Autonomia financeira das empresas sobe para 45% no terceiro trimestre
Evolução sugere maior solidez financeira e menor dependência de recursos alheios. Dados do Banco de Portugal revelam que maior autonomia é transversal às empresas privadas e públicas.
As empresas portuguesas dão sinais de maior solidez financeira e menor dependência de recursos alheios. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a autonomia financeira das empresas (excluindo as financeiras) subiu para 45,1% no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 2,2 pontos percentuais face ao trimestre homólogo.
O peso dos capitais próprios no total do ativo das empresas (privadas e públicas não financeiras) aumentou não só em relação ao trimestre homólogo como ao segundo trimestre de 2024. Na prática, o nível de endividamento médio das empresas, isto é, a proporção dos ativos que têm de ser financiados por capitais alheios – como empréstimos ou emissão de obrigações – tem vindo a diminuir progressivamente.
Entre as empresas privadas, a autonomia financeira fixou-se em 45,5% no final do terceiro trimestre de 2024, um aumento face ao período homólogo, com o setor da eletricidade, gás e água a ser o que mais contribuiu. “O aumento da autonomia financeira continua a refletir a conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital observada no quarto trimestre de 2023, sobretudo nos setores da indústria, da eletricidade, gás e água e dos outros serviços“, explica o Banco de Portugal.
Por dimensão, a autonomia financeira das Pequenas e Médias Empresas (PME) subiu de 44,2% para 46,2%, e a das grandes empresas aumentou de 36,3% para 40,1%.
Já a autonomia financeira das empresas públicas cresceu, em relação ao trimestre homólogo, de 36,5% para 37,5%. Para o total das empresas, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo diminuiu para 27,2% face aos 28,8% no período homólogo.
“Além da anteriormente referida conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital, a evolução reflete também a redução continuada dos empréstimos contraídos junto do setor financeiro”, indica o supervisor bancário, assinalando que o decréscimo foi transversal a todos os setores, com exceção das sedes sociais, e a todas as classes de dimensão.
Os dados indicam ainda que o custo dos financiamentos obtidos das empresas privadas e públicas aumentou de 4% para 5%, em comparação com o período homólogo. Um aumento que, segundo o BdP, foi transversal a todos os setores. “A tendência decrescente das taxas de juro nos novos empréstimos refletiu-se num aumento mais contido do custo dos financiamentos obtidos em relação ao trimestre anterior”, refere.
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