Israel e Hamas acordam cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

  • Lusa
  • 17:51

Acordo promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e que pessoas deslocadas em Gaza voltem para casa.

Israel e Hamas aceitaram esta quarta-feira um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.

O acordo, que acontece após semanas de negociações meticulosas na capital do Qatar, promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas em várias fases, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas em Gaza regressem ao que resta das suas casas.

Também permitirá a entrada da ajuda humanitária muito necessária na Faixa de Gaza.

O acordo põe, para já, fim a uma devastadora guerra de 15 meses na Faixa de Gaza e aumenta a possibilidade de acabar com os combates mais mortais e destrutivos entre as duas partes.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas deve entrar em vigor nos próximos dias.

Espera-se que o acordo forneça uma interrupção inicial de seis semanas nos combates, que deve ser acompanhada pela abertura de negociações para encerrar a guerra por completo.

Ao longo de seis semanas, 33 dos quase 100 reféns ainda em mãos do Hamas serão libertados após meses em cativeiro sem contacto com o mundo exterior, embora não esteja claro se todos estão vivos.

Por esclarecer está ainda quando e quantos palestinianos deslocados poderão regressar ao que resta das suas casas e se o acordo levará ao fim completo da guerra e à retirada total das tropas israelitas de Gaza – as principais exigências do Hamas para libertar os restantes refém em cativeiro.

Muitas questões de longo prazo sobre Gaza no pós-guerra permanecem, incluindo quem governará o território ou supervisionará a difícil tarefa de reconstrução.

Ainda assim, o anúncio de um cessar-fogo oferece o primeiro sinal de esperança em meses de que Israel e o Hamas podem pôr fim à guerra mais mortal e destrutiva que já travaram, um conflito que desestabilizou o Oriente Médio em geral e desencadeou protestos em todo o mundo.

O Hamas desencadeou a guerra após atacar Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 israelitas e sequestrando cerca de 250.

Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 46.000 palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, e forçou a deslocação de cerca de 90% da população de Gaza, desencadeando uma crise humanitária.

Mais de 100 reféns foram libertados de Gaza numa trégua de uma semana em novembro de 2023.

Israel frisa que há cláusulas do acordo de cessar-fogo em Gaza não fechadas

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou esperar concluir esta noite o acordo de cessar-fogo em Gaza, frisando que ainda há cláusulas por fechar.

“Perante a posição firme do primeiro-ministro Netanyahu, o [movimento islamita palestiniano] Hamas recuou na sua exigência de última hora para alterar a distribuição de forças no Corredor de Filadélfia”, refere o comunicado.

O chamado Corredor de Filadélfia é uma zona tampão desmilitarizada de 14 quilómetros de comprimento e 100 metros de largura, que se estende ao longo de toda a fronteira entre o Egito e Gaza.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu esta quarta-feira que o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza seja seguido de negociações para alcançar uma cessação permanente das hostilidades.

Mesmo antes do secretário de Estado norte-americano, reagir à informação, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu às redes sociais para chamar a si o sucesso das negociações, referindo que o Governo de Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre a libertação dos reféns israelitas, que será publicado “em breve”.

(Notícia atualizada às 18h53 com mais informação)

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