Em atualização Pinto Luz rejeita pressões: “Fico profundamente preocupado com concursos que só têm um concorrente”

O PS questionou o ministro das Infraestruturas sobre se tinha sofrido pressões de José Luís Arnault e António Pires de Lima. Pinto Luz garantiu que só defende o interesse público.

O Governo pretende adotar um modelo diferente para a concessão da linha de alta velocidade Lisboa – Elvas, que fará a ligação a Madrid. Além da construção, quer incluir também a exploração, o que pode suscitar o interesse de operadores como a Brisa ou a Vinci, dona da ANA. O PS quis saber se o ministro das Infraestruturas tinha sido pressionado pelas empresas. Miguel Pinto Luz não gostou.

O deputado José Carlos Barbosa questionou o ministro, que está a ser ouvido esta quarta-feira na Comissão de Economia e Obras Públicas, se tinha sido pressionado por José Luís Arnault, presidente do conselho de administração da ANA e por António Pires de Lima, CEO da Brisa.

José Carlos Barbosa questionou ainda o facto de o consórcio Lusolav, que reúne sete construtoras portuguesas, ter apresentado as únicas propostas aceites para os dois primeiros troços da linha de alta velocidade Porto-Lisboa. A proposta para o segundo troço foi, entretanto, chumbada preliminarmente pelo júri.

Miguel Pinto Luz reagiu de imediato, considerando “uma vergonha” a insinuação deixada pelo deputado socialista. “Não lhe admito”, acrescentou.

Mais tarde, já na fase de resposta final às questões colocadas na audição regimental, afirmou que fica “profundamente preocupado com concursos públicos que só têm um concorrente”. “Não tenho estados de alma sobre o consórcio A ou B. Estou na política de forma agnóstica. Só me interessa o interesse público e dos portugueses”, completou.

“O bom nome é o único ativo que levamos da política. Sempre que o meu bom nome for atacado vou-me defender”, disse, voltando a considerar José Carlos Barbosa atuou “de forma vil e baixando o nível da discussão”.

Investimentos prioritários na rodovia

Durante o período de respostas finais, o secretário de Estado dos Transportes, Hugo Espírio Santo, afirmou que “o Ministério decidiu propor ao Governo um conjunto de investimentos prioritários que terão de ir a Conselho de Ministros”.

Desses investimentos fará parte a conclusão da A13, o redesenho do IP3 para ter perfil de duas faixas em cada sentido, a A26, a variante de Santa Comba Dão (também em perfil de 2 por 2), ou o reforço da ligação rodoviária a Ponte de Sôr, “que tem hoje uma grande atividade em torno do polo de aviação e que merece ter muito mais acesso do que aquilo que tem”, disse Hugo Espírito Santo.

O secretário de Estado já tinha afirmado no final de janeiro que a Infraestruturas de Portugal vai investir “nos próximos dois anos cerca de 2.000 milhões”, na rodovia, defendendo o recurso ao modelo de concessões.

Em relação à ferrovia, afirmou que os planos para a Linha da Beira Alta estão a decorrer como previsto e que foi pedido à Infraestruturas de Portugal para avaliar a conversão de parte da Linha do Vouga para bitola ibérica, a sua eletrificação e ligação à Linha do Norte.

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