192,7 mil milhões de euros: nunca as famílias guardaram tanto dinheiro no banco

Depósitos bancários cresceram 12,9 mil milhões de euros no ano passado, o valor mais elevado desde a crise financeira de 2008.

As famílias portuguesas nunca tiveram tanto dinheiro guardado no banco: 192,7 mil milhões de euros era o montante que estava aplicado em depósitos bancários em dezembro do ano passado, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Em 2024, os depósitos tiveram um reforço de 12,9 mil milhões de euros, à boleia da remuneração atrativa oferecida pelos bancos, correspondendo ao aumento mais pronunciado desde 2008, ano da crise do subprime nos EUA.

Aproximadamente 112,5 mil milhões de euros estavam aplicados em depósitos a prazo no final do ano passado, cerca de 60% do total das poupanças guardadas no banco, depois de um aumento de 13,4 mil milhões em 2024. Cerca de 80,2 mil milhões estavam ‘parados’ em contas à ordem, menos 500 milhões face há um ano.

Nos últimos dois anos, por força da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação, os bancos subiram a remuneração dos depósitos a prazo, atraindo as poupanças das famílias. Mas da mesma forma que aumentar as taxas dos depósitos, já estão a baixar devido ao alívio do BCE desde o verão passado.

O Banco de Portugal nota que desde 2020 que o crescimento dos depósitos vinha a desacelerar, tendo mesmo sido registado um decréscimo de 1,4% em 2023. “Em 2024, esta tendência inverteu-se, observando-se uma taxa de variação anual de 7,3%”, observa o regulador.

No que diz respeito às empresas, o montante de depósitos totalizava os 69,4 mil milhões de euros, mais 5,3 mil milhões do que no final de 2023.

Depósitos de particulares atingem 193 mil milhões

Fonte: Banco de Portugal

Norte e Lisboa concentram 58% dos depósitos das famílias

O Banco de Portugal adianta ainda que as regiões do Norte e de Lisboa concentravam a maior parte dos depósitos dos particulares, com 57 mil milhões de euros e 55 mil milhões, respetivamente.

Nos depósitos de empresas, há uma troca de posições: Lisboa (28 mil milhões de euros) detinha a maior parcela dos depósitos, seguida da região Norte (21 mil milhões), segundo os dados do supervisor. As duas regiões concentram 70% do total de depósitos das empresas.

(Notícia atualizada às 11h38)

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