“Queremos entrar no capital de uma empresa por ano”, diz CEO da Matoaka

Consultora de Paulo Lima, Sara do Ó e Miguel Marecos, que criou site para compra e venda de micro e PME, vai integrar a área de M&A de uma auditora nacional e lançar-se no ‘equity’ este ano.

MatoakaMatoaka

A empresa portuguesa Matoaka, que faz consultoria a micro e pequenas e médias empresas (PME) e criou um site para compra e venda de negócios, está prestes a iniciar uma parceria com uma auditora para a área de fusões e aquisições (M&A) e a tornar-se investidora.

Com uma ‘tribo’ de oito pessoas, a Matoaka criou uma plataforma digital de M&A (Transfer) e um departamento de consultoria moderna (Energize) no final de 2023 e fechou o primeiro ano completo de atividade com quatro negócios assinados – três operações de compra/venda realizadas diretamente no site e outra offline – e seis clientes de assessoria. Agora, a empresa cofundada por Sara do Ó, presidente do conselho de administração da Ó Capital, está pronta para dar o salto e tornar-se também acionista das empresas que vai assessorando.

“Queremos participar numa das empresas que vamos apoiar. Queremos fazer parte da estrutura de equity de uma empresa que vamos apoiar, sem ter success fees, portanto apenas trocar equity pelo nosso serviço e entrar no capital de, pelo menos, uma empresa por ano. Mostra a nossa lógica de tribo. Estamos na fase a negociar com uma empresa. Já fizemos a nossa proposta, mas ainda não está fechado”, avançou ao ECO o sócio e co-CEO da Matoaka, Paulo Lima.

O plano passa também por iniciar em breve uma colaboração com uma auditora para que a empresa fique corresponsável pela área de M&A das micro e PME, a maior franja do tecido empresarial português. O acordo, que surgiu por convite, implica agilizar operações entre empresas de valor mais elevado do que trabalhavam até então. O nome da auditora ainda está sob anonimato.

“A partir do final do primeiro semestre [2024], começámos a ter mais reconhecimento, a atrair micro e PME e a acreditar que podíamos avançar para empresas com uma dimensão um pouco maior. Sem entrar nas grandes, mas ir além do intervalo de avaliações que temos na plataforma (150 mil euros a 1,5 milhões de euros) para as que valem entre 1,5 milhões de euros e 10 milhões de euros. São empresas que não têm um espaço concreto no mercado de M&A, porque as Big Four não se focam nestes volumes”, detalha o co-CEO da empresa que foi batizada com o nome de nascença da Pocahontas.

"Vamos trabalhar com empresas que valem entre 1,5 e 10 milhões de euros, que não têm um espaço concreto no mercado de M&A, porque as Big Four não se focam nestes volumes.”

Paulo Barata Lima

Sócio e co-CEO da Matoaka

Paulo Lima começou a carreira profissional na Deloitte e participou na fundação de uma startup que se dedicava a ajudar marcas a expandir e através da qual trabalhou com a Fitness Hut ou a Prego Gourmet. Mais tarde, em 2015, lançou-se no ramo da restauração enquanto managing partner do grupo NovaCasta, que explora em Portugal insígnias como 100 Montaditos, Pomodoro e Red – We like it raw. Neste projeto, conta com a coliderança de Miguel Marecos.

É um fervoroso defensor do empreendedorismo por aquisição, o que quase faz reviver da história da Pocahontas (Matoaka) quando a indígena salva o colono inglês John Smith da morte em 1607. Tudo porque acredita que é “muito difícil começar do zero”, que existe “imenso espaço de consolidação” e o país beneficiaria “imenso” desses processos por uma questão de escala ou salvação.

“Ganha-se dimensão. Há exemplos de empresas que se tivessem feito fusões com concorrentes não teriam tido resultados tão prejudiciais e até evitariam o encerramento. Basta vermos que estão a diminuir o número de criações de novas empresas e a aumentar as insolvências. Muitas vezes, adquirir para mudar para crescer é um caminho mais fácil do que o do empreendedorismo tradicional”, garante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Queremos entrar no capital de uma empresa por ano”, diz CEO da Matoaka

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião