Confiança dos consumidores em mínimos de 12 meses
Indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, diminuiu nos últimos três meses, interrompendo a subida observado desde setembro, com a confiança a diminuir em todos os setores.
O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em março para o valor mais baixo dos últimos 12 meses, sobretudo penalizado pelas perspetivas económicas, tendo o indicador de clima económico também recuado, pelo terceiro mês consecutivo, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A deterioração da confiança dos consumidores em março “resultou sobretudo do contributo negativo das perspetivas de evolução futura da situação económica do país, e em menor grau, das expectativas de evolução da situação financeira do agregado familiar e de realização de compras importantes por parte das famílias”, revelam os “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores”.
O indicador tinha aumentado em janeiro e ligeiramente em fevereiro, mas com a descida de março atinge o valor mais baixo dos últimos 12 meses, revela o INE.
O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país desceu dez pontos, num momento em que o país caminha para as terceiras eleições legislativas em três anos. Relativamente à evolução futura da situação financeira do agregado familiar a descida foi de 3,5 pontos e por isso caem também as expectativas de realizar compras importantes nos próximos 12 meses (-0,6).
Melhor só mesmo a avaliação da situação financeira do agregado familiar nos últimos 12 meses, que passou de -8,7 para -6,5 pontos, num possível reflexo das descidas de IRS com a consequente redução das taxas de retenção na fonte; o abrandamento da inflação e a taxa de desemprego em valores historicamente baixos.
Já o indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, diminuiu nos últimos três meses, interrompendo o movimento ascendente observado desde setembro, com a confiança a diminuir em todos os setores: construção e obras públicas, serviços e, ligeiramente, no comércio e na indústria transformadora.
“O indicador de confiança da construção e obras públicas diminuiu em março, interrompendo o movimento ascendente observado nos últimos cinco meses, refletindo em março, o contributo negativo das perspetivas de emprego”, detalha o INE. “Nos serviços, todas as componentes contribuíram negativamente para a evolução do indicador de confiança, opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, apreciações sobre a atividade da empresa e perspetivas relativas à evolução da procura”, acrescenta o instituto de estatística. Já no comércio, “a diminuição do indicador refletiu apenas o contributo negativo das perspetivas de atividade da empresa”.
Por sua vez, na indústria transformadora, as perspetivas de produção e as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram negativamente para a evolução do indicador de confiança que continua em terreno negativo, com um agravamento ligeiro (-0,1).
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