Bruxelas vai propor flexibilização das regras orçamentais para aumentar gastos com defesa
Von der Leyen anunciou em Munique que a Comissão vai propor que se ative novamente a chamada "cláusula de escape" para os Estados-membros reforçarem o investimento em defesa.
A Comissão Europeia vai propor a flexibilização das regras orçamentais para permitir que os Estados-membros aumentem os gastos com defesa, segundo anunciou esta sexta-feira a presidente, Ursula von der Leyen, na Conferência de Segurança de Munique.
“Em crises anteriores, demos aos Estados-membros maior espaço orçamental ao ativar a cláusula de escape. (…) Estamos agora noutro período de crise que justifica uma abordagem semelhante. Vou propor ativar a cláusula de escape para investimentos em defesa”, anunciou von der Leyen perante uma plateia onde se encontrava uma delegação americana liderada pelo vice-presidente JD Vance.
“Isto permitirá aos Estados-membros aumentar substancialmente as suas despesas com defesa. Faremos de forma controlada e condicional”, explicou de seguida.
A presidente da Comissão considera que a Europa “precisa de uma abordagem mais ambiciosa” no que toca a investimentos na defesa. “Os nossos gastos com defesa aumentaram de cerca de 200 mil milhões antes da guerra para perto de 320 mil milhões no ano passado. Precisamos de aumentar este número de forma considerável outra vez”, referiu Ursula von der Leyen.
A proposta faz parte de um pacote mais vasto de ferramentas que a Comissão irá apresentar e que terá em conta a situação específica de cada Estado-membro em relação aos atuais gastos com defesa e a sua situação orçamental.
Von der Leyen defendeu “um pacote de defesa massivo”, mas com uma abordagem coordenada a nível europeu na definição das prioridades de investimento. “Isto permitirá investimentos em projetos de defesa muito necessários e de interesse europeu comum”, sublinhou.
No ponto da defesa, referiu-se ainda à Ucrânia e ao plano dos EUA para acabar com a guerra. Disse que “uma Ucrânia falhada enfraquecerá a Europa, mas também enfraquecerá os EUA”, e revelou que pretende acelerar o processo de adesão do país à UE.
“Guerra comercial não faz sentido”
A líder do executivo europeu abordou ainda o tema das tarifas. “Se forem injustificadas, vão ter uma resposta”, assegurou von der Leyen, que voltou a mostrar disponibilidade para um entendimento com os EUA.
“Guerras comerciais e taxas aduaneiras punitivas não fazem qualquer sentido. As tarifas funcionam como um imposto, aumentam a inflação e aqueles que vão ser mais atingidos serão os trabalhadores das empresas, as classes de rendimentos médios de ambos os lados”, explicou.
“Não é positivo e queremos evitar que isto aconteça”, acrescentou. “Estamos preparados para chegar a um acordo que funcione para ambos, para que nos tornemos mais prósperos e mais seguros”.
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