Grupo Bernardo da Costa sobe salário mínimo para 1.025 euros brutos

Grupo Bernardo da Costa tenciona puxar salário mínimo para 1.500 euros até 2030, de acordo com o chairman, Ricardo Costa. "Salário emocional não substitui salário real", sublinhou o responsável.

O Grupo Bernardo da Costa decidiu subir este ano o seu salário mínimo para 1.025 euros brutos por mês, ficando 155 euros acima do salário mínimo nacional. O aumento foi anunciado pelo chairman, Ricardo Costa, esta terça-feira, na Employer Branding Conference, em Lisboa. Segundo o responsável, a intenção é chegar a uma remuneração mínima de 1.500 euros daqui a cinco anos.

Ricardo Costa, chairman do Grupo Bernardo da Costa, na Employer Branding Conference.Talent Portugal

O salário é fundamental e nunca confundam o salário emocional com o salário real. Nem salário emocional pode substituir o salário real. É, por isso, que tivemos sempre um salário mínimo acima do salário mínimo nacional. Este ano, vai estar em 1.025 euros e temos o objetivo de chegar a 2030 com 1.500 euros de salário mínimo no Grupo Bernardo da Costa“, sublinhou Ricardo Costa.

Por acordo entre o Governo, as confederações empresariais e a UGT, o salário mínimo nacional subiu este ano de 820 euros para 870 euros. Mas várias empresas já informaram que as suas remunerações mais baixas serão mais atrativas do que esse valor, entre as quais se conta agora o Grupo Bernardo da Costa.

Numa entrevista ao ECO em setembro, o chairman desse grupo já tinha deixado claro que é preciso subir os salários praticados em Portugal, realçando que as empresas têm margem para o fazer, ainda que a carga fiscal atual dificulte esta trajetória, disse.

Esta terça-feira, Ricardo Costa enfatizou também que o que os trabalhadores desejam, neste momento, é “sentirem-se valorizados e que são ouvidos”, defendendo que, quando se aposta em “atrair os melhores, os resultados aparecem“.

Ricardo Costa foi pioneiro ao ter criado o primeiro departamento da felicidade do país e lançou em 2024 um livro sobre o tema – “A felicidade é lucrativa”. Na Employer Branding Conference, esclareceu, contudo, que o objetivo desse departamento não é fazer ninguém “feliz à pressão”.

Esqueçam a tirania da felicidade“, declarou. Antes, o objetivo é fazer com que os trabalhadores se sintam bem e que encontrem na empresa um ambiente de trabalho que os fazem sentir assim.

Só jovens desejam flexibilidade? “É mito”

Stefan Müller-Nedebock, talent attraction & employer dranding da Universum, na Employer Branding Conference.Talent Portugal

Na conferência que teve lugar no campus da Faculdade de Economia da Universidade de Lisboa, participou também Stefan Müller-Nedebock, da agência Universum, que é especializada em employer branding.

O especialista foi explicar como construir uma proposta de valor de empregador, tendo esclarecido que nem todas as organizações têm de fazer essa aposta. Para empresas pequenas que fazem recrutamentos tímidos, por exemplo, poderá não fazer sentido fazer esse esforço. Já, no caso de organizações maiores que até recrutam em vários países, a necessidade impõe-se.

Construir essa proposta de valor serve dois propósitos, identificou Stefan Müller-Nedebock: cria a base da comunicação interna e externa de uma organização e molda a experiência do candidato e do empregado. “O empregador tem de cumprir a promessa subjacente à sua proposta de valor”, avisou o especialista.

O responsável da Universum alertou também que não há uma estratégia que sirva para todas as empresas e para todos os trabalhadores. Por exemplo, entre os alunos do setor tecnológico dos Estados Unidos, a segurança no trabalho é o fator mais valorizado. Mas entre aqueles que estudam sobre finanças, é o salário o fator mais atrativo.

Por outro lado, Stefan Müller-Nedebock assinalou que “é um mito que a flexibilidade seja apenas desejada pelos mais jovens“. Disse, aliás, que são as pessoas que estão a meio da sua carreira que a querem mais, tendo em conta a fase de vida que atravessam.

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