Portugal paga menos de 2% para se financiar a curto prazo

República obteve um financiamento de 1,25 mil milhões de euros em títulos de dívida a 11 meses e pelos quais pagou uma taxa inferior a 2%, a mais baixa em três anos.

Portugal obteve esta quarta-feira um financiamento de 1,25 mil milhões de euros através de um leilão de Bilhetes do Tesouro a 11 meses e pelos quais pagou uma taxa de juro inferior a 2%.

Os investidores exigiram uma taxa média de 1,974%, a mais baixa dos últimos três anos, período marcado pelo surto inflacionista e pelo aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

No anterior leilão comparável, realizado em fevereiro, o IGCP emitiu títulos num montante de mil milhões de euros, tendo a taxa de juro média sido fixada nos 2,266%. É preciso recuar a abril de 2022 (-0,314%) para observarmos uma taxa inferior à do leilão desta quarta-feira, mas nessa altura Portugal ainda beneficiava de juros negativos nas operações de financiamento de curto prazo.

Taxa a 11 meses cai para mínimos de 3 anos

Fonte: IGCP

Os dados do IGCP mostram que a procura neste leilão praticamente duplicou o montante de dívida que o IGCP colocou efetivamente no mercado, o que ajudou a baixar a taxa de juro da operação.

Mas a descida do custo de financiamento traduz essencialmente o ambiente de maior alívio das políticas do banco central que desde o verão passado tem vindo a baixar as suas taxas diretoras em face da menor pressão inflacionista e dos receios de travagem da economia. Atualmente a taxa de depósito do BCE está nos 2,5%, abaixo dos 4% em maio do ano passado.

“A curva das taxas de juro mantém-se invertida nas maturidades de curto prazo, o que significa que, a partir de um ano, os prazos mais longos continuam a apresentar taxas mais elevadas. Apesar disso, as taxas de curto prazo têm vindo a descer, e essa tendência deverá continuar”, refere Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

O conselho de governadores inicia esta quarta-feira a reunião de dois dias para decidir o rumo das taxas oficiais. O mercado espera um novo corte de 25 pontos para os 2,25% — a decisão será anunciada esta quinta — tendo em conta os riscos para a economia em resultado da incerteza causada pela guerra comercial.

(Notícia atualizada às 11h59 com comentário de Filipe Silva)

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