Primeiro-ministro nega acusações e diz-se vítima de desinformação

Luís Montenegro rejeita acusações de ocultação de conta bancárias e donativos ao PSD por parte da maior cliente da Spinumviva, ao mesmo tempo que reforça o compromisso com a ética e a transparência.

Este sábado, à entrada da Feira do Folar de Valpaços, Luís Montenegro queixou-se de estar a ser alvo de uma “campanha de desinformação e manipulação de notícias” por parte de dois órgãos de comunicação social.

As declarações surgem na sequência de notícias publicadas pelo Expresso e pelo Correio da Manhã, que colocam em causa a transparência do líder do Governo em temas relacionados com contas bancárias não declaradas e donativos ao PSD provenientes do maior cliente da sua empresa familiar.

Segundo o Correio da Manhã, o Ministério Público está a investigar a não declaração de várias contas bancárias por parte de Luís Montenegro. O primeiro-ministro já terá respondido às autoridades, em abril, confirmando a existência dessas contas, mas garantiu que os valores nelas depositados são inferiores ao limite legal para obrigatoriedade de declaração.

Sobre esta matéria, Montenegro afirmou que não há qualquer irregularidade nas suas declarações de rendimentos. “É falso [que terei escondido contas bancárias]. Ao longo dos últimos 25 anos que tenho [colocado] nas minhas declarações junto do Tribunal Constitucional tenho feito menção das minhas contas bancarias”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas.

Luís Montenegro confirmou que foi alvo de pedidos de esclarecimentos por parte do Ministério Público sobre a eventual utilização de três contas para a compra de um imóvel — que o primeiro-ministro refere não ser verdade, tendo apenas recorrido a uma conta para comprar o imóvel –, e que após ter feito esses esclarecimentos “o caso ficou encerrado”.

O primeiro-ministro garantiu que continuará a cumprir as suas funções sem deixar que estas situações desviem o foco do trabalho governativo. “Podem confiar no primeiro-ministro. Podem confiar no PSD e na AD”.

“Dizer-se a quem presta esclarecimentos escondeu contas bancárias — estamos a falar de três contas bancarias à ordem da minha vida: uma com 37 anos, outra com 26 anos e outra com 16 anos — é simplesmente adulterar o teor daquilo que foi a prestação de esclarecimentos banal”, referiu Luís Montenegro, sublinhando que “a ética tem de valer para todos. A ética tem de ser um juízo que importa que todos cumpramos a nossa responsabilidade.”

Outra polémica que mereceu comentários do primeiro-ministro este sábado em Valpaços refere-se ao suposto envolvimento do maior cliente da sua empresa familiar — a Spinumviva –, na atribuição de donativos ao PSD. Segundo o Expresso, membros da família Barros Rodrigues, proprietária da gasolineira em Braga que contratou a Spinumviva, realizaram donativos significativos ao PSD desde 2021.

Questionado sobre uma possível ligação entre os donativos e a liderança do partido, Montenegro rejeitou qualquer irregularidade. “É falso. É simplesmente falso. Não há nenhuma empresa que financie o PSD. É proibido por lei às empresas financiarem partidos políticos. E o PSD cumpre a lei”.

No entanto, refere também que “há cidadãos que, individualmente, fazem donativos aos partidos políticos, que no caso do PSD são sempre registados, feitos de forma transparente, de forma legal”, adiantando que em função disto fazer qualquer relação com o presidente do partido ou com o PSD “é simplesmente manipulação.”

O primeiro-ministro esclarece ainda que a situação em questão refere-se a “um financiamento que, ainda por cima, é para uma concelhia do partido”, notando também que tem sido confrontado com “notícias que eu considero desinformação e manipulação de factos perfeitamente normais e banais.”

Embora Luís Montenegro tenha reafirmado a sua tranquilidade face às investigações, as acusações levantadas pelos dois jornais têm gerado controvérsia no panorama político nacional, particularmente no período de pré-campanha eleitoral para as próximas eleições legislativas.

O primeiro-ministro garantiu que continuará a cumprir as suas funções sem deixar que estas situações desviem o foco do trabalho governativo. “Podem confiar no primeiro-ministro. Podem confiar no PSD e na AD, e podem ter a certeza que nós daremos às portuguesas e aos portugueses os elementos que são importantes para que eles possam aferir as condições para os líderes, equipas e programas poderem desenvolverem o seu trabalho a bem da vida de cada um e de cada uma”.

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