Gestor demitido do Novobanco investigado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação
Carlos Brandão, administrador demitido esta terça-feira pelo banco, foi constituído arguido, sendo suspeito de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação.
Carlos Brandão, o administrador do Novobanco afastado esta terça-feira, foi constituído arguido e está a ser investigado por “factos suscetíveis de constituírem a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação“. Há um segundo arguido que, segundo apurou o ECO, não pertence ao banco.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma ainda, em comunicado, que, no âmbito do inquérito que está a ser dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse para a descoberta da verdade“.
Foram autorizadas “quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não domiciliárias“, em que participaram um magistrado do Ministério Público, um magistrado judicial e vários elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, incluindo seis peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática.
Além de Carlos Brandão foi constituído um segundo arguido, cuja identidade não é revelada. Segundo apurou o ECO, não é trabalhador do Novobanco.
O Conselho Geral e de Supervisão do Novobanco aprovou a destituição com justa causa de Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração Executivo e Chief Risk Officer (CRO), com efeitos imediatos.
“Esta decisão foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do Banco, de operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades”, lê-se no comunicado ao mercado divulgado pelo banco esta terça-feira.
Operações financeiras que estão na mira do Ministério Público e estarão relacionadas com os crimes de que o antigo gestor é suspeito.
A denúncia, feita em outubro, partiu do próprio banco. “Após deteção da situação, o Banco iniciou uma investigação interna e apresentou uma denúncia junto do Ministério Público, o que levou ao início de uma investigação que está agora em curso. De igual modo, o Banco reportou o assunto ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria”, acrescenta o banco liderado por Mark Bourke.
Carlos Brandão entrou no Novobanco em julho 2017 e era o administrador executivo responsável pela gestão de risco desde setembro de 2022. Antes esteve no Bankinter e no Barclays Portugal.
A instituição financeira garante que não foi afetada, nem os seus clientes. “As operações em causa não estão relacionadas nem envolvem, de forma alguma, o Banco e, como tal, não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”, garante o Novobanco no mesmo comunicado.
(Notícia atualizada às 16h15)
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