“É tempo de refundar o Banco de Fomento”, diz Pedro Reis. “Não há espaço para errar”
Na apresentação do Plano de Ação do Banco de Fomento, o CEO Gonçalo Regalado garantiu que o BPF é um banco das empresas e prometeu agilidade nas decisões.
“É tempo de refundar o Banco de Fomento”, disse esta segunda-feira o ministro da Economia na apresentação do Plano de Ação do Banco Português de Fomento. Numa intervenção de “suporte institucional total”, Pedro Reis frisou que a “expectativa é elevada”. “Não há espaço para errar”, alertou o responsável, que deixou seis desafios à nova administração.
Questionado sobre quanto tempo tem para provar o que vale, o novo CEO explicou que a sua equipa tem “mil dias para entregar ao país um banco sólido”. Gonçalo Regalado reiterou ao longo da sua apresentação que pretende que o Banco de Fomento seja um banco das empresas e que quer tornar o banco mais ágil.
Pedro Reis na sua intervenção inicial deixou um caderno de encargos a Gonçalo Regalo e à sua equipa:
- Ter capacidade de se constituir como agência de crédito à exportação;
- Conseguir operacionalizar o instrumento de obrigações grupadas, podem ir mais longe do que apenas o Turismo com suporte de garantias públicas;
- Ativar garantias que tenham aprovação simultânea do PRR e do PT2030;
- Ter capacidade de reforçar o portfolio de garantias para mobilizar o financiamento. Ir tão longe quanto possível nas parcerias de member state compartment com o BEI e FEI
- Alargar e redesenhar a rede de parcerias internacionais. Pedro Reis sublinhou a vista, na semana anterior aos Emiratos Árabes Unidos, que demonstraram um alto interesse em estabelecer uma parceria estratégica com o BPF. “Queremos fazê-lo com mais países”, disse Pedro Reis.
- Reforçar os instrumentos de capital e de investimento. Pedro Reis sublinhou que a Portugal Ventures tem um importante papel para ajudar a lançar empresas ao do arranque (seed e pré-seed), apresentando um bom track record nesse modelo.
O ministro da Economia sublinhou a que a nova equipa do BPF “tem experiência bancária e complementar nas suas valências e com track recorde internacional”.
“Esperamos que seja uma equipa com integridade, atuação prudente e com alto nível de profissionalismo, com proximidade às empresas e articulação, que deve fazer com complementaridade virtuosa com a banca comercial”, disse Pedro Reis.
No início de fevereiro o ministro Adjunto e da Coesão, Castro Almeida, já tinha dado voz ao descontentamento do Executivo face ao Banco de Fomento dizendo que este “não teve o impacto esperado na economia nacional”, mas que o Governo não o pretendia deixar cair e estava “apostado em relançá-lo”.
Um relançamento que parece ter tido uma expressão pública esta segunda-feira com a apresentação do Plano de Ação, pelo qual esta administração vai ter de responder. Agradecendo e reconhecendo o trabalho da equipa anterior Pedro Reis disse que “o papel do BPF é de se reencontra e relançar” de modo a ter “competitividade nos seus produtos”, com linhas que colmatem as falhas de mercado, calibrando “as soluções com o devido apetite de risco como se espera de um banco promocional”.
O ministro disse que cabe a esta nova equipa ajudar a economia portuguesa a crescer e a internacionalizar-se, a reindustrializar-se, a executar os fundos europeus e a agenda climática e digital, e a procurar novos mercados.
“A expectativa é elevada. Não há espaço para esperar ou errar. O momento de refundar o Banco Português de Fomento é agora. Há um conceito por provar e uma realidade por justificar”, concluiu.
(Notícia atualizada com mais informação)
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