Viticultores pedem a Bruxelas “rapidez” na implementação” de medidas

  • Lusa
  • 28 Março 2025

Organizações agrícolas da União Europeia saudaram as medidas apresentadas por Bruxelas face ao excesso de produção de vinho, mas pedem rápida implementação.

As organizações agrícolas da União Europeia (UE) saudaram esta sexta-feira as medidas apresentadas por Bruxelas face ao excesso de produção de vinho e pediram a sua rápida implementação.

A Comissão Europeia quer que os Estados-membros decidam sobre as medidas para combater o excesso de produção de vinho, como em Portugal, e oferece flexibilidade na plantação, entre as medidas propostas esta sexta-feira para ajudar o setor.

A Copa-Cogeca, grupo de organizações e cooperativas agrícolas, defendeu que Bruxelas “cumpriu com a suas promessas” ao apresentar este pacote de medidas, que considerou ser “uma resposta oportuna” à crise estrutural do setor.

Esta organização destacou, sobretudo, os programas de arranque de vinhas e o prolongamento do prazo de validade das autorizações de replantação, mas lamentou que Bruxelas não tenha avançado como uma maior flexibilidade na utilização dos fundos setoriais”.

Para a Copa-Cogeca, “sem um quadro de financeiro adequado, que permita uma utilização flexível dos recursos do setor, o impacto destas medidas será limitado”.

O Comité Europeu das Empresas Vitivinícolas (CEEV) disse, por sua vez, que este é um primeiro conjunto de ferramentas úteis, “desde que se evite uma tempestade comercial entre a UE e os Estados Unidos”.

Citado em comunicado, o secretário-geral do CEEV, Ignacio Sánchez Recarte, mostrou-se disponível para trabalhar com Bruxelas para aperfeiçoar este pacote de medidas e pediu a sua “adoção célere”.

Sánchez Recarte insistiu que o encerramento do mercado dos EUA aos vinhos europeus é já uma realidade, tendo em conta que os importadores interromperam os envios face à ameaça de tarifas impostas por Donald Trump.

“Isto está a custar às empresas vinícolas da UE 100 milhões de euros por semana. É necessária uma solução urgente. O vinho não deve ficar refém de disputas comerciais”, apontou.

Entre as propostas avançadas esta sexta-feira, a Comissão quer que os Estados-membros tenham poderes para tomar medidas, como o arranque (remoção de vinhas indesejadas ou em excesso) e a colheita em verde (remoção de uvas não maduras antes da vindima), para evitar excedentes de produção, ajudar a estabilizar o mercado e proteger os produtores de pressões financeiras.

Por outro lado, Bruxelas propõe a flexibilidade de plantação, especialmente no que respeita ao regime de autorizações de replantação, sendo necessária a aprovação dos colegisladores – Conselho da UE e Parlamento Europeu – antes de entrar em vigor.

No que respeita à procura de novos mercados, a duração das campanhas promocionais financiadas pela UE para consolidação do mercado em países terceiros será alargada de três para cinco anos, a fim de assegurar uma melhor promoção dos vinhos europeus.

O setor do vinho irá ainda receber um maior apoio no âmbito das alterações climáticas, podendo os 27 aumentar a assistência financeira máxima da UE até 80% dos custos de investimento elegíveis para investimentos destinados à atenuação das alterações climáticas e à adaptação às mesmas.

 

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