Inapa Portugal falha plano de revitalização e deve seguir para insolvência

O administrador do processo informou que não é possível um programa de revitalização da empresa em Portugal, que emprega cerca de 200 pessoas.

Falharam as tentativas da Inapa Portugal para tentar recuperar a empresa. A distribuidora de papel em Portugal, que tinha apresentado um pedido para entrar em processo de revitalização especial (PER), numa tentativa de salvar a empresa na sequência da insolvência do grupo, não conseguiu viabilizar um plano de revitalização e deverá avançar para a insolvência.

O administrador judicial Bruno Costa Pereira, que também tinha ficado com o processo de insolvência do grupo, emitiu um requerimento onde vem “esclarecer que a devedora informou da impossibilidade de viabilização de um plano de revitalização, pelo que deve ser dado por encerrado o período de negociações”.

Falhado o PER, a Inapa Portugal, que emprega cerca de 200 trabalhadores, deverá ter a mesma sorte da holding, a Inapa IPG, e seguir para insolvência.

“Em face do exposto, o signatário protesta juntar aos autos parecer sobre se a devedora se encontra em situação de insolvência, nos termos do disposto no art. 17º-G, n.º 3 do CIRE, no prazo de 10 dias após auscultação da devedora e dos credores, tendo, para o efeito concedido prazo de cinco dias”, escreve o administrador judicial Bruno Costa Pereira.

Na sequência do pedido de insolvência entregue pela Inapa IPG, após uma falha de liquidez de 12 milhões de euros na Alemanha que forçou a empresa a entregar o pedido de insolvência no país, com repercussão em todo o grupo, a Inapa Portugal entrou com um pedido de PER no início de setembro.

Apesar da “situação de rotura iminente de tesouraria” da casa-mãe (Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A), a administração da empresa em Portugal considerava que era “possível recuperar a Inapa Portugal e mantê-la em atividade como uma sociedade economicamente rentável”, defendiam então os administradores.

Além disso, justificavam o pedido de PER com o “facto da situação financeira da Inapa Portugal, em particular a sua tesouraria, ter sido negativamente impactada pela declaração de insolvência da Inapa IPG, a sua acionista única, o que causou a antecipação do vencimento dos financiamentos da Inapa Portugal garantidos pela Inapa IPG, assim como uma maior dificuldade da Inapa Portugal em garantir abastecimento de papel junto dos seus fornecedores”, de acordo com o comunicado enviado à CMVM em setembro.

A decisão do administrador judicial surge um dia depois do caso Inapa ter levado ao parlamento o ex-CEO Frederico Lupi e o ex-presidente da Parpública, a maior acionista da empresa, com cerca de 45% do capital.

Lupi voltou a defender a sua gestão, atirando culpas à Parpública, acusando-a de não ter viabilizado nenhum dos planos de reforço de financiamento apresentados desde 2020, para fortalecer os capitais da Inapa.

Já Realinho Matos argumentou que os problemas da empresa eram muito maiores do que os “famosos” 12 milhões de que a empresa precisava para evitar a falência na Alemanha e disse que a onda de aquisições realizada pela companhia criou uma “situação impossível”.

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