Plano de despedimentos da Siemens sem “impacto relevante” em Portugal, adianta empresa
A multinacional alemã informou que vai avançar com um plano para reduzir a sua força de trabalho em seis mil pessoas em todo o mundo. Em Portugal, a empresa já contratou 80 nos últimos 5 meses.
O plano anunciado esta terça-feira pela Siemens para cortar 6.000 postos de trabalho a nível global não deverá ter um “impacto relevante” em Portugal, adiantou fonte oficial da Siemens Portugal ao ECO. Ao contrário dos anúncios de despedimentos lá fora, a multinacional alemã, que já emprega 4.170 pessoas no país, continua a reforçar as suas equipas em Portugal e contratou 80 pessoas nos últimos cinco meses.
“A Siemens AG anunciou hoje um plano para adaptar a organização à situação global do mercado. Não é esperado um impacto relevante na operação da Siemens Portugal“, disse fonte oficial da Siemens em Portugal, ao ECO.
A mesma fonte adiantou que “o Grupo Siemens em Portugal continua a reforçar as suas equipas na maior parte das áreas em que atua, tendo nos primeiros cinco meses do corrente ano comercial recrutado cerca de 80 colaboradores adicionais, contando já com mais de 4.170 trabalhadores diretos.”
A gigante tecnológica alemã tem vindo a reforçar a aposta em Portugal. No passado mês de novembro, numa altura em que já eram conhecidos os planos para dispensar milhares noutras geografias, a empresa confirmou ao ECO que a operação em Portugal “é, e sempre foi, sinónimo de criação de emprego”. No “ano fiscal de 2024, terminado a 30 de setembro, registou mais de quatro mil colaboradores, uma subida superior a 300 colaboradores no país”, adiantava fonte oficial da empresa, acrescentando que, no ano fiscal de 2025, previa “aumentar a equipa em Portugal em, pelo menos, cerca de 200 colaboradores”.
À semelhança do que tem acontecido com outras multinacionais alemãs, a Siemens tem sentido um travão nos negócios. Segundo adiantou o grupo em comunicado esta terça-feira, o corte de postos de trabalho é justificado pela necessidade de ajustamento da capacidade de produção do grupo à queda da procura. “A queda na procura, principalmente nos mercados chinês e alemão, associada a um aumento de pressão da concorrência, reduziu significativamente as encomendas e as receitas do setor da automatização industrial”, referiu o grupo.
A área de negócio de soluções de transporte de mercadorias poderá também ser afetada neste processo de redução de postos de trabalho. A redução do número de trabalhadores na Alemanha deverá ser feita com recurso a saídas voluntárias e não a despedimentos.
Portugal tem escapado aos despedimentos de grandes multinacionais alemãs com atividade no país. Já antes da Siemens, empresas como a Bosch, Continental e a Volkswagen – que escolheu recentemente Portugal para produzir o seu novo modelo elétrico – anunciaram planos para despedir no estrangeiro, mas as unidades nacionais escaparam a estes cortes.
(Notícia atualizada)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Plano de despedimentos da Siemens sem “impacto relevante” em Portugal, adianta empresa
{{ noCommentsLabel }}