Gandra d’Almeida pede demissão do cargo de diretor executivo do SNS

  • ECO
  • 19:29

Diretor executivo do SNS terá acumulado funções incompatíveis e recebido mais de 200 mil euros. Ministério da Saúde aceitou demissão e anuncia sucessor "nos próximos dias".

António Gandra d’Almeida, diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pediu esta sexta-feira a demissão do cargo ao Governo, na sequência de uma reportagem da Sic Notícias que dava conta que o responsável terá recebido mais de 200 mil euros com a acumulação de funções incompatíveis. O pedido foi aceite pelo Ministério da Saúde que nomeará um sucessor “nos próximos dias”.

Foi hoje exibida uma reportagem num órgão de comunicação social que incide sobre a minha atuação profissional nos anos que precederam o exercício de funções como diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – 2021, 2022 e 2023″, cita o Público o pedido de demissão enviado à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Na sequência da mesma, diz, “(…) pedi, hoje mesmo, a Sua Excelência a Ministra da Saúde, que me dispense de imediato do exercício das minhas atuais funções“. António Gandra d’Almeida sucedeu a Fernando Araújo no cargo a 22 de maio do ano passado.

Segundo o responsável, a reportagem em causa “contém imprecisões e falsidades que lesam” o seu nome e, portanto, “a condição primeira para que possa servir, com toda a liberdade o SNS, os seus profissionais e os seus utentes, e honrar o convite que me foi feito pelo Governo”. Apesar das acusações, Gandra rejeita ter cometido “qualquer ilegalidade ou irregularidade”.

Momentos depois, o Ministério da Saúde divulgava um comunicado no qual informava ter aceitado o pedido do dirigente demissionário, informando que um sucessor será anunciado em breve.

“Atendendo às circunstâncias e a importância de preservar o SNS, a Ministra da Saúde aceitou o pedido de demissão. O novo diretor executivo do SNS será anunciado nos próximos dias“, lê-se no comunicado do gabinete de Ana Paula Martins.

De acordo com a notícia avançada esta sexta-feira pela Sic Notícias, no âmbito de uma investigação divulgada esta noite, Gandra terá exercido funções como médico tarefeiro em Faro e em Portimão enquanto era diretor da delegação regional do Norte do INEM, violando o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado.

Através de uma autorização do INEM que dava a garantia de que não iria receber vencimento, Gandra terá contornado essa regra. No entanto, de acordo com os documentos a que o canal noticioso teve acesso, o atual CEO do SNS recebeu mais de 200 mil euros pelos turnos.

A Sic Notícias informa que os contratos terão sido celebrados com a empresa que Gandra d’Almeida criou com a mulher e da qual era gerente, e detalha que os contratos informam que os serviços médicos são prestados pelo cirurgião geral nas unidades hospitalares e que esse trabalho valia 50 euros por hora.

(Notícia atualizada às 22h10)

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