

  • ECO
  • 2 Julho 2024

Nas zonas de contenção para alojamento local em Lisboa, criadas em 2019, abriram 41 hotéis que representam quase dois mil quartos para acomodar mais de três mil turistas.

Embora a Câmara de Lisboa tenha fechado as portas a novos alojamentos locais, ao implementar, em 2019, zonas de contenção absoluta, deixou aberta a porta ao setor hoteleiro, que, nos quatro anos seguintes, abriu 41 hotéis nessas freguesias, revela a Rádio Renascença (acesso livre). Estes estabelecimentos, de acordo com os dados do Turismo de Portugal, equivalem a 1.979 quartos para alojar 3.248 turistas.

O fenómeno é mais visível nas freguesias de Santa Maria Maior e de Santo António, onde, entre 2020 e 2023, nasceram 21 e 11 hotéis, respetivamente. No mesmo período, registaram-se 36 unidades de alojamento local na zona de contenção absoluta, que, no seu total, têm capacidade para alojar 315 pessoas. Significa isto que, desde 2019, as novas unidades hoteleiras valem dez vezes mais do que os alojamentos locais em termos de capacidade em sítios que se consideravam saturados de turismo.

O regulamento da autarquia da capital passou a enquadrar os novos constrangimentos ao alojamento local em novembro de 2019, quando Fernando Medina ainda era presidente da Câmara. Com a “crescente procura imobiliária, [que] determinou uma subida acentuada das rendas e a precariedade do alojamento”, tornou-se “necessária a implementação de um conjunto de políticas públicas urbanísticas, com vista, nomeadamente, a defender o stock de habitação permanente, limitar a instalação de novos estabelecimentos turísticos nos bairros onde a sua presença já tem um peso excessivo em relação à residência total disponível”, justificava-se então.

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“Acreditamos que conseguimos triplicar o número de lojas”, diz André Silva, diretor de comunicação da Mercadona

Cinco anos após a abertura em Portugal, a Mercadona tem como objetivo chegar às 150 lojas. André Silva explica a estratégia de comunicação de uma marca que não faz publicidade nem promoções.

 

André Silva, diretor de comunicação Portugal da Mercadona

 

“Há um caminho a percorrer, estamos a celebrar um bom começo, mas temos orgulho do que temos construído e estou certo de que podemos afirmar que já somos o supermercado de confiança de muitos portugueses”, comenta em jeito de balanço André Silva, diretor de comunicação da Mercadona Portugal, insígnia que abriu a primeira loja em Portugal há cinco anos e que tem como objetivo chegar às 150.

A atuar num setor altamente concorrencial, no qual o esforço de comunicação dos principiais concorrentes os coloca-o mês após mês no ranking dos maiores anunciantes do país, a opção da Mercadona é praticamente não fazer publicidade nem promoções. “Em Portugal, apesar de ser uma forma diferente de atuar da restante concorrência, temos tido um feedback bastante positivo, porque viemos descomplicar a compra, além de, “democratizar” o acesso aos produtos“, defende o responsável.

Ao não aplicarmos estratégias promocionais, estamos a incentivar o consumo consciente, evitando o desperdício alimentar“, prossegue.

Em Portugal há cinco anos, o trabalho de comunicação começou antes. “A confiança foi sendo construída ao longo dos últimos oito anos, em que partilhámos o que somos enquanto empresa, o nosso modelo de gestão, partilhámos o nosso plano de expansão e, em paralelo, fomos desenvolvendo, em colaboração com o “Chefe” português, um sortido adaptado ao país, para garantir a máxima qualidade”, recorda André Silva. O “Chefe”, como chamam os clientes, são os “publicitários” da marca.

Desde a abertura da primeira loja, resume a cadeia, foram investidos um total de mil milhões de euros em Portugal e abertas 50 lojas, que acumulam vendas superiores a 2.770 milhões de euros e geraram 6.000 novos empregos.

Os cinco anos, assinalados com a campanha “Cinco anos, um bom começo”, dão os mote para cinco perguntas a André Silva.

No dia 2 de julho de 2019, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, abriu o primeiro Mercadona em Portugal. Foi também o primeiro projeto de internacionalização da empresa. Cinco anos depois, já anunciaram que vão abrir 11 novas lojas, chegando às 60. Até onde pode chegar a expansão da Mercadona em Portugal?

Queremos continuar a investir no país e a expandir a presença da Mercadona em todo o território nacional. Em cinco anos contamos já com 50 lojas e uma equipa de 6.000 pessoas, um bom começo. Em 2024, teremos certamente 60 lojas em Portugal e, no próximo ano, planeamos continuar a nossa expansão focando-nos nos distritos onde já temos presença, mantendo a média de 10 lojas por ano. A forma como temos desenvolvido o nosso projeto e a aceitação dos portugueses fazem-nos acreditar que há espaço para continuar a crescer, e o melhor sinal disso é que os portugueses manifestam o desejo de ter uma loja Mercadona por perto. É por isso que acreditamos que conseguimos triplicar o número de lojas que temos atualmente em Portugal.

Supermercados de confiança é a assinatura da marca. Como é que, em termos de comunicação, esta confiança se constrói?

Garantir a confiança do consumidor é desde sempre uma prioridade para a Mercadona. E essa confiança constrói-se sendo transparentes e mantendo um diálogo constante com o “Chefe”, como chamamos aos nossos clientes. Quando em 2016 iniciamos o projeto, não tínhamos lojas em Portugal, logo não podíamos falar em produto – o lado tangível que os portugueses conheciam das suas idas Espanha -, por isso fomos partilhando com os portugueses passo a passo do nosso projeto de expansão criando assim, ao longo de 3 anos, uma relação de diálogo e transparência com os nossos, na altura, potenciais clientes.

A expectativa era alta e fizemos um trabalho de adaptação brutal para conseguirmos ser o supermercado que os portugueses preferem, e, para estarmos no dia-a-dia dos portugueses, sabíamos que era importante uma adaptação ao mercado nacional.

Fomos alimentando esse desejo e aguçando a curiosidade do que seria a Mercadona em Portugal até que em 2019 começámos a abrir as primeiras lojas e os portugueses foram aderindo muito bem à nossa chegada.

Portanto, em Portugal, a confiança foi sendo construída ao longo dos últimos 8 anos em que partilhámos o que somos enquanto empresa, o nosso Modelo de gestão, partilhámos o nosso plano de expansão e, em paralelo, fomos desenvolvendo, em colaboração com o “Chefe” português, um sortido adaptado ao país, para garantir a máxima qualidade.

Há um caminho a percorrer, estamos a celebrar um bom começo, mas temos orgulho do que temos construído e estou certo de que podemos afirmar que já somos o supermercado de confiança de muitos portugueses.

Através dos vossos quatro centros de inovação procuraram ajustar o cabaz ao gosto dos portugueses. E na comunicação, como estão a fazer essa ‘localização’ ao consumidor nacional?

A comunicação da Mercadona em Portugal trazia vários desafios, mas acima de tudo trazia a herança de uma marca altamente enraizada na cultura espanhola, líder no setor da distribuição, para um novo país altamente concorrencial e com um modelo bastante diferente do da Mercadona.

A adaptação ao consumidor nacional está relacionada, essencialmente, ao nível do conhecimento que o cliente português tem da empresa que, como é obvio, não é igual ao do espanhol. Dando um exemplo, em Espanha se falarmos de “Hacendado”, diria que grande parte da população sabe que é uma marca própria da Mercadona, aqui ainda é necessário fazer este trabalho de dar a conhecer as marcas próprias, procurando fazer um trabalho, diria, mais explicativo e dando a conhecer o que trazemos de novo para o mercado nacional.

Embora sejamos conscientes que existia um conhecimento prévio dos produtos que vendíamos em Espanha, porque muitos portugueses cruzavam a fronteira para comprar na Mercadona, sabíamos que isso só gera conhecimento do produto e uma empresa é muito mais do que o produto que vende.

Daí que, essa adaptação exigiu também a construção da reputação da marca e em dar respostas às necessidades do projeto de expansão diferentes das de Espanha. Aqui ainda comunicamos sempre que abre um novo supermercado para darmos a conhecer, além da localização, que um supermercado mais do que um espaço físico, representa a criação de postos de trabalho, eficiência energética, colaborações com instituições solidariedade, etc.

Movimentam-se num setor altamente concorrencial e que investe fortemente em publicidade e em promoções. A vossa estratégia é a oposta, praticamente não fazem publicidade nem promoções. Porquê estas opções?

Temos ótimos publicitários: os nossos “Chefes”. São os melhores a transmitir a nossa mensagem. É muito reconfortante quando num jantar recomendam os nossos produtos ou até mesmo quando ouvimos nos corredores do supermercado clientes a recomendar produtos a outros clientes.

Mas para que isto suceda é fundamental garantir a qualidade de todos os nossos produtos, é neste sentido que direcionamos os nossos esforços, em desenvolver um sortido eficaz com a máxima qualidade. É a nossa melhor forma de publicidade.

A nossa estratégia comercial SPB – Sempre Preços Baixos assenta em garantir um preço imbatível e constante sem oscilações, procurando facilitar a experiência do “Chefe”, que, quando vai a uma loja Mercadona, sabe que pode contar sempre com um sortido da melhor qualidade ao melhor preço, sem promoções.

Em Portugal, apesar de ser uma forma diferente de atuar da restante concorrência, temos tido um feedback bastante positivo, porque viemos descomplicar a compra, além de, “democratizar” o acesso aos produtos, ou seja, o cliente pode comprar o iogurte com o sabor que mais gosta e não comprar só aquele sabor que está em promoção.

Deste modo, com o modelo da Mercadona pode ter no seu frigorífico os produtos que realmente gosta e não os produtos que estão em promoção.

Foi algo que constatámos quando preparávamos a entrada em Portugal, sempre que fazíamos visitas a casas de portugueses verificávamos que, por exemplo, o sabor da gelatina que mais gostavam não era o sabor que estava dentro do frigorífico, e a maioria das justificações era “porque estava em promoção”.

Assim, ao não aplicarmos estratégias promocionais, estamos a incentivar o consumo consciente, evitando o desperdício alimentar, já que a maior parte do desperdício alimentar acontece em casa dos consumidores. Por isso, entre outras estratégias promocionais, não incentivamos as compras por impulso nem em packs promocionais. Desta forma, o cliente compra unicamente o que precisa.

Este é o Modelo da Mercadona que tem permitido manter a liderança em Espanha e que nos tem permitido dar grandes passos em Portugal, graças à aceitação e à confiança dos clientes mas também tendo como parceiros grandes fornecedores nacionais, que nos permitem desenvolver um projeto de crescimento sustentável e no qual queremos que os portugueses sintam orgulho.

Até aqui têm apostado sobretudo numa estratégia de comunicação assente em relações públicas e comunicação direta com consumidor por via das vossas plataformas. Face à atual mancha de cobertura da cadeia no país, em algum momento pensam alterar essa aposta?

A nossa estratégia é a de comunicar com proximidade à sociedade e aos “Chefes”, ouvindo as suas necessidades e adaptando-nos, sempre que necessário. Para a Mercadona, a comunicação é fundamental no desenvolvimento da sua atividade, motivo pelo qual mantém uma atitude de diálogo e transparência com os “Chefes”, aos quais disponibiliza informação de interesse sobre a empresa, deteta possíveis contingências e oferece soluções ágeis e eficazes.

Para atingir estes objetivos, a empresa dispõe de um serviço de apoio ao cliente (SAC) gratuito, tanto em Portugal como em Espanha, no qual trabalham 94 pessoas (13 em Portugal e 81 em Espanha, onde a empresa tem mais de 1660 supermercados) para reforçar a satisfação dos clientes.

A dedicação do SAC da Mercadona permite atender e canalizar todas as dúvidas e questões levantadas, que são transmitidas aos responsáveis envolvidos para que as estudem individualmente e procurem a melhor solução para “O Chefe”.

A título de curiosidade, em 2023, o Serviço de Apoio ao Cliente da Mercadona geriu todas as consultas recebidas, num total de 256.440 das quais 22.940 em Portugal e 233.500 foram em Espanha.

Atualmente, a empresa dispõe de perfis no Facebook, X, Instagram, YouTube e LinkedIn. Através destas redes sociais, a Mercadona manteve, em 2023, um total de 598.700 conversas com os clientes, concretamente 122.700 em Portugal e 476.000 em Espanha, dados que confirmam a relevância destas como canal de comunicação.

Até agora, a nossa estratégia tem resultado, porque parte de uma base de confiança, em que os portugueses vão à Mercadona porque confiam nos produtos e sabem que encontrarão sempre a melhor qualidade.

Atualmente este é o modelo de atuação da Mercadona, mas estamos naturalmente atentos ao mercado e às suas necessidades e, se for necessário alterar alguma das nossas estratégias para nos adaptarmos estaremos disponíveis para o fazer, como sempre fizemos. Como dizemos na Mercadona: “o único que não muda é a mudança”.

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Nova direção da Associação Portuguesa de Capital de Risco quer mais investimento privado

Adequar os instrumentos públicos às melhores práticas internacionais e estreitar as relações com a CMVM para melhorar a indústria são outras das prioridades.

“Tirar Portugal do fundo da tabela dos países europeus com menos aplicação de capital privado nas empresas em função do PIB tem de ser um desígnio nacional”. Quem o diz é Stephan de Moraes, o novo presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI). A criação de mecanismos que promovam a aposta de investidores institucionais portugueses ou estrangeiros na indústria de capital de risco nacional é outro dos objetivos da nova direção.

“Nada justifica que hoje em Portugal o investimento de capital de risco em percentagem do PIB seja 13 vezes inferior ao da Espanha, o país vizinho, e 19 vezes inferior à média dos países da União Europeia”, considera Stephan de Moraes, citado em comunicado.

Um dos objetivos da nova direção, eleita no final de junho para o biénio de 2024-2025, é, de resto, aumentar o investimento nacional privado em private equity e venture capital contribuindo com isso para a dinamização da economia portuguesa. “O private equity e o venture capital servem precisamente para capitalizar empresas, sejam elas PME com necessidades de restruturação, startups a precisar de capital para arrancar, ou empresas sólidas que precisam de mais capital e de balanço para crescerem em exportações e em contratos internacionais”, diz Stephan de Moraes.

“Para além do capital, a indústria de capital de risco tem uma capacidade fortíssima para melhorar a qualidade da gestão, o que é notório em todos os estudos sobre o setor”, acrescenta.

Outras prioridades são adequar os instrumentos públicos às melhores práticas internacionais e estreitar as relações com a CMVM para melhorar a indústria. “É muito importante melhorar a informação transmitida aos investidores privados sobre os resultados muito positivos obtidos pela indústria nos últimos anos, o que implica, entre outras medidas, estreitar a relação com o Banco Português de Fomento e CMVM com vista a melhorar a indústria”, defende Stephan de Moraes.

“Temos que eliminar as razões pelas quais os investidores institucionais não colocam, na indústria de capital de risco, uma percentagem, mesmo que pequena, dos seus ativos”, afirma ainda o também líder da Indico Capital Partners, defendendo a criação de mecanismos — em sede de Orçamento de Estado ou noutros âmbitos — de incentivo ao investimento de investidores institucionais portugueses ou estrangeiros na indústria nacional de capital de risco.

Além do novo presidente, Stephan de Moraes, foram eleitos para o biénio 2024 e 2025 os vogais Martim Avillez Figueiredo (Core Capital), Luís Santos Carvalho (Vallis Capital), David Calém Ferreira (Crest Capital) e Pedro Ribeiro Santos (Armilar Venture Partners), representando os diferentes ramos da indústria dedicados ao private equity, ao venture capital e aos Fundos de Reestruturação.

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“Temos de ser prudentes com as taxas de juro”, alerta Centeno

O governador do Banco de Portugal mostra-se confiante no controlo da inflação pelo BCE, mas pede prudência na gestão das taxas de juro, numa altura em que espera novos cortes das taxas ainda este ano.

O governador do Banco de Portugal continua a mostrar-se confiante relativamente ao controlo da inflação por parte do Banco Central Europeu (BCE) na Zona Euro, destacando que “o cenário base se revelou bastante sólido” e que “a inflação está muito bem ancorada.”

No arranque do segundo dia do Fórum anual do BCE, que decorre até amanhã em Sintra, Mário Centeno referiu que “há confiança de que a inflação atinja os 2% em 2025.” Em maio, o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor apresentou uma taxa homóloga de 2,7% no espaço do euro, 0,1 pontos percentuais acima dos valores registados no mês anterior.

No entanto, o governador do Banco de Portugal destacou a necessidade de o BCE e o Conselho do BCE — órgão que agrega os governadores de todos os bancos centrais da Zona Euro — manterem o caminho que está a ser feito em matéria de política monetária.

“Temos de ser prudentes com as taxas de juro”, referiu Centeno em declarações à CNBC, sublinhando ainda que, “à medida que a confiança aumenta, o BCE pode analisar [futuras decisões] a cada reunião.”

Na última reunião do Conselho do BCE, realizado a 6 de junho, a autoridade monetária da zona euro anunciou o primeiro corte das taxas de diretoras em quase cinco anos, colocando a taxa de juro de facilidade permanente de depósito nos 3,75%, a taxa de juro de refinanciamento nos 4,25% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez nos 4,5%.

Para Centeno, este terá sido apenas o primeiro corte de taxas que o BCE realizará este ano. “Espero mais alguns cortes de taxas do BCE este ano”, ressalvou o governador do Banco de Portugal.

Inspirado no simpósio de Jackson Hole nos EUA, o Fórum do BCE reúne anualmente governadores de bancos centrais, académicos e especialistas do mercado financeiro para discutir os desafios mais prementes da economia global. Este ano, na celebração do seu 11.º aniversário, tem como tema central a “Política monetária numa era de transformação”.

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Tirar portagens das Scut obriga a renegociar contratos

  • ECO
  • 2 Julho 2024

Segundo os especialistas, a negociação deve arrancar em setembro, caso o objetivo seja abolir as portagens no início do próximo ano.

Está previsto que as portagens nas antigas Scut do Interior e Algarve sejam eliminadas a partir de 2025, mas advogados em direito público, ouvidos pelo Jornal de Negócios (acesso pago), asseguram que o processo é “bastante mais complexo”, porque obriga a uma renegociação dos contratos de concessão existentes.

Segundo os especialistas, o Estado irá receber pedidos de reposição do equilíbrio económico-financeiro e, sem acordo, as concessionárias recorrerão à arbitragem. Embora a perda de receitas das portagens seja o efeito mais visível da medida, há outros “custos e externalidades associados”.

Quando a decisão do Executivo, no passado, foi introduzir portagens nas Scut, os contratos com as concessionárias tiveram de ser renegociados. Agora para as retirar terão de ser novamente. E a tradição é de grande litigância porque, tradicionalmente, as concessionárias apresentam valores que não são aceites pelo Estado, o que exige que seja provada “a receita a menos ou os custos a mais”. Segundo os especialistas, a negociação deve arrancar em setembro, caso o objetivo seja abolir as portagens no início do próximo ano.

 

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Hoje nas notícias: Scuts, alojamento local e forças de seguranças

  • ECO
  • 2 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Especialistas alertam que eliminação das portagens nas antigas Scut vai obrigar o Estado a renegociar os contratos de concessão existentes. Em Lisboa, nas zonas de contenção para alojamento local, nas quais praticamente não houve novos licenciamentos, foram construídos 41 novos hotéis. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Tirar portagens das Scut obriga a renegociar contratos

Está previsto que as portagens nas antigas Scut do Interior e Algarve sejam eliminadas a partir de 2025, mas advogados em direito público asseguram que o processo é “bastante mais complexo”, porque obriga a uma renegociação dos contratos de concessão existentes. Segundo os especialistas, o Estado irá receber pedidos de reposição do equilíbrio económico-financeiro e, sem acordo, as concessionárias recorrerão à arbitragem. Embora a perda de receitas das portagens seja o efeito mais visível da medida, há outros “custos e externalidades associados”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Lisboa fechou o centro ao AL, mas abre porta a 41 novos hotéis

Em 2019, a Câmara de Lisboa aprovou um regulamento que criou zonas de contenção para alojamento local e quase pôs a zeros os números de novos licenciamentos, mas no mesmo período foram construídos, naquelas freguesias da cidade, 41 hotéis que equivalem a 1.979 quartos que podem acomodar 3.248 turistas, segundo dados de registos do Turismo de Portugal. Os locais em que este fenómeno é mais visível são as freguesias de Santa Maria Maior e de Santo António, que, entre 2020 e 2023, viram nascer 21 hotéis e 11 hotéis, respetivamente.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre)

PSP e GNR demarcam-se do Chega e mantêm diálogo com o Governo

Os sindicatos dos polícias demarcam-se do apelo de André Ventura para que protestem junto ao Parlamento em 4 de julho, dia em que está marcado o debate sobre a proposta do Chega sobre o valor do subsídio de risco das forças de segurança. Embora não afastem a possibilidade de haver agentes, a título individual, que queiram estar presentes durante a discussão, dizem que não deliberaram qualquer manifestação.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Governo afastou presidente do Instituto de Informática da Segurança Social

O Governo afastou Paula Barrocas Salgado da presidência do Instituto de Informática da Segurança Social, cargo que ocupava em comissão de serviço desde 2016, nomeando para o lugar Sérgio Bruno de Carvalho, que trabalhava na Deloitte Tecnhology. A tutela fundamenta a decisão com a “necessidade de imprimir nova orientação à gestão dos serviços”. Note-se que a lei quadro dos institutos públicos prevê uma indemnização — que corresponde à “remuneração base ou equivalente vincenda até ao termo do mandato, com o limite máximo de 12 meses” — se o dirigente já estiver no cargo há mais de um ano e se o motivo do afastamento for a necessidade de “imprimir nova orientação à gestão”.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Galiza e Norte unidos em defesa do TGV

Norte e Galiza unem esforços e exigem que o TGV entre as duas regiões comece a circular em 2032, tal como foi prometido pelo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz. A ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo foi uma das prioridades estabelecidas na Cimeira Luso-Espanhola de 2023 e as respetivas regiões não aceitam derrapagem nos prazos. Para já, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e Junta da Galiza pedem uma melhoria do serviço do comboio Celta, que liga o Porto a Vigo em duas horas e meia.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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