Livre alerta para necessidade de eventual orçamento retificativo
Rui Tavares acusou ainda o primeiro-ministro de "propaganda", por anunciar "um pacote de medidas de 10 mil milhões de euros em que na verdade não há dinheiro novo”.
O Livre criticou esta quinta-feira as medidas anunciadas pelo Governo para responder às tarifas aduaneiras impostas pelos EUA, acusando o primeiro-ministro de fazer propaganda e alertando para a eventual necessidade de um Orçamento retificativo.
“Luís Montenegro tem muito jeito para a propaganda e foi isso que foi esta declaração após o Conselho de Ministros, porque anuncia um pacote de medidas de 10 mil milhões de euros em que na verdade não há dinheiro novo”, criticou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa.
Na opinião do Livre, um primeiro-ministro que “levasse a sério o seu cargo e que não utilizasse os Conselhos de Ministros para operações de propaganda”, estaria neste momento a dizer ao país que uma das primeiras tarefas, possivelmente, do próximo parlamento será a “negociação de um orçamento retificativo, precisamente no período em que acabam estes 90 dias de suspensão temporária das tarifas de Donald Trump”.
O partido manifestou-se disponível para um “debate nacional” sobre este tema, e salientou que o país pode vir estar “em face de uma recessão equivalente” à da pandemia covid-19. Rui Tavares defendeu que este eventual orçamento retificativo pode vir a ser necessário para introduzir mecanismos como um lay-off para empresas que face às taxas aduaneiras se vejam obrigados a despedir funcionários.
“Se conseguem documentar que é por causa dessa guerra tarifária que estão a correr o risco de ter de despedir trabalhadores e se apresentarem um plano alternativo para as suas exportações, pois bem, o Estado deve apoiar essas empresas para que os trabalhadores não sejam despedidos, para que não se perca aquela capacidade e aquela qualificação de gente”, acrescentou.
O líder do Livre criticou o Governo por defender que a prioridade deve ser a negociação com os Estados Unidos da América, contrapondo que o objetivo da União Europeia deveria ser a “resiliência e a autonomia estratégica da economia europeia”.
Rui Tavares disse que tanto o primeiro-ministro como o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, “não conseguiram” escolher entre Trump e Kamala Harris ou entre Trump e Hillary Clinton em recentes eleições norte-americanas e que o Livre avisou que um segundo mandato de Trump “ia ser uma presidência muito mais imprevisível, muito mais autoritária e muito mais inimiga da Europa”.
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