António Costa diz que UE deve negociar nova arquitetura de segurança com a Rússia

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

"As negociações sobre a nova arquitetura de segurança devem ter em conta que a Rússia é uma ameaça global, não apenas uma ameaça para a Ucrânia", afirma Costa.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta segunda-feira que a União Europeia (UE) deve participar nas negociações com a Rússia para colocar um fim à guerra na Ucrânia, de forma a conceber a futura arquitetura de segurança da Europa.

A posição de Costa foi manifestada numa entrevista ao jornal Financial Times publicada antes da da reunião extraordinária em Paris que acontece esta segunda-feira entre os líderes europeus para abordar a segurança e a defesa do continente, após os representantes dos Estados Unidos e da Rússia terem demonstrado abertura para iniciar negociações sobre o conflito na Ucrânia, na Arábia Saudita.

“Se [o Presidente dos EUA, Donald] Trump quer realmente que os europeus assumam uma maior responsabilidade pela sua própria segurança, então é claro que os europeus devem ser fundamentais na conceção da nova arquitetura de segurança“, disse Costa ao jornal britânico.

“Não se trata apenas da Ucrânia”, disse Costa, que representa os 27 líderes do bloco, numa entrevista durante a Conferência de Segurança de Munique, que aconteceu no fim de semana.

“As negociações sobre a nova arquitetura de segurança devem ter em conta que a Rússia é uma ameaça global, não apenas uma ameaça para a Ucrânia”, disse.

No sábado, o enviado de Trump à Ucrânia, Keith Kellogg, disse que os países europeus não teriam lugar à mesa das negociações, mas as suas opiniões poderiam ser tidas em conta.

É claro que são necessárias negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Mas esta guerra na Ucrânia não é apenas sobre a Ucrânia. É sobre a segurança europeia.

António Costa

Presidente do Conselho Europeu

“É claro que são necessárias negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Mas esta guerra na Ucrânia não é apenas sobre a Ucrânia. É sobre a segurança europeia”, insistiu Costa.

Antes da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que a NATO reduzisse as suas deslocações de defesa nos Estados da Europa de Leste.

Costa disse ainda que a Rússia “é claramente uma ameaça à soberania do Báltico”, na fronteira leste do continente europeu.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse no domingo estar preparado para enviar tropas britânicas para a Ucrânia com o objetivo de ajudar a garantir a segurança daquele país.

“O Reino Unido está pronto para desempenhar um papel de liderança na aceleração do trabalho em garantias de segurança para a Ucrânia. Isto inclui um maior apoio ao exército ucraniano (…), mas também significa estar pronto para contribuir com as garantias enviando as nossas próprias tropas para o solo, se necessário”, disse Starmer num artigo do jornal The Telegraph.

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