Chineses avançam com “investimento histórico” em Sines. Fábrica de baterias pode valer mais de 4% do PIB
A unidade de produção de baterias de lítio da chinesa CALB representa um investimento aproximado de dois mil milhões de euros e irá criar 1.800 empregos diretos. Estará totalmente operacional em 2028.
Três anos depois dos primeiros contactos entre Portugal e China, a chinesa CALB, uma das maiores fornecedoras mundiais de baterias para carros elétricos, avança com um “investimento histórico para a economia verde em Portugal”, avaliado em cerca de dois mil milhões de euros. A empresa sediada em Changzhou vai começar a construir este ano uma fábrica de baterias de lítio de última geração em Sines.
A unidade de produção da CALB, no litoral alentejano, deverá criar 1.800 empregos diretos e ter um impacto significativo na economia portuguesa, podendo representar mais de 4% do PIB nacional quando atingir a capacidade total de produção de baterias de iões de lítio, que são essenciais para o desenvolvimento do mercado europeu de veículos elétricos. Assim, poderá dar um contributo maior para a economia nacional do que a fábrica da Autoeuropa, da Volkswagen.
A previsão dos investidores é que a fábrica esteja totalmente operacional em 2028 e tenha capacidade de produção de 15 Gigawatts-hora (GWh) de armazenamento de energia. Ainda assim, segundo o Jornal de Negócios,daqui a três anos, a CALB prevê ampliar as instalações de Sines para 45 GWh e até poderá haver uma terceira fase do projeto para igualar a fábrica da Tesla na Europa.
“Estamos entusiasmados por trazer este grande projeto para Sines, contribuindo para o futuro da energia verde em Portugal e apoiando a transição do setor automóvel europeu para os veículos elétricos. A nossa fábrica não só criará novos empregos, como também colocará Portugal na vanguarda da produção de baterias para veículos elétricos na Europa“, afirmou a presidente do conselho de administração da CALB, Liu Jingyu, citada em comunicado.
Para a CALB, esta é uma etapa decisiva no “compromisso com a inovação e a liderança tecnológica” na área das energias amigas do ambiente e reforça a “responsabilidade no caminho da segurança energética, do crescimento económico e do desenvolvimento sustentável”. Até porque terá um papel “fundamental” no fornecimento de baterias para o setor europeu da mobilidade elétrica, onde há crescente procura por soluções de energia limpa.
O lançamento oficial deste que é “um dos maiores investimentos estrangeiros feitos em Portugal nas últimas décadas” vai ser feito ao início da tarde na próxima segunda-feira, 24 de fevereiro, numa cerimónia marcada para o Técnico Innovation Center, em Lisboa, e que será presidida pelo ministro da Economia, Pedro Reis.
Em entrevista ao semanário Expresso, a presidente da CALB, Liu Jingyu, explicou mais concretamente os motivos da aposta no país: “O porto de Sines, em particular, oferece vantagens logísticas excecionais, com o seu porto de águas profundas, operações 24 horas por dia, e a maior plataforma de transporte ferroviário de mercadorias em Portugal“.
Em 2023, o Jornal Económico avançou que o projeto de construção desta mega fábrica do grupo CALB poderia estar a ser reequacionado devido à decisão de afastar a Huawei das redes 5G nacionais. O ministro da Economia acabou por desdramatizar os riscos de Portugal poder perder este investimento, durante uma comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação: “Não recebemos qualquer indicação da CALB de que o investimento estivesse em risco“, referiu.
A CALB assinou o memorando de entendimento com uma subsidiária da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em 2022.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Chineses avançam com “investimento histórico” em Sines. Fábrica de baterias pode valer mais de 4% do PIB
{{ noCommentsLabel }}