Guerra comercial penaliza bolsas da Europa. Bolsa de Lisboa não resiste às quedas
Política tarifária de Trump abalou os mercados esta segunda-feira. A declaração do presidente norte-americano de que "eles [europeus] não compram os nossos carros" penalizou o setor automóvel.
A semana começou azeda nos mercados financeiros da Europa. A bolsa de Lisboa encerrou a sessão desta segunda-feira em terreno negativo, em linha com o sentimento negativo que viveu na maioria das praças da Europa desde a manhã. O PSI começou o dia com perdas tímidas e terminou as primeiras negociações da semana com uma desvalorização de 0,89% para os 6.466,51 pontos.
Os pesos-pesados da bolsa, como o BCP, a EDP e a Galp, registaram quedas superiores a 2%. As ações do banco liderado por Miguel Maya tombaram 2,35% para 49 cêntimos cada, a empresa de energia de Miguel Stilwell perdeu 2,10% para 8,85 euros e a petrolífera resvalou 2% para 15,89 euros.
O anúncio do aumento de taxas aduaneiras pelos EUA, no fim de semana, abalou os mercados. No entanto, Donald Trump acabou por atrasar a imposição de taxas adicionais sobre as importações norte-americanas vindas do México após um acordo com a líder mexicana. O novo presidente da maior economia do mundo anunciou a 1 de fevereiro a implementação de tarifas de 25% sobre os bens importados do Canadá e do México e de 10% da China.
“Setores como o tecnológico e o automóvel estão entre os mais penalizados. O das criptomoedas também se apresenta afetado, com a Bitcoin a ficar abaixo dos 95 mil dólares. O presidente americano promete avançar em breve com tarifas sobre a União Europeia e os investidores receiam que as taxas gerem maiores pressões inflacionistas”, explicou o analista Ramiro Loureiro, do BCP, em research de mercado.
Além do PSI, no resto da Europa, reinou também o pessimismo. O índice alemão DAX caiu 1,5%, o espanhol IBEX 35 desceu 1,3%, o francês CAC 40 desvalorizou 1,2%, o neerlandês AEX perdeu 0,62%, o italiano FTSE MIB seguiu a mesma onda encarnada (-0,69%) e o britânico FTSE 100 resvalou 1,04%. O Euro Stoxx 50, das cotadas da zona euro, fechou com uma desvalorização de 1,26%.
As fabricantes automóveis tremeram com as ameaças de Donald Trump. A Volkswagen afundou mais de 4% e a Mercedes Benz caiu 2,9% na praça de Frankfurt, depois de o presidente norte-americano ter dito que as taxas sobre produtos da União Europeia podem avançar “muito em breve”.
“Eles [na UE] não compram os nossos carros, não compram os nossos produtos agrícolas, não levam quase nada e nós compramos tudo deles: milhões de carros, enormes quantidades de alimentos e produtos agrícolas“, disse ontem Donald Trump aos jornalistas, à chegada a Maryland vindo da Flórida.
Quanto às matérias-primas, o preço do ouro negro está a descer menos de 1% e mantém-se abaixo dos 80 dólares por barril. O valor do WTI, produzido no Texas, desce 0,12% para os 72,44 dólares por barril, enquanto a cotação do barril de Brent – que serve de referência para a Europa – desvaloriza 0,30% para os 75,44 dólares.
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