Portugal paga 3,1% por 4 mil milhões de emissão sindicada a dez anos. Procura supera em 6,4 vezes a oferta
A primeira de três emissões sindicadas previstas para 2025 contou com uma procura superior a 25 mil milhões de euros e num preço de 2 pontos percentuais abaixo do inicialmente previsto.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou esta quinta-feira no mercado uma nova linha obrigacionista a 10 anos com maturidade a 15 de junho de 2035 e com um cupão de 3%, através da primeira operação sindicada do ano e a primeira emissão sindicada da República realizada com rating “A” em 14 anos.
A operação resultou num montante de financiamento de 4 mil milhões de euros, o mesmo montante da última emissão sindicada a 10 anos realizada há precisamente um ano, e contou com uma procura acima dos 25 mil milhões de euros, que incluiu 1,32 mil milhões de euros de ordens dadas por entidades para lá do grupo dos bancos que constituem o sindicato — isto após as ordens de compra terem chegado aos 31 mil milhões de euros logo nas duas primeiras horas desta quinta-feira após a abertura dos cadernos.
“Um resultado sólido, apesar do aumento da volatilidade das taxas durante a manhã”, refere o IGCP em comunicado, sublinhando a contabilização de uma procura 6,4 vezes acima da oferta e o fato de o montante angariado nesta operação se traduzir num valor equivalente a 20% dos 20,5 mil milhões de euros que o Estado prevê financiar-se este ano em obrigações do Tesouro.
Segundo a distribuição das obrigações emitidas, a maioria dos títulos (42,5%) foi parar às mãos de gestores de fundos. Por nacionalidade, 28,3% das obrigações foram compradas por investidores do Reino Unido, 19,2% por investidores franceses, italianos e espanhóis, e 16,2% para investidores nacionais.
“A forte procura mostra a confiança que os investidores têm na dívida nacional, o baixo spread que temos versus a Alemanha tem permitido fazer estas emissões com uma yield relativamente baixa”, destaca ainda Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, numa nota enviada aos jornalistas.
O preço da emissão ficou fechado em 3,074%, o equivalente à taxa midswap a dez anos (que esta manhã esteve a negociar ligeiramente abaixo dos 2,5%) acrescido de um spread de 55 pontos base, quando a previsão apontava para um spread de 57 pontos base.
Filipe Silva ressalva que, na última emissão sindicada a 10 anos realizada no início do ano passado “Portugal pagou um spread de 40 pontos base e os swap a 10 anos estavam nos 2,54%.”
A operação foi fechada ao início desta tarde numa altura em que a curva de rendimentos de Portugal registava uma queda das yields de todas as obrigações do Tesouro, por conta de uma procura dos investidores pela generalidade dos títulos de dívida da República. É isso que sucede justamente com o benchmark das obrigações a dez anos, que pouco tempo antes do fecho dos livros das ordens apresentava uma correção de 0,2 pontos percentuais da yield para os 3%.
Esta operação sindicada arrancou ontem, quarta-feira, logo de manhã, após o IGCP ter mandatado nove bancos para colocarem os títulos no mercado. Em breve o IGCP
Notícia atualizada às 15h09 com o preço final da operação.
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