Receitas da Meo sobem para 697 milhões, mas lucro operacional cai 5,6%
Segmento de consumo alavancou as receitas totais. O investimento trimestral da operadora de telecomunicações, liderada por Ana Figueiredo, voltou a atingir os 100 milhões de euros.
A Altice Portugal teve receitas de 697 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma subida de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. A dona da Meo viu as receitas aumentarem devido ao segmento de consumo, que cresceu 8,4% para 374 milhões de euros.
Excluindo o negócio da Altice Labs, relacionado com inovação e desenvolvimento de produtos e serviços, as receitas teriam subido 7% comparativamente a igual trimestre do ano anterior. Ademais, o relatório e contas trimestral divulgado esta terça-feira, à semelhança dos anteriores, exclui o impacto da venda da Geodesia.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operadora de telecomunicações encolheu 5,6% nos primeiros três meses do ano, para 244 milhões de euros, penalizado também pela performance da antiga PT Inovação. Sem esse efeito da unidade de Aveiro, o lucro operacional da Meo teria caído apenas 1,4%.
Destaque para o facto de o investimento ter voltado a aumentar e ultrapassado os 100 milhões de euros. O capex, que na fase de desenvolvimento da rede móvel de quinta geral (5G) foi mais avultado, cresceu 1,3% num ano.
“A Meo encerra o primeiro trimestre de 2025 com um sinal claro: estamos preparados para liderar a próxima fase da transformação tecnológica do setor. Investimos 100 milhões de euros num único trimestre – um investimento que não é apenas expressivo, é estruturante e necessário para o país. Porque não basta acompanhar o setor: é preciso moldá-lo”, comentou a CEO, na mensagem que acompanha as contas trimestrais.
Ana Figueiredo afirma que “vivemos um tempo em que a tecnologia se impõe como eixo central da competitividade” em que “a inteligência artificial, a automatização, a convergência entre energia e comunicações e a crescente exigência de conectividade permanente colocam novos desafios à nossa atuação”. Portanto, a empresa mantém o plano estratégico e o processo de transição “de um operador tradicional de telecomunicações para um player tecnologicamente integrado”.
O total de serviços fixos da Meo estabilizou (+0,8%) em relação a janeiro, fevereiro e março de 2024 nos seis milhões de euros. Nos primeiros três meses deste ano, a base de clientes do serviço de televisão por subscrição e conectividade da empresa cresceu, respetivamente, 1,8% e 2,2% (continuando ambos nos 1,9 milhões), enquanto a base de clientes móveis pós-pago fixou-se nos 5,3 milhões após um crescimento em cadeia de 0,4% (ou 22 mil clientes).
“A base total de RGUs [número de serviços], de serviços fixos e móveis, ascende a cerca de 14 milhões e o total de clientes únicos do segmento consumo totaliza 1,7 milhões”, lê-se ainda no documento.
Apesar de o crescimento nas receitas do segmento de consumo ter sido mais expressiva, as receitas da categoria de serviços empresariais também aumentaram (5,3% sem Altice Labs) para 323 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025.
“Adicionalmente, a performance positiva do negócio Wholesale [comércio a grosso] que cresceu, impulsionado pelo maior volume de tráfego nacional, associado a concursos televisivos, e por via do aluguer de infraestruturas, nomeadamente condutas, postes e espaços técnicos, bem como pelo aluguer de capacidade internacional a outros operadores”, salienta a Altice Portugal.
A Meo tem uma quota de mercado de 41,8% nos serviços móveis, de 41,9% na televisão por subscrição e de 36,9% nos fixos, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), referentes ao quarto trimestre de 2024.
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