BCE volta a cortar taxas de juro em 25 pontos base. Facilidade de depósito desce para 2%
Sétimo corte seguido no custo do euro pode ser o último antes de o banco central fazer uma pausa em julho. BCE vê agora meta de 2% para inflação a ser atingida já este ano.
O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) voltou esta quinta-feira a cortar as taxas de referência em 25 pontos base, numa decisão que era esperada pelos investidores e analistas. É a sétima vez consecutiva (e a oitava num ciclo que começou há um ano) que a autoridade da política monetária liderada por Christine Lagarde corta o custo do euro.
A decisão, anunciada pelo Conselho do BCE em Frankfurt, na Alemanha, reduz a taxa de juro da facilidade permanente de depósito para 2%, o nível mais baixo desde dezembro de 2022. Este é o meio do intervalo 1,75%-2,25% que o banco central definiu como “neutro”, não impulsionando nem restringindo a atividade económica.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez fixam-se em 2,15% e 2,40%, respetivamente.
Meta da inflação atingida este ano
Em comunicado, o BCE explicou que “a decisão de reduzir a taxa de facilidade de depósito — a taxa através da qual o Conselho do BCE guia a orientação da política monetária — baseia-se na sua avaliação atualizada das perspetivas de inflação, na dinâmica da inflação subjacente e na força da transmissão da política monetária”.
A inflação situa-se atualmente em torno da meta de médio prazo de 2% do Conselho do BCE, recordou.
O staff do banco central atualizou as projeções macroeconómicas face às que tinha divulgado em março, ou seja, ainda antes do anúncio das tarifas do Dia da Libertação de Trump. O BCE projeta agora inflação de 2% para este ano face à projeção anterior de 2,3%. Para 2026 e 2027 projeta aumentos de preços em termos homólogos de 1,6% e 2% respetivamente (quando em março previa 1,9% e 2%).
“As revisões em baixa em relação às projeções de março, de 0,3 pontos percentuais tanto para 2025 como para 2026, refletem principalmente pressupostos mais baixos para os preços da energia e um euro mais forte“, sublinhou o BCE. O banco central prevê que a inflação excluindo energia e alimentos atinja uma média de 2,4% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027, praticamente inalterada desde março.
Em relação ao crescimento económico na Zona Euro, o banco central manteve a projeção para este ano de 0,9%, mas cortou para 1,1% em 2026 (de 1,2%) e manteve os 2% em 2027.
“A projeção de crescimento não revista para 2025 reflete um primeiro trimestre mais forte do que o esperado, combinado com perspetivas mais fracas para o resto do ano“, vincou. “Embora se espere que a incerteza em torno das políticas comerciais pese sobre o investimento empresarial e as exportações, especialmente a curto prazo, o aumento do investimento público na defesa e nas infraestruturas irá apoiar cada vez mais o crescimento a médio prazo”.
De acordo com a análise de cenários do BCE, uma nova escalada das tensões comerciais nos próximos meses resultaria num crescimento e numa inflação abaixo das projeções de base. Mas, “em contrapartida, se as tensões comerciais fossem resolvidas com um resultado benigno, o crescimento e, em menor grau, a inflação seriam superiores às projeções de base”.
O Conselho do BCE reafirmou que está determinado a garantir que a inflação se estabilize de forma sustentável no seu objetivo de médio prazo de 2%.
“Especialmente nas atuais condições de incerteza excecional, seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para determinar a orientação adequada da política monetária”, salientou.
(Notícia atualizada com mais informação às 13h33)
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