Santa Casa da Misericórdia de Lisboa paga rendas por imóveis que não utiliza
Provedor da instituição dá conta de plano de alienações cujo objetivo é poder reinvestir a receita na reabilitação de imóveis e deixar de pagar rendas de quase dois milhões de euros.
O plano de reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) prevê a alienação de “cerca de 80 milhões de euros” de património, revelou o provedor Paulo Duarte de Sousa, numa entrevista ao Público (acesso condicionado) e à Rádio Renascença (acesso livre). Logo que a instituição consiga atingir os 100 milhões de tesouraria corrente, a receita que resultar dessa alienação é para ser reinvestida na própria carteira, particularmente na reabilitação de outros imóveis, com o objetivo de acabar com a despesa de quase dois milhões de euros em rendas, pagas a terceiros.
Paulo Duarte de Sousa deu o exemplo de um imóvel em Benfica que a SCML arrendava desde 2015 por 2.917 euros, mas que “nunca teve qualquer uso”, tendo entretanto já rescindido o contrato. Negociou também a rescisão antecipada dos contratos de arrendamento de dois de quatro armazéns que apoiavam a exploração na área dos jogos sociais, o que permitiu deixar de pagar “quase 30 mil euros por mês em rendas”. E antevê ainda deixar de pagar mais de 25 mil euros por mês por uma “área de acompanhamento de proximidade, na zona dos Olivais”, cujos serviços podem ser instalados num edifício devoluto da instituição.
Além dos ativos imobiliários, fazem parte do plano de alienações “um conjunto de participações que não eram estratégicas e que não acrescentavam valor nem rendimento à missão da Santa Casa”, como é exemplo a participação no Hospital CUF Belém, cujo processo foi concluído no ano passado, e “uma carteira de ações em títulos cotados, que não geravam rendimento” e estão agora a ser alienados, indicou ainda o provedor da instituição, que tomou posse em maio de 2024.
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