“Ainda não é hoje” que Seguro entra na corrida a Belém. “Todo o processo se está a desenvolver na minha cabeça”

Antigo secretário-geral socialista está em reflexão e afirma que olha para o país e sente "o que um Presidente tem obrigação de fazer nos próximos anos".

O antigo secretário-geral do PS António José Seguro afirmou esta quarta-feira continuar em reflexão sobre uma eventual candidatura à Presidência da República, garantindo que “não está à espera de absolutamente” nada. No entanto, durante mais de vinte minutos traçou um retrato do que considera o país deve ser, enumerando mesmo oito metas para o futuro, e garante que sabe o que um Presidente tem de fazer nos próximos anos.

Ainda não é hoje. Por uma razão muito simples, estou mesmo em reflexão. Não tenho nenhum prazo, mas não estou a espera de absolutamente mais nada. Todo o processo se está a desenvolver na minha cabeça“, afirmou António José Seguro durante um almoço-debate organizado pelo International Club of Portugal, quando questionado sobre o presidente daquela entidade, Manuel Ramalho, se iria anunciar que é candidato a Belém.

Perante uma plateia, onde se incluíram socialistas como Maria de Belém Roseira, Álvaro Beleza, Luís Capoulas Santos, João Soares, Eurico Brilhante Dias e Carlos Zorrinho, António José Seguro agradeceu aos deputados e presidentes de câmaras presentes – “o que nos une nesta sala é Portugal e é Portugal que me faz regressar ao espaço público”, disse – e defendeu várias vezes a importância de reter jovens no país.

Quando questionado pela plateia presente na intervenção sobre o tema “Uma Visão para Portugal”, que teve lugar no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, em Lisboa, sobre quais são as características que um Presidente da República deve ter, o antigo secretário-geral do PS destacou a importância de “compromissos”.

Há muita gente que vai à Constituição e define o que um Presidente deve fazer. Olho para o país e sinto o que um Presidente tem obrigação de fazer nos próximos anos. O momento é um momento singular”, afirmou.

A afirmação de António José Seguro ocorre após um dos outros nomes que mais se fala da área socialista, Augusto Santos Silva, ter traçado um perfil do que deve ser um Presidente da República, num ensaio publicado no Expresso, no final do ano passado.

Durante a intervenção, António José Seguro denominou a pobreza de “chaga social” que persegue o país, considerou o crescimento económico insuficiente e defendeu que é preciso evitar a emigração, fenómeno que “se pensava extinto e hoje regressa”. Para ultrapassar os desafios, apontou oito objetivos e metas para o futuro: “criar riqueza sem dependência de fundos comunitários”, “olhar o território português com outra ambição”, “diminuir a dependência energética”, evitar uma economia de baixos salários, inverter a tendência de “um país envelhecido”, “eliminar a pobreza”, “aumentar a qualidade da democracia” e “criar condições de governabilidade”.

Temos de encontrar, enquanto é tempo, critérios institucionais para garantir que futuros governos estão em condições de fazer o que se propõe a fazer”, disse, considerando que é preciso compromissos. “Vivemos numa cultura de trincheiras em que ninguém fala uns com os outros. É preciso destruir a ideia que fazer um pacto, um acordo é para os fracos, de que é uma traição. Na democracia não há inimigos“, vincou.

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