Grupo Indra compra operadora de satélites espanhola por 725 milhões de euros

A empresa liderada por Vasco Mendes de Almeida em Portugal adquiriu a Hispasat, que opera satélites e distribui canais de televisão.

O grupo espanhol Indra assinou esta segunda-feira um acordo com a Redeia Corporación para a aquisição de uma participação maioritária (89,68%) na operadora de satélites Hispasat, que presta serviços de televisão digital terrestre em Portugal, por 725 milhões de euros. O negócio significa a entrega do controlo espacial de Espanha à Indra.

Para este acordo, a empresa com sede em Alcobendas, que emprega mais de 600 pessoas em Portugal através da tecnológica Minsait, garantiu um financiamento total de 700 milhões de euros, sendo o montante remanescente (25 milhões de euros) foi coberto com o saldo existente nos cofres da Indra.

A transação está sujeita ao cumprimento de diversas condições precedentes e de natureza regulatória, tanto em Espanha como noutras jurisdições, bem como à aprovação pela Assembleia Geral de acionistas da Indra. A partir daí, proceder-se-á à celebração dos acordos para a consolidação da Hisdesat Servicios Estratégicos S.A. pela Indra.

A Hisdesat tem como acionistas a Hispasat, a operadora de comunicações por satélite (43%) que agora passará para o controlo da Indra, a empresa pública ISDEFE, do Ministério da Defesa de Espanha (30%), a Airbus Defence & Space (15%), a própria Indra (7%) e o grupo Sener (5%).

A empresa-alvo (Hispasat) faz difusão e distribuição de conteúdos audiovisuais em espanhol e português, incluindo a transmissão de plataformas digitais de Direct Home Television (DTH) e High Definition Television (TVAD). Por exemplo, é a responsável pela distribuição dos canais AMC Networks em Portugal no âmbito de um acordo com a Telefónica Servicios Audiovisuales.

Presente em Portugal desde 1997, a Indra – liderada por Vasco Mendes de Almeida e especializada em segurança, gestão de tráfego aéreo, satélites para defesa e tecnologia – conta com escritórios em Lisboa, Porto e Amarante. Nos primeiros nove meses de 2024, a Indra teve um lucro líquido de 184 milhões de euros, o que representa uma subida de 26% em termos homólogos. As receitas registaram um crescimento de 13% devido às áreas de Defesa, Gestão de Tráfego Aéreo e Mobilidade, para as quais o aumento também a dois dígitos.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 21% até setembro, comparativamente ao mesmo período do ano passado, e a carteira de encomendas manteve-se acima dos 7 mil milhões de euros.

O plano estratégico da Indra, apresentado durante o Capital Markets Day em 2024, define a meta de seis mil milhões de faturação em 2026, mais 40% do que o recorde de 2023, e dez mil milhões em 2030. Entre as ‘linhas mestras’ para os próximos seis anos estão ainda 3,1 mil milhões de investimento em I&D para tecnologias de última geração.

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