Galp tomba 4,4% após divulgar perspetivas em baixa para 2025
A Galp espera atingir um EBITDA de, pelo menos, 2,5 mil milhões de euros em 2025, comparando em baixa com os 3,297 mil milhões de euros em 2024.
A Galp GALP 0,00% está a desvalorizar 4,37% para os 15,33 euros, e já chegou a tocar os 15,27 euros. Uma quebra justificada por algumas perspetivas em baixa e resultados que defraudaram também as expectativas.
“A ação está a reagir às perspetivas fracas para 2025 tendo em conta a manutenção pesada nos segmentos de upstream e downstream e também cenários de preços em baixa para a refinação“, aponta Ahmed Ben Salem, analista da Oddo BHF, em declarações ao ECO/Capital Verde.
Num vídeo no qual a co-CEO, Maria João Carioca, se debruça sobre os resultados divulgados esta segunda-feira, a mesma indica que a Galp espera atingir um EBITDA de, pelo menos, 2,5 mil milhões de euros em 2025, comparando em baixa com os 3,297 mil milhões de euros obtidos em 2024. Já a previsão da empresa para o cashflow operacional é de 1,6 mil milhões de euros em 2025, também abaixo dos 2,1 mil milhões atingidos em 2024.
Em 2025, a produção do grupo deverá cifrar-se nos 105 mil barris por dia, descrito por Carioca como “ligeiramente” abaixo dos níveis de 2024, na sequência de um processo de manutenção extraordinário que decorrerá este ano.
Em paralelo, a folha de resultados mostra que o EBITDA ajustado caiu 4% para os 688 milhões de euros no quarto trimestre, abaixo da média de 715 milhões de euros que era apontada por 20 analistas, aponta a Reuters. “O aumento de dividendos maior que o esperado, o quarto trimestre fraco e as perspetivas para 2025 vão levar a downgrades“, afirma a casa de investimento Jefferies, citada pela mesma agência noticiosa.
“Embora os resultados sejam satisfatórios, não foram brilhantes (nem péssimos) o que poderia levar a um aumento na volatilidade no preço das ações”, complementa Henrique Tomé, analista na XTB. O mesmo acredita que o preço das ações está a corrigir “ao mesmo tempo que o preço do Brent também tem vindo a corrigir”.
João Queiroz, responsável de Trading no Banco Carregosa, afirma que os itens nos quais a petrolífera pode colher uma apreciação mais negativa são o Ebitda e margens em declínio. “A deceção dos mercados está relacionada com o declínio de lucros e margens, apesar do forte cash flow e da forte redução de dívida (…). O mercado tende a reagir negativamente a reduções no lucro”, escreve Queiroz.
O lucro do quarto trimestre caiu 75% face ao período homólogo, para 71 milhões de euros. A Galp fechou 2024 com lucros de 961 milhões de euros, menos 4% do que em 2023, ano em que tinha alcançado um resultado líquido recorde superior a mil milhões de euros, revelou a empresa esta segunda-feira.
O Ebitda caiu 7% entre 2023 e 2024, dada a produção e preços mais baixos. A produção reduziu 11% entre os dois anos, “sobretudo tendo em conta a venda de ativos em Moçambique e e o declínio natural dos ativos no Brasil”, observa o responsável do Banco Carregosa. Em paralelo, as margens de refinação decresceram de 6,1 dólares por barril de óleo equivalente, no terceiro trimestre, para 5,2 dólares por barril.
A agravar o cenário está o desempenho da área de renováveis, cujo Ebitda desceu 64% de 2023 para 2024, para 9 milhões de euros, tendo apresentado um “pobre desempenho”, considera João Queiroz.
“Apesar dos ventos contrários atuais e das perspetivas, a posição financeira da Galp mantém-se robusta, com redução da dívida e retornos ‘amigáveis’ para os investidores. Se os preços do Brent estabilizarem e as margens de refinação melhorarem, e as renováveis retomarem o momentum, a ação pode ver subidas em 2025″, conclui.
(Notícia atualizada às 16:41 com mais informação)
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