Caixa alcança lucro recorde e entrega dividendo “mais elevado de sempre” ao Estado

Lucro do banco público subiu 34% no ano passado para recorde de 1,74 mil milhões de euros. E vai entregar o maior dividendo de sempre ao Estado: 850 milhões.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros recorde de 1,74 mil milhões de euros em 2024, o que representa uma subida de 34% em relação ao ano anterior, segundo anunciou esta quinta-feira.

O CEO do banco público, Paulo Macedo, anunciou em conferência de imprensa que vai propor à assembleia geral entrega de um dividendo de 850 milhões de euros ao acionista único, o Estado, “o mais elevado de sempre”, destaca a instituição.

Margem cai, menos imparidades ajudam

Apesar do lucro recorde, a margem financeira caiu 3,2% para 2,78 mil milhões de euros, com a atividade a sentir o impacto da descida das taxas de juro. “A queda seria maior se não tivéssemos mais volume, que compensou parcialmente esta descida”, explicou o gestor.

A subida das comissões em quase 3% para 743,2 milhões ajudou a mitigar a redução da margem, mas não o suficiente para travar a queda de 2,8% do produto bancário para 3,5 mil milhões.

Os custos de estrutura aumentaram 4,2% para 1,06 mil milhões de euros, apesar de os gastos com pessoal terem recuado quase 6% para 593 milhões de euros. “Temos o menor cost-to-income de todos os bancos que já apresentaram resultados”, referiu Paulo Macedo.

A reversão de imparidades deu um forte impulso ao resultado final, com a rubrica de provisões e imparidades a dar um contributo de 764 milhões de euros em relação a 2023. A administradora financeira, Paula Geada, explicou aos jornalistas que a Caixa se precaveu em 2023 para uma situação económica mais adversa em 2024 do que aquela que veio realmente a verificar-se.

Crédito e depósitos aumentam

Tanto os recursos de clientes como o crédito às famílias e empresas cresceram. Os depósitos cresceram mais de cinco mil milhões de euros para os 75,5 mil milhões, que dá ao banco a liderança do mercado com uma quota de 23,2% – que sobe para 31,6% no segmento dos particulares. Os recursos fora de balanço também aumentaram cerca de 680 milhões para 23,2 mil milhões.

No crédito, a carteira registou um aumento de 2,3 mil milhões de euros e ascendia a 47,6 mil milhões, com o banco público a reclamar a liderança com uma quota de 17,9%.O crédito para a compra de casa aumentou 3,9% para 25,5 mil milhões.

O banco terminou o ano com um rácio de capital de 20,5%, retendo cerca de 10 mil milhões de euros em capital. Paula Geada sublinhou que “a Caixa entrega dividendos ao acionista mas retém níveis de capitais que permitem ser o banco mais sólido do sistema”.

Novo plano e nova equipa para breve

Paulo Macedo revelou que o plano estratégico para 2025-2028 ainda está a ser elaborado, encontrando-se ainda numa fase de esboço inicial, embora o orçamento do banco para este ano já tenha beneficiado as discussões que o conselho de administração já teve sobre o tema.

“Espero ter alguma coisa para dizer no próximo trimestre”, referiu o gestor, adiantando ainda que o plano não deverá estar aprovado no decurso deste trimestre.

Relativamente à nova administração da Caixa, Paulo Macedo espera que os prazos para as autoridades de supervisão aprovarem os nomes “não saiam muito dos prazos habituais”. “Esperamos que sejam menos longos”, afirmou.

(Notícia atualizada às 18h50)

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