EDP estreia-se no TikTok e lança nova campanha

  • + M
  • 9:00

Tiago Teotónio Pereira, Inês Herédia e João Manzarra juntam-se a João Baião, para mostrar que "a EDP tem muito mais para dar". A criatividade é da Nossa e o planeamento da Wavemaker.

A EDP estreou-se no TikTok com o canal oficial. Trata-se de dar início a uma nova fase da sua comunicação digital, com conteúdos que pretendem refletir uma marca mais atual, criativa e próxima das novas gerações, explica a companhia. O canal estreou com a participação de João Baião, integrada na recente campanha “Há mais energia quando se paga menos”, que destaca a competitividade dos preços da EDP Comercial.

Direcionados ao público nacional, os conteúdos do TikTok serão produzidos em Portugal e adaptados à linguagem e tendências próprias da plataforma, explica a EDP. “Esta presença tem como objetivo aproximar a marca de novas audiências e fortalecer a ligação com os mais jovens”, aponta.

Na nova campanha, a João Baião juntam-se Tiago Teotónio Pereira, Inês Herédia e João Manzarra. A campanha pretende explicar porque é que “A EDP tem muito mais para dar” ao destacar soluções como a mobilidade elétrica, a assistência técnica, e a energia solar, representadas por estes três novos protagonistas, prossegue a marca.

A campanha tem a duração de três semanas e estará presente nos principais canais de televisão, nas rádios, nas redes de mupis por todo o país, no digital, nas redes sociais e nas Lojas da EDP Comercial. O conceito criativo foi desenvolvido pela Nossa, a campanha foi produzida e realizada pela Casper Films e o planeamento de meios ficou a cargo da agência de meios Wavemaker.

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INEM deu apenas quatro dias para operadores garantirem helitransporte de emergência

  • ECO
  • 8:35

Em junho, numa consulta ao mercado lançada a uma sexta-feira à tarde, o INEM deu apenas quatro dias para operadores garantirem helitransporte de emergência.

Numa sexta-feira à tarde, às 14h50 do dia 6 de junho, o INEM decidiu fazer uma consulta ao mercado “por imperiosa urgência e necessidade”, contactando 14 empresas para saber se tinham como assegurar a operação de helitransporte médico de emergência por um período máximo de quatro meses.

Ao abrigo dessa consulta, o instituto dava apenas quatro dias úteis aos operadores para reunirem os meios necessários e tê-los prontos a funcionar em menos de um mês, no dia 1 de julho. Segundo o Público, que avançou a notícia, nessa altura já se adivinhava que a Gulf Med — a empresa maltesa que venceu em março o concurso público internacional para assumir a operação, apesar de não ter helicópteros nem pilotos — não iria ser capaz de ter a operação montada na data programada.

Nesse curto prazo de quatro dias, seria praticamente impossível a qualquer operador reunir os meios técnicos e humanos. Foi o que alegou uma das empresas, pedindo pelo menos “cinco a seis meses” para poder “responder favoravelmente”. Outra disse “aguardar a aprovação do licenciamento necessário”. A Avincis, que já assegurava o serviço há mais de uma década, mostrou-se disponível, mas só se o ajuste direto fosse por “um período mínimo de 24 meses”.

O Público nota também que a própria Gulf Med mostrou-se capaz de ceder três a quatro helicópteros, ainda que de forma progressiva e num regime de 12 horas, mediante contrato de curta duração. Assim, acabou por ser novamente a escolhida, por ajuste direto, para prestar este serviço, apesar de já ter vencido o concurso público internacional por 77,4 milhões de euros. Cada uma destas aeronaves custa 11.300 euros por dia. Como é sabido, perante as dificuldades, o INEM acabou também por pedir o auxílio da Força Aérea.

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Hoje nas notícias: Carta de Pedro Nuno, INEM e reformados

  • ECO
  • 8:09

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Azul tem uma carta de 2020 assinada por Pedro Nuno Santos a atestar que o empréstimo à TAP não foi um suprimento; se a Justiça der razão à companhia brasileira, o Estado terá de reembolsar a empresa em 178 milhões de euros. Há pensionistas a queixar-se em tribunal de que os cálculos da Segurança Social não consideram toda a carreira contributiva. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Governo do PS prometeu à Azul que dívida de 178 milhões seria paga pela TAP

A companhia brasileira Azul, que exige 178 milhões de euros à TAP, apresentou em tribunal uma carta do Governo português, datada de 2020 e assinada pelo então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, que assegurava que o financiamento que aquela empresa de David Neeleman concedeu à transportadora portuguesa em 2016 continuaria a ser reconhecido como um empréstimo obrigacionista e não como um suprimento. Nas atuais circunstâncias, isto pode representar, para a Azul, a diferença entre vir a recuperar, ou não, o valor que emprestou à TAP, acrescido de juros. Se a Justiça lhe der razão, o Estado português terá de assumir este custo.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Reformados contestam em tribunal pensões atribuídas

Reformados que fizeram descontos para mais do que um regime estão a contestar judicialmente as contas feitas pela Segurança Social. Após várias ações terem dado entrada em tribunais no Continente, a mesma contestação foi reconhecida numa decisão do Tribunal de Leiria: o Centro Nacional de Pensões não contabilizou todos os períodos de descontos para vários regimes, nomeadamente de regimes especiais e de outras caixas de reforma ou previdência. Significa que, ao contabilizar apenas os descontos para o regime geral, o valor das pensões atribuídas pela Segurança Social são manifestamente inferiores ao esperado pelos beneficiários. Em causa está a aplicação de um decreto-lei de 2017, que salvaguarda os descontos feitos para vários regimes.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

INEM deu apenas quatro dias úteis para operadores garantirem helitransporte

Em 6 de junho, o INEM fez uma consulta preliminar ao mercado “por imperiosa urgência e necessidade” a 14 empresas, às quais perguntou se tinham como assegurar a operação de helitransporte médico de emergência por um período de quatro meses, dando-lhes apenas quatro dias úteis para garantir se conseguiam reunir os meios necessários e tê-los prontos a entrar em funcionamento em menos de um mês. O pedido ocorreu numa altura em que já se sabia que a Gulf Med não conseguiria assegurar este socorro na data programada, que era 1 de julho. Nesse curto prazo, seria praticamente impossível a qualquer operador reunir os meios técnicos e humanos necessários ao socorro aéreo de emergência, nomeadamente porque não é fácil encontrar aparelhos adaptados à emergência médica, nem reunir a tripulação necessária à sua operacionalização.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Balcões para imigrantes realizaram 3.586 atendimentos até ao fim de junho

Desde que foram lançados, em 14 de março, até ao fim de junho, os balcões únicos para imigrantes realizaram 3.586 atendimentos, segundo dados da Agência para a Modernização Administrativa (AMA). A maior parte dos cidadãos que recorreram ao serviço são de Angola, a segunda nacionalidade estrangeira mais representativa no país, correspondendo a 19% do total de atendimento. Na sequência do ranking de atendimentos estão brasileiros (13%), seguindo-se os cidadãos de São Tomé e Príncipe (7%), Cabo Verde (6%), Guiné-Bissau (5%) e Itália (4%). Nestes balcões, que existem em 10 localidades do país, os cidadãos estrangeiros que já possuem autorização de residência ou tenham feito o pedido podem solicitar o Número de Identificação Fiscal (NIF), o Número de Identificação da Segurança Social (NISS) e o Número Nacional de Utente (NNU).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

42% dos alunos do Ensino Secundário tiveram negativa no exame de Matemática

Do total de 25 disciplinas sujeitas a exame final no Ensino Secundário, 15 registaram resultados médios piores do que os do ano passado. Matemática A apresenta a classificação média mais baixa dos últimos sete anos, de 10,5 valores, além de que 42% dos alunos não conseguiram nota positiva na prova nacional desta disciplina, quando em 2024 tinham sido 32%. No entender da Associação de Professores de Matemática (APM), o enunciado da prova apresentado na 1.ª fase aos alunos estava em linha com o do ano passado, “não havendo itens fora do que tem sido habitual”. Além disso, considera que o exame continha “itens em número suficiente” para que um aluno que tivesse desenvolvido “um trabalho continuado e empenhado ao longo dos três anos de secundário” conseguisse ter uma classificação positiva.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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China alerta para “riscos para a segurança nacional” decorrentes da IA

  • Lusa
  • 7:51

Ministério da Segurança do Estado chinês alertou que sistemas de IA podem ser utilizados por entidades estrangeiras para "instigar agitação" entre a população chinesa.

O Ministério da Segurança do Estado chinês alertou esta quarta-feira para os riscos associados ao uso indevido da inteligência artificial (IA), advertindo que a tecnologia pode ameaçar a estabilidade social, a proteção de dados sensíveis e a segurança nacional.

Num comunicado divulgado na rede social WeChat, o ministério reconheceu os benefícios da IA para o desenvolvimento económico e social, mas frisou que o seu uso impróprio pode facilitar a disseminação de desinformação e outras atividades prejudiciais.

As autoridades chinesas referiram que sistemas de IA com capacidade para gerar conteúdos manipulados — combinando algoritmos de aprendizagem profunda com imagens, sons ou vídeos falsificados — podem ser utilizados por entidades estrangeiras para “instigar agitação” entre a população chinesa.

Embora técnicas de geração de conteúdos ultrarrealistas tenham aplicações legítimas nas indústrias do cinema, publicidade ou videojogos, o ministério alertou que a sua utilização ilícita pode violar direitos individuais e ser usada para “confundir a opinião pública”.

O comunicado destaca ainda que os sistemas generativos de IA são capazes de recolher, armazenar e até divulgar dados pessoais sensíveis, o que poderia ser aproveitado por serviços de inteligência estrangeiros para realizar “atividades de subversão, infiltração e sabotagem” na China.

Outro ponto de preocupação são os algoritmos manipulados com viés ideológico, que podem servir para difundir “ideologias tendenciosas”.

O Ministério da Segurança instou a população a reforçar a sua capacidade de “distinguir a veracidade” das informações e reiterou a necessidade de garantir que o uso da IA respeita os princípios estabelecidos pelas autoridades.

Desde 2023, a China impõe regulamentos aos serviços de inteligência artificial, obrigando estas plataformas a respeitarem os “valores socialistas fundamentais” e proibindo a geração de conteúdos que atentem contra a segurança nacional, a unidade territorial e a estabilidade social.

Apesar do rápido crescimento do setor de IA no país, com chatbots desenvolvidos por empresas como Alibaba, DeepSeek, Tencent ou Bytedance, subsistem dúvidas quanto à aplicação e eficácia destas tecnologias num ambiente fortemente controlado pela censura estatal.

O Ministério da Segurança do Estado utiliza com frequência a conta oficial na plataforma WeChat para divulgar casos de espionagem e apelar para a vigilância dos cidadãos, incentivando-os a desconfiar de ofertas de trabalho suspeitas, especialmente provenientes do estrangeiro, e a evitar partilhar informações confidenciais online.

Em 2023, o ministério apelou à mobilização de toda a sociedade para “prevenir e combater o espionagem” e anunciou medidas destinadas a “reforçar a defesa nacional” contra “atividades de inteligência estrangeiras”.

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Quase um terço dos jovens europeus não querem ter filhos

  • Lusa
  • 7:30

Já sete em cada dez consideram que o acesso a técnicas de preservação da fertilidade numa idade mais jovem lhes permitiria decidir com mais autonomia se e quando querem ter filhos.

Cerca de um terço dos jovens europeus não querem ter filhos, apontando a insegurança económica e as prioridades pessoais como causas, e 70% defendem que o acesso à preservação da fertilidade daria maior liberdade de escolha.

Segundo um inquérito que envolveu mais de 30.000 jovens em 12 países europeus, o desejo da parentalidade permanece vivo na juventude europeia, mas já não é unânime.

Mais de dois em cada três (67%) consideram-se bem informados sobre fertilidade, um valor inferior face ao nível de literacia que dizem ter sobre métodos contracetivos (80%), uma diferença que espelha uma lacuna na educação reprodutiva, especialmente quando menos de metade (49%) disse ter discutido estes temas com um profissional de saúde.

Os dados recolhidos indicam que 33% afirmam ter pouca ou nenhuma informação sobre os fatores que influenciam a capacidade de engravidar.

Sete em cada dez consideram que o acesso a técnicas de preservação da fertilidade — como a criopreservação de óvulos ou espermatozoides — numa idade mais jovem lhes permitiria decidir com mais autonomia se e quando querem ter filhos e 77% defendem que estas opções devem ser mais debatidas publicamente, para combater o estigma.

Ao longo dos últimos quatro anos, o Barómetro Future, elaborado pela Merck, procurou compreender as expectativas e preocupações das novas gerações sobre o futuro da Europa, incluindo temas como saúde, inovação, sustentabilidade e parentalidade.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de julho

  • ECO
  • 7:14

Ao longo desta quarta-feira, 16 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE publica a evolução do preço das casas, a Comissão Europeia apresenta o próximo orçamento plurianual e serão divulgados dados do produto de poupança OTRV julho 2031.

O INE vai divulgar dados da evolução dos preços das casas no início de 2025, a Comissão Europeia apresenta a proposta para o próximo orçamento de longo prazo, e o IGCP regressa ao mercado. Serão ainda divulgados dados da adesão às Obrigações do Tesouro e o ex-diretor de informação da RTP será ouvido no Parlamento.

Como evoluíram o preço das casas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai lançar esta quarta-feira as estatísticas de preços da habitação ao nível local relativos ao primeiro trimestre de 2025. Em 2024, os preços das casas aumentaram 9,1%, ano em que se transacionaram 156.325 habitações em Portugal, mais 14,5% do que em 2023

Comissão Europeia apresenta proposta de orçamento plurianual pós-2027

A Comissão Europeia vai apresentar a sua proposta para o próximo orçamento de longo prazo da União Europeia. O chamado Quadro Financeiro Plurianual abrange o período de 2028 a 2034 e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, prometeu uma revisão global do orçamento para o tornar mais simples, mais eficiente e melhor alinhado com as prioridades estratégicas.

Obrigações do Tesouro atraíram investidores?

A Euronext e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vão relevar dados sobre a procura e o montante emitido das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável representativas da emissão (OTRV 2031). Será também divulgada informação relativa ao número de ordens submetidas pelos investidores. Com base na análise do ECO, Certificados de Aforro são mais atrativos que as OTRV 2031 no que diz respeito à rendibilidade líquida.

IGCP volta ao mercado

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) volta ao mercado esta quarta-feira para um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT) pelas 10h30 com maturidade em julho de 2026 e montante indicativo de entre mil milhões de euros e 1.250 milhões de euros.

Ex-diretor de informação da RTP ouvido no Parlamento

O ex-diretor de informação da RTP, António José Teixeira, será ouvido no Parlamento a requerimento do grupo parlamentar do PS, sobre a mudança na direção de informação da RTP. A direção foi demitida a 24 de julho pela administração que anunciou que o jornalista Vítor Gonçalves substituiria José Teixeira.

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Nova baixa do IRS acordada com o Chega para 2026 vai custar 111 milhões

Redução de 0,3 pontos percentuais do 2.º ao 5º escalões, que plasma o compromisso assumido com o Chega, dará um alívio mensal de até 7 euros, segundo o simulador da Comissão Europeia.

O Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) já está comprometido com uma descida adicional do IRS em 0,3 pontos percentuais das taxas entre o 2.º e o 5.º escalões. A redução irá custar 111,32 milhões de euros aos cofres públicos, segundo os cálculos do ECO com base no simulador Euromod da Comissão Europeia.

A proposta da AD – coligação PSD/CDS plasma o compromisso assumido com o Chega e será aprovada esta quarta-feira em votação final global com a abstenção do PS, tal como já tinha acontecido no debate da especialidade. O ECO questionou o Ministério das Finanças, os grupos parlamentares do PSD e Chega sobre o custo da medida, mas até ao fecho do artigo não obteve resposta.

A iniciativa adita a proposta de lei do Governo de redução do imposto e verte em letra de lei o acordo entre AD e Chega, que levou o partido de André Ventura a retirar os seus projetos de alteração ao IRS.

A proposta do Chega previa, face à proposta do Executivo, uma descida mais substancial de 0,80 pontos percentuais para o 2.º e 3.º patamares de tributação, fixando as taxas em 15,70% e 21,20%, respetivamente. Para o 4-º e 5.º escalões, queria baixar a carga fiscal em 0,90 pontos, estabelecendo as taxas em 24,10% e 31,20%.

Mas a iniciativa nem sequer foi a votos. Com a garantia de PSD/CDS de descida da tributação em mais 0,30 pontos percentuais, entre o 2.º e 5.º níveis, em 2026, o partido de André Ventura decidiu deixar cair o projeto.

O simulador da Comissão Europeia mostra que uma redução extra de 0,30 pontos percentuais das taxas do 2.º ao 5.º escalões terá um impacto de 111,32 milhões de euros, que terão de ser inscritos no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026). Este alívio fiscal vai significar uma poupança mensal de até 7,36 euros e irá beneficiar sobretudo os contribuintes com rendimentos mais elevados. Em média, cada família deverá beneficiar de um ganho de 2,24 euros por mês. Já os agregados com salários mais baixos deverão obter uma poupança que não chegará a um euro por mês.

O simulador permite analisar outro tipo de situações. Por exemplo, um solteiro sem filhos terá um ganho mensal médio em torno dos 1,80 euros, um contribuinte com um dependente poderá obter uma poupança de cerca de dois euros e um casal com dois filhos poderá beneficiar de um alívio mensal de quatro euros.

A iniciativa vai ser aprovada em votação final global esta quarta-feira com os votos favoráveis de PSD, Chega e CDS e abstenção de PS e IL. Em contrapartida, o Chega dará novamente a mão à AD para ajudar a confirmar a aprovação da descida de IRS protagonizada pelo Governo até ao 8.º e penúltimo escalão com efeitos a janeiro deste ano.

Parlamento confirma redução do IRS do Governo já este ano

A proposta de lei do Executivo determina que a taxa do primeiro escalão desça de 13% para 12,5%, a do segundo de 16,5% para 16%, a do terceiro de 22% para 21,5%, a do quarto de 25% para 24,4%, a do quinto de 32% para 31,4%, a do sexto de 35,5% para 34,9%, a do sétimo de 43,5% para 43,1% e, por último, a do oitavo de 45% para 44,6%. A taxa do último escalão de rendimentos continua nos 48%. Simulações apresentadas pelo Governo mostram que esta nova descida do IRS vai fazer subir o salário líquido entre dois e 15 euros por mês.

A proposta foi aprovada, na especialidade, com os votos favoráveis do PSD, CDS, Chega e IL. O PS absteve-se e o Livre votou contra. Esta quarta-feira, o plenário dará novamente luz verde à iniciativa do Governo, em votação final global.

A proposta do Executivo reduz as taxas do 1.º ao 8.º escalão de rendimento, trazendo um desagravamento transversal do imposto nos vários níveis de rendimento que o Governo estima rondar os 500 milhões de euros.

Apesar de as taxas só baixarem até ao 8.º degrau, a descida também é sentida pelos contribuintes do nono escalão. Isso acontece porque, com a regra da progressividade no cálculo do imposto, o rendimento de um contribuinte é dividido, aplicando-se a cada escalão de rendimentos a respetiva taxa.

O Governo já fez saber, através do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que irá alterar as tabelas de retenção na fonte logo que o possa fazer, depois da aprovação da proposta de lei, para refletir no bolso dos contribuintes a redução com efeitos retroativos a janeiro deste ano.

“Se tudo correr bem, já em agosto e setembro com os chamados retroativos e, depois, a partir de outubro, novas tabelas que refletem já mensalmente a redução”, afirmou em Bruxelas, a 7 de julho, à chegada à reunião do Eurogrupo.

“Sendo aprovada a descida das taxas de IRS – as taxas do artigo 68 do código de IRS –, o Governo imediatamente publicará as tabelas de retenção na fonte, que permitem fazer – numa linguagem mais simples – os retroativos face a janeiro deste ano”, afirmou o ministro.

Em regra, quando há alterações às taxas dos escalões do IRS, os governos atualizam as tabelas de retenção na fonte do IRS, para que o desconto mensal do imposto feito nos salários dos trabalhadores por conta de outrem e nas pensões fique mais próximo do IRS final a pagar.

PS força votação do prémio salarial

A proposta do PS, que clarifica que a devolução de propinas é acumulável com o IRS jovem, foi rejeitada com os votos contra de PSD/CDS e do Chega, na votação na especialidade, mas os socialistas decidiram avocar a iniciativa e levá-la novamente a votos no plenário desta quarta-feira, último com votações antes das férias parlamentares.

A “maioria maior” do Governo de Luís Montenegro superou desta vez uma coligação negativa de Chega com PS. O partido de André Ventura preferiu dar a mão à AD, mantendo assim o pacto formado para o IRS, e chumbou, na especialidade, o projeto socialista que clarificava que o prémio salarial de devolução das propinas é acumulável com o IRS Jovem.

A iniciativa foi rejeitada, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), com os votos contra de PSD, CDS e Chega. A IL absteve-se e apenas PS e Livre votaram a favor.

Na justificação do sentido de voto, o deputado do PSD, Hugo Carneiro, considerou o projeto do PS uma “inutilidade”. “O Governo da AD não revogou a legislação sobre o prémio salarial e não disse que não ia cumprir. O que o PS faz é propor algo sobre um prémio que está em vigor. O Governo, quando entender oportuno, anunciará o que entenderá anunciar”, argumentou.

De salientar que, na lei, nada impede que um trabalhador beneficie do alívio fiscal e da devolução das propinas, mas o Executivo decidiu não abrir as candidaturas este ano, alegando que um apoio não deve ser somado ao outro.

Do lado do Chega, Eduardo Teixeira classificou o projeto do PS como uma “não questão”, uma vez que “o prémio salarial está aprovado”. Para além disso, acrescentou, “esta matéria não tem nada a ver com matéria fiscal”. “E, portanto, como não faz sentido. Votaremos contra essa proposta, porque consideramos que não é essa matéria que estamos aqui a discutir”, reforçou.

Fundamentação altamente contestada pelo PS. “Sim, tem a ver com o IRS, senhor deputado Eduardo Teixeira. O prémio salarial foi criado para ser pago juntamente com a declaração de IRS e estamos a falar de rendimento de trabalho e de disponibilizar mais rendimento aos trabalhadores”, atirou o deputado António Mendonça Mendes.

O parlamentar sublinhou que a proposta apresentada pelos socialistas não teria sido necessária se o Executivo tivesse avançado com as candidaturas para a devolução das propinas. “O Governo não teve coragem de revogar a lei e decidiu colocá-la na gaveta. Por isso, foi necessário fazer esta proposta”, defendeu.

O prémio salarial foi criado pelo Governo de António Costa em 2023 para permitir que os jovens trabalhadores, até ao ano em que fazem 35 anos, possam pedir ao Estado a devolução das propinas como reconhecimento da conclusão da licenciatura ou do mestrado. O prémio é pago todos os anos pela Autoridade Tributária, até 30 de julho de cada ano, durante o número de anos equivalente ao ciclo de estudos que levou à atribuição do grau académico.

No caso de uma licenciatura, o montante pago é de 697 euros e, no do mestrado, de 1.500 euros. Num mestrado integrado, os anos correspondentes à licenciatura dão direito a 697 euros e os referentes ao mestrado aos mesmos 1.500 euros.

Já o IRS Jovem é um regime fiscal especial que permite aos contribuintes beneficiarem de uma isenção total e parcial do imposto, de forma faseada, no máximo, ao longo de 10 anos. Esse benefício vai variando ao longo do tempo, entre 100% e 25%, desde que a idade dos beneficiários não ultrapasse os 35 anos.

Com esta iniciativa, o PS quer deixar assegurado na lei que o mesmo contribuinte pode usufruir das duas medidas ao mesmo tempo. Na fundamentação da iniciativa, o grupo parlamentar socialista refere que os dois regimes “foram, desde a sua génese, cumulativos, e assim continuarão a ser no que depender do PS”.

“A ideia de extinguir o prémio salarial ou sequer de criar um regime de exclusão mútua entre o prémio salarial e o IRS Jovem é demonstrativa das prioridades da coligação que suporta este Governo, já que o IRS Jovem beneficia de forma mais intensa os escalões de rendimento mais elevados, e aparece associada também à ideia de aumentar o valor das propinas”, afirma o PS na exposição de motivos da iniciativa.

Como este ano o Governo de Luís Montenegro não abriu as candidaturas para o prémio salarial, a iniciativa do PS inclui uma norma transitória para o Estado disponibilizar o formulário “a título excecional, entre 1 de setembro e 31 de novembro de 2025”. A proposta do PS acabou por ser chumbada na especialidade, mas o grupo parlamentar avocou a iniciativa a plenário, pelo que irá novamente a votos no dia 16.

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Substituição de equipamentos da Huawei nas redes 5G anda a passo de caracol

Com lei prestes a mudar e nova avaliação de segurança no horizonte, a expulsão de fornecedores de risco das redes de telecomunicações tem avançado lentamente. Comissão Europeia exige mais rapidez.

Se for aprovada pelo Parlamento, a nova lei da cibersegurança determina que tem de ser feita uma nova avaliação ao uso de equipamentos de fornecedores de risco — como a Huawei foi classificada — nas redes de telecomunicações no prazo de 180 dias. Por agora, três fontes familiarizadas com o assunto relatam ao ECO que a substituição dos equipamentos tem progredido lentamente em relação aos objetivos, num contexto de incerteza sobre o que irá resultar da nova avaliação que está prevista.

A proposta de lei que estabelece o regime jurídico da cibersegurança, transpondo uma diretiva europeia já com atraso, foi aprovada no dia 3 de julho em Conselho de Ministros e reapresentada ao Parlamento, depois de a anterior ter caducado com a dissolução da Assembleia da República, encontrando-se em consulta pública. O Governo fez alguns ajustes ao documento, mas, no geral, manteve praticamente tudo o que estava na proposta inicial, que já tinha sido alvo de múltiplos pareceres na anterior legislatura.

Apesar de o diploma ser muito abrangente em matéria de cibersegurança, esta lei tem sido acompanhada com muita atenção no setor das comunicações eletrónicas. Um dos motivos é o facto de alterar o enquadramento da Comissão de Avaliação de Segurança (CAS), o organismo do Estado que em maio de 2023 decidiu proibir as operadoras de usarem nas suas redes equipamentos de certos fornecedores estrangeiros, quando estes se enquadrem num dos critérios previamente definidos.

Ao abrigo desta deliberação, por exemplo, empresas que estejam sedeadas em países que não pertençam à União Europeia, à OCDE ou à NATO podem ser impedidas de participar no desenvolvimento das redes 5G, por se entender que representam uma ameaça à cibersegurança nacional e europeia. A decisão das autoridades portuguesas enquadrou-se numa recomendação que a Comissão Europeia fez em janeiro de 2020, e que ficou conhecida por “5G Toolbox”.

Sabe-se que a empresa chinesa Huawei é a principal visada dessa medida, mais não seja porque a própria impugnou a deliberação da CAS em tribunal, considerando-a “ilegal”. Ao longo dos últimos anos, a tecnológica também tem negado as sucessivas acusações feitas por autoridades internacionais de que é um veículo de espionagem do regime comunista chinês. Importa recordar que o ECO apresentou um requerimento ao tribunal para aceder a esse processo, mas o pedido, entretanto repetido, continua sem qualquer provimento.

Ao que foi possível apurar, no ano passado, com base nos planos apresentados pelas operadoras, foi estipulado um novo calendário faseado para a substituição dos equipamentos, uma parte até 2027 e a totalidade até 2031, disse uma fonte ao ECO — o que, a confirmar-se, seria três anos depois do que estava originalmente previsto.

É também de conhecimento geral no setor que a Meo é a operadora que mais apostou em tecnologia da Huawei no desenvolvimento da sua rede 5G, em comparação com as suas principais concorrentes. Forçada a retirar os equipamentos considerados de risco, a operadora entregou a empreitada de rip and replace à Nokia, conforme noticiou a Reuters em maio de 2024 e confirmou também o ECO junto de quatro fontes.

No entanto, com o enquadramento legal em vias de mudar, os trabalhos de implementação da deliberação da CAS estão a avançar lentamente no terreno. Já foram intervencionadas algumas centenas de sites (vulgo, antenas), de acordo com duas fontes ouvidas pelo ECO, mas serão milhares com tecnologia chinesa considerada de alto risco. Ainda assim, e apesar do ritmo da progressão, a Meo ainda tem tempo para cumprir os objetivos, pelo que não existe um atraso formal neste processo.

Portugal foi um dos países da União Europeia que impôs restrições mais apertadas ao uso de equipamentos da marca Huawei nas redes 5GEPA/MAURITZ ANTIN

Setor “tem procurado antecipar-se”

Contactada sobre este assunto, a Meo não respondeu quantas antenas já foram intervencionadas pela Nokia, mas diz que “tem colaborado ativamente com os reguladores” e “continuará a fazê-lo, garantindo a segurança, a resiliência e a continuidade dos serviços prestados aos seus clientes”. Fonte oficial da empresa diz ainda que “o setor das telecomunicações, e em particular a Meo, tem procurado antecipar-se, reforçando as suas políticas e práticas de cibersegurança, alinhando-se com os princípios e exigências da NIS2″.

A Meo diz ainda que é “regularmente auditada e certificada por entidades internacionais independentes” e “continuará a respeitar todas as determinações legais, mantendo uma postura de responsabilidade e transparência”. “A Meo tem vindo a seguir, desde sempre, critérios de enorme rigor na escolha dos seus fornecedores, assegurando a diversidade e a segurança das suas redes, em linha com a sua estratégia de desenvolvimento tecnológico e com as exigências legais e regulatórias em vigor”.

Contactados, Governo, Comissão de Avaliação de Segurança e Nokia não responderam às questões do ECO. Fonte oficial da Anacom e fonte oficial da Huawei não quiseram fazer comentários.

"O setor das telecomunicações, e em particular a Meo, tem procurado antecipar-se, reforçando as suas políticas e práticas de cibersegurança, alinhando-se com os princípios e exigências da NIS2.”

Fonte oficial da Meo

“De forma geral, os nossos membros respeitam as leis locais onde quer que estejam, neste tema específico”, diz Alessandro Gropelli, diretor-geral da associação europeia Connect Europe, da qual faz parte a Meo. “É sempre importante, também no contexto do debate sobre fornecedores de alto risco, lembrar que lhes estão a pedir para manter os preços baixos, pagar muito pelo espetro, construir redes que cheguem a todo o lado, porque todos precisam de estar incluídos, e fazer determinadas escolhas quanto aos fornecedores… A minha pergunta em aberto é: estão também a criar as condições para que eles possam investir e crescer?”, interroga.

O responsável acrescenta que “estas duas coisas não estão desligadas”. “Se acrescentarmos constantemente novos requisitos à indústria, também temos de nos perguntar: ‘estou a colocá-los em condições de cumprir esses requisitos?'”, insiste.

Meio ano para nova avaliação

Em maio de 2023, a Comissão de Avaliação de Segurança (CAS), até então um organismo praticamente desconhecido do Estado, inserido no Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço (CSSC), e ligado ao Gabinete Nacional de Segurança, emitiu a deliberação que, na prática, impediu as operadoras de usarem equipamentos de fornecedores de risco nas suas redes 5G.

O processo foi sujeito a grande confidencialidade desde a primeira hora, com a Anacom, entidade incumbida de fiscalizar o cumprimento da deliberação, a nunca ter prestado contas publicamente sobre a implementação da mesma. Aliás, só há um ano é que uma entidade oficial, neste caso a Comissão Europeia, assumiu pela primeira vez, num relatório em que avaliou os progressos nos objetivos da Década Digital 2030, que em Portugal as operadoras estavam a investir “somas significativas” para substituir nas suas redes tecnologia fabricada por empresas como a chinesa Huawei.

Agora, a nova lei dá cerca de seis meses para ser feita uma nova avaliação: “A entrada em vigor do presente decreto-lei não prejudica a validade das decisões tomadas pela Comissão de Avaliação de Segurança ao abrigo do regime anterior, que continuam a produzir efeitos pelo período de 180 dias após a data de entrada em vigor do presente decreto-lei, durante o qual deve ser realizada nova avaliação de segurança”, lê-se no diploma que deu entrada na Assembleia (tal como já se lia na proposta apresentada no início do ano, a que caducou).

E essa nova avaliação pode fazer mudar muita coisa, ou deixar tudo como está. “Com base na nova avaliação de segurança […] o membro do Governo responsável pela área da cibersegurança pode decidir pela renovação, modificação ou substituição das decisões adotadas pela Comissão de Avaliação de Segurança no âmbito do regime anterior”, refere o documento.

Recorde-se que Portugal foi mais além do que outros países na implementação das recomendações da Comissão Europeia em matéria de cibersegurança no 5G. Do outro lado da fronteira, em Espanha, a Huawei continua a participar normalmente no desenvolvimento das comunicações móveis no país, tendo sido escolhida este ano pela MasOrange como parceira no lançamento do 5G Advanced, uma modalidade que recorre a frequências ainda mais elevadas (26 GHz, na faixa SHF, não usada atualmente para 5G em Portugal) para oferecer comunicações móveis ainda mais avançadas.

Contactado pelo ECO sobre o progresso de Portugal na implementação da deliberação da CAS, Thomas Regnier, porta-voz da Comissão Europeia para a soberania tecnológica, defesa, espaço e investigação, lembra que “numa comunicação em junho de 2023 a Comissão avaliou que a Huawei representa riscos materialmente superiores aos de outros fornecedores 5G”. “A Comissão considera, então, que os Estados-membros podem adotar decisões […] de restringir ou excluir a Huawei das suas redes 5G”, acrescenta.

Assim sendo, segundo o mesmo porta-voz, “a Comissão insta os Estados-membros que ainda não implementaram a ‘5G Toolbox’ a também adotarem medidas para efetivamente e rapidamente endereçarem os riscos colocados pelo fornecedor identificado”. “A falta de ação rápida expõe a UE como um rodo a um risco claro”, defende Reigner.

"A Comissão [Europeia] insta os Estados-membros que ainda não implementaram a ‘5G Toolbox’ a também adotarem medidas para efetivamente e rapidamente endereçarem os riscos colocados pelo fornecedor identificado.”

Thomas Regnier

Porta-voz da Comissão Europeia para a soberania tecnológica, defesa, espaço e investigação

Ex-líder da CAS explicou decisão

Até ao final de maio, a CAS foi presidida pelo contra-almirante António Gameiro Marques, que era diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança e entretanto passou à reforma. Em junho, o Governo selecionou o contra-almirante Manuel da Costa Honorato para desempenhar esta função, em regime de substituição.

Também no final de maio, em vias de deixar o cargo, António Gameiro Marques falou publicamente sobre os motivos pelos quais Portugal decidiu ‘expulsar’ a Huawei do 5G. Fê-lo no podcast “Soberania”, do Diário de Notícias, onde explicou que os dados dos portugueses e dos europeus não devem ficar à mercê de infraestruturas com legislação permeável à interferência das respetivas autoridades.

“Sabemos que há países muito poderosos no mundo que têm leis que não lhes importa a legislação europeia. Quer a leste quer a oeste. Aliás, deixem-me dizer-vos que esse foi o farol, a motivação fundamental, pela qual a Comissão de Avaliação de Segurança propôs as medidas que foram tomadas. Não por causa da tecnologia, mas por causa da lei, da legislação, subjacente às empresas tecnológicas que estavam a implantar-se no nosso país na dimensão 5G”, explicou António Gameiro Marques no podcast, dois anos depois da deliberação.

“O que eu quero esclarecer é que o alto risco não era por causa da tecnologia em si. A tecnologia é excelente. Aliás, cumpre todos os requisitos mais exigentes em termos de segurança. É a legislação do Estado de onde provém essa tecnologia que pode exigir, sem pestanejar, que todos os dados coligidos e processados por essa tecnologia, no Estado A, B ou C europeu, possam ser usados pelas autoridades desse país. Isso nós não podemos permitir”, acrescentou o contra-almirante.

O que eu quero esclarecer é que o alto risco não era por causa da tecnologia em si. A tecnologia é excelente. Aliás, cumpre todos os requisitos mais exigentes em termos de segurança. É a legislação do Estado de onde provém essa tecnologia que pode exigir, sem pestanejar, que todos os dados coligidos e processados por essa tecnologia, no Estado A, B ou C europeu, possam ser usados pelas autoridades desse país. Isso nós não podemos permitir.

António Gameiro Marques

Ex-presidente da Comissão de Avaliação de Segurança

O ex-responsável lembrou ainda que a Europa quase não tem empresas fortes de tecnologia, pelo que essa tecnologia “não é nem concebida nem produzida em solo europeu”, levando a uma soberania digital “muito pobre” na União Europeia. “Como é que a Europa mitiga isto? Através de mecanismos de regulação, onde é bastante forte, para o bem e para o mal. Mas é aí que a Europa depois exige a quem fabrica equipamentos fora do espaço europeu, ou produz serviços conectáveis à internet fora do espaço europeu, que cumpra as normas europeias”, continuou.

António Gameiro Marques também sinalizou que a recomendação da Comissão Europeia veio permitir que “duas grandes marcas europeias voltassem a surgir na área do 5G”, presumivelmente a Nokia e a Ericsson. “Se assim não fosse, elas provavelmente não teriam mercado e também na área do 5G a Europa ficaria para trás”, concluiu.

António Gameiro Marques liderou o Gabinete Nacional de Segurança e a Comissão de Avaliação de Segurança até ao final de maio deste anoANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

CAS terá novo enquadramento

Atualmente, a existência da CAS enquadra-se na Lei das Comunicações Eletrónicas, que determina a composição da comissão e que “a utilização de equipamentos em quaisquer redes de comunicações eletrónicas pode ser sujeita a uma avaliação de segurança […] justificada e fundamentada em critérios objetivos de segurança, com base em informação relevante emitida pelas entidades nacionais e da União Europeia ou constante das avaliações nacionais e europeias de risco para a segurança das redes”.

Com o novo diploma, o Governo de Luís Montenegro propõe revogar esse e outros pontos da lei fundamental das telecomunicações, dando um novo enquadramento legal à comissão: “A Comissão de Avaliação de Segurança do Ciberespaço funciona junto do CSSC e é responsável pela realização de avaliações de segurança de equipamentos, componentes ou serviços de tecnologias de informação e comunicação, utilizados em redes e sistemas de informação públicos ou privados, de fabricantes ou fornecedores que possam ser considerados de elevado risco para a segurança do ciberespaço de interesse nacional, designadamente nos contextos da segurança interna e externa, da defesa nacional, da integridade do processo democrático e de outras funções de soberania, e ainda da operação de infraestruturas críticas e da prestação de serviços essenciais”, estipula.

A lei vai mais além. Por exemplo, a tutela “pode determinar a aplicação de restrições provisórias à utilização, a cessação de utilização ou exclusão de equipamentos” que sejam “considerados de elevado risco para a segurança do ciberespaço de interesse nacional”, por proposta da CAS, “fundamentada em avaliação de segurança”.

Essa avaliação “deve ser devidamente fundamentada, tendo em conta os riscos técnicos” dos mesmos, “o seu contexto de utilização ou a exposição dos seus fabricantes ou fornecedores à influência indevida de países estrangeiros”.

O diploma estipula ainda os “elementos” para “avaliar o nível de exposição dos fabricantes ou fornecedores à influência de um país estrangeiro”:

  • “O fabricante ou fornecedor estar sujeito, direta ou indiretamente, à interferência do governo ou administração de um país estrangeiro”;
  • “O fabricante ou fornecedor estar domiciliado em, ou de qualquer forma relevantemente vinculado a países reconhecidos por Portugal, pela União Europeia, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ou pela NATO, como responsáveis ou envolvidos em ações hostis à segurança interna e defesa nacional de Portugal ou dos seus aliados, designadamente atos de espionagem ou sabotagem”;
  • “O fabricante ou fornecedor estar domiciliado em, ou de qualquer forma relevantemente vinculado a países que não dispõem de legislação ou acordos diplomáticos com Portugal ou com a União Europeia em matéria de proteção de dados, de cibersegurança e de proteção de propriedade intelectual”;
  • “O fabricante ou fornecedor estar associado a práticas de introdução de vulnerabilidades ou acessos ocultos”;
  • “O fabricante ou fornecedor adotar modelos de governação corporativa que não esclareçam sobre o grau de influência ou vinculação a países estrangeiros nas condições das alíneas anteriores”;
  • “As cadeias de produção e fornecimento do fabricante ou fornecedor evidenciarem falhas sistémicas de controlo e segurança”.

Com a entrada em vigor da nova lei, o que não irá mudar é a opacidade que tem sido característica de todo este processo: a lei determina agora que os dossiês continuarão a ser tratados com a máxima confidencialidade. Mais, estipula que os “documentos e informações produzidas no âmbito dos trabalhos da Comissão de Avaliação de Segurança do Ciberespaço são considerados como informação classificada no grau de segurança reservado, salvo uma exceção: se o presidente da comissão considerar necessário atribuir um grau de classificação de segurança superior”.

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Deputados e ex-governantes do PS indignados com “demolição de princípios e de barracas”

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

Mendonça Mendes, João Costa e Isabel Moreira estão entre os signatários da carta aberta a apelar à "coerência" e "à mobilização das estruturas do PS para refletir" sobre casos como o de Loures.

Ex-governantes e deputados do PS, entre os quais João Costa e António Mendonça Mendes, lançaram esta terça-feira uma carta aberta manifestando “profunda indignação e preocupação” com “a demolição do teto de dezenas de famílias”, autorizada por autarcas socialistas.

Com o título “sobre a demolição de princípios e de barracas”, a carta aberta de “militantes e simpatizantes do PS” foi lançada por um conjunto de socialistas e, segundo os promotores, conta já com a assinatura de uma centena de pessoas.

Entre os nomes que estiveram na origem desta carta, está o do ex-ministro da Educação João Costa, os ex-governantes de executivos de António Costa e atualmente deputados António Mendonça Mendes e Frederico Francisco ou a deputada Isabel Moreira, entre outros.

“Assistimos com desagrado à demolição do teto de dezenas de famílias, autorizada por autarcas do PS, sem que tivesse sido previamente acautelada a proteção destas famílias empurradas para a condição de sem-abrigo. Vimos, assim, expressar a nossa profunda indignação e preocupação. Assistimos ao fim da linha – da insalubridade e precariedade de uma barraca, para a rua”, condenam.

Para estes socialistas, demolir barracas “sem garantir soluções habitacionais alternativas, adequadas e imediatas” contraria os “princípios constitucionais e estatutários” e “mancha a credibilidade e o compromisso ético que o PS deve assumir perante os cidadãos”.

“Apelamos à coerência: a política socialista começa pelas pessoas, nunca contra elas. Apelamos à mobilização das estruturas do PS para refletir sobre estas práticas e defender com coerência os valores que nos definem. Queremos um PS que seja, verdadeiramente, um instrumento de transformação social, justiça e solidariedade – não apenas nas palavras, mas sobretudo nos atos”, desafiam.

A autarquia de Loures, presidida pelo socialista Ricardo Leão, iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias, onde vivem 161 pessoas, no Talude Militar. O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa aceitou entretanto, provisoriamente, uma providência cautelar interposta por uma advogada em representação de 14 moradores do bairro.

O tribunal considera “verificada a situação de especial urgência”, decretando a notificação da sua decisão “de imediato e da forma mais expedita”, e recorda ainda que “o processo cautelar é um processo urgente”, dando ao município um prazo de 10 dias para contestar a decisão, “sem prejuízo do despacho”.

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Travão ao outsourcing é constitucional

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

A ex-provedora de justiça e agora ministra tinha levantado dúvidas sobre a proibição de recurso ao outsourcing após um despedimento. Tribunal Constitucional valida a lei.

O Tribunal Constitucional (TC) não vê qualquer inconstitucionalidade à alteração à lei que prevê a impossibilidade de uma empresa recorrer ao outsourcing no ano seguinte à realização de um despedimento coletivo, segundo um acórdão datado de 2 de julho.

Esta decisão, publicada no site do tribunal, resulta de um pedido de fiscalização sucessiva interposto pela então Provedora de Justiça e atual ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, relativamente a normas laborais previstas na Agenda do Trabalho Digno, entre elas, a proibição de recurso ao outsourcing (contratação de trabalho externo) após um despedimento.

Segundo esta alteração ao Código do Trabalho, que entrou em vigor em 2023, “não é permitido recorrer à aquisição de serviços externos a entidade terceira para satisfação de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinção de posto de trabalho”.

As outras normas que levantaram dúvidas de constitucionalidade à então Provedora são “as constantes do n.º 3 do artigo 10.º do Código de Trabalho, que concede a certos prestadores de trabalho o poder de se fazerem temporariamente substituir através de terceiros por si indicados”, segundo o comunicado enviado na altura pela então Provedora.

No acórdão datado de 2 de julho, o TC indica que, no que respeita ao outsourcing, “não é possível extrair da mencionada norma, nem uma proibição geral do recurso à terceirização”, nem “uma proibição geral das formas particulares que o conceito inclui”. Segundo o tribunal, o que se pretende vedar ao empregador “é o recurso ao despedimento-para-terceirizar”.

“O recorte feito no preceito é a ocorrência de uma situação de despedimento coletivo ou por extinção do posto de trabalho seguida de um comportamento do empregador nos doze meses seguintes, de recorrer à terceirização, o que se valora como sendo um forte indício de poder não ter havido uma necessidade real de despedir, mas antes, uma forma de reduzir custos associados à manutenção dos contratos de trabalho existentes”, sustenta ainda.

Esta norma foi fortemente criticada pelas confederações patronais, que sempre defenderam que esta regra da Agenda do Trabalho Digno é inconstitucional. Este acórdão teve quatro declarações de voto, sendo que conta com dois votos vencidos e um parcialmente vencido.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 97 milhões de euros

  • ECO
  • 15 Julho 2025

O jackpot desta terça-feira é de 97 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 97 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 15 de julho:

Números: 24, 38, 41, 45 e 49

Estrelas: 1 e 6

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