Pedro Nuno Santos acusa Montenegro de “pedido de demissão cobarde”
Líder do PS diz que o primeiro-ministro não teve coragem de assumir as consequências do caso da empresa familiar. "Não é bem uma moção de confiança, é um pedido de demissão cobarde".
Pedro Nuno Santos acusou Luís Montenegro de um “pedido de demissão cobarde” ao apresentar a moção de confiança ao Governo, sabendo de antemão que a maioria dos partidos ia chumbar a proposta. E o secretário-geral do PS não mostrou receio de avançar para eleições antecipadas apesar das sondagens desfavoráveis.
“O primeiro-ministro, quando apresenta uma moção de confiança, sabe qual vai ser o voto do PS e da maioria do parlamento. Mesmo assim decidiu levar. (…) Não é bem uma moção de confiança, é um pedido de demissão cobarde”, disse o líder socialista, esta segunda-feira, em entrevista à SIC.
“Disse sempre que chumbaríamos uma moção de confiança”, reiterou Pedro Nuno Santos. “Não podemos voltar atrás sob pena de juntarmo-nos a Luís Montenegro como políticos sem credibilidade”, atirou ainda.
Pedro Nuno Santos diz que o primeiro-ministro “não teve coragem de assumir as consequências do que aconteceu”, “pediu a demissão” e agora quer “transportar para a oposição aquilo que era a sua responsabilidade”. E lembrou uma frase de Francisco Sá Carneiro: “A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha”.
Sobre a comissão parlamentar de inquérito à Spinumviva, o secretário-geral do PS reiterou que a mantém. “O primeiro-ministro foi-se recusando sistematicamente a dar esclarecimentos cabais, claros e inequívocos“, lamentou. “As respostas escritas não são suficientes para esclarecer as suspeitas. A suspeita de que os serviços não foram prestados ou foram prestados por um preço muito superior, quer dizer que temos uma empresa que diz que prestou serviços que não prestou”, explicou.
Segundo Pedro Nuno Santos, a comissão parlamentar de inquérito iria permitir aos deputados ter acesso ao “mapa de horas, o trabalho que foi feito, as interações e provas de trabalho que justificam as avenças pagas”.
A menos de 24 horas para a votação da moção de confiança, o líder socialista disse não ter receio de avançar para eleições antecipadas, mesmo que as sondagens sejam desfavoráveis. “Não podem ser sondagens numa matéria que tem a ver com a ética, transparência e na confiança nas instituições que nos faça refugiar no cálculo e tática político”, defendeu.
“Uma coisa que vamos aprendendo sobre sondagens é que não nos devemos precipitar. Mas sei que Luís Montenegro está pior do que estava há um ano, a confiança quebrou-se em relação ao primeiro-ministro e isso é fatal. Quebrou-se por culpa própria”, referiu, atirando o ónus da responsabilidade da crise política para o primeiro-ministro. “Não foi o PS nem nenhum outro partido que iniciou esta crise política”.
(Notícia atualizada às 20h38)
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