Multilem expande presença internacional com aposta na China e prepara nova marca em Portugal
Empresa de Azambuja especializada na criação da experiências de marca, que fatura 65 milhões de euros, está presente em vários mercados com a exportação a representar 80% do negócio.
A empresa portuguesa especializada na criação de experiências de marca Multilem, que no ano passado faturou mais de 65 milhões de euros, continua a reforçar a sua presença global e a apostar na diversificação de áreas de negócio para continuar a crescer. A dar “os primeiros passos no mercado chinês”, a companhia já faz 80% dos seus negócios lá fora e está a preparar o lançamento de uma nova marca em Portugal.
Com sede na Azambuja, a Multilem mais do que triplicou o volume de negócios nos últimos anos. “O volume de vendas consolidado era de 17 milhões de euros em 2019, cresceu para 47 milhões em 2022 e situou-se acima dos 65 milhões de euros em 2024”, adiantou ao ECO Luís Matos Chaves, diretor-geral da Multilem Portugal.
De acordo com o mesmo responsável, a empresa, que é responsável pela construção dos stands para feiras e outros eventos para empresas, tendo como clientes o Turismo de Portugal, ou a TAP, continua a apostar na “abertura de novos países/segmentos/áreas de negócio, que possam complementar o portfolio existente do Grupo”. “Estamos a dar os primeiros passos no mercado chinês, através de uma nova parceria que estamos a desenvolver para reforçar a presença da marca Multilem neste país”, adiantou o diretor-geral da Multilem.
Em 2024 abrimos escritórios no Reino Unido e EUA, com dois business plans distintos, ajustados à estratégia de cada mercado. Ambos vão exigir investimento estrutural nos próximos 3 a 5 anos
Além desta nova expansão, a companhia continua a desenvolver novos investimentos nos mercados onde já está presente. “Em 2024 abrimos escritórios no Reino Unido e EUA, com dois business plans distintos, ajustados à estratégia de cada mercado. Ambos vão exigir investimento estrutural nos próximos 3 a 5 anos“, realça Luís Matos Chaves.
Por outro lado, a estratégia passa pelo “reforço dos escritórios centrais de maior dimensão, atualmente Portugal e Middle East, que operam como hubs regionais e assumem um papel chave no desenvolvimento dos mercados nas respetivas regiões”. “Paralelamente, estamos a desenvolver um projeto para lançar em Portugal uma nova marca, focada no design e fit out de espaços, como lojas, escritórios, espaços comerciais, etc”, refere o mesmo responsável.
A empresa, que emprega atualmente 109 pessoas em Portugal — 200 a nível global — , tem na exportação a sua principal fonte de receitas. “Cerca de 80% da nossa atividade é desenvolvida com clientes internacionais, o que faz da Multilem uma empresa que contribui de forma positiva para a geração de valor ao nível das exportações”, refere o diretor-geral da Multilem.
Novo recorde em 2024
Corridos já vários meses em 2025, Luís Matos Chaves mostra-se otimista para o ano. “Estamos a viver um primeiro semestre de 2025 bastante dinâmico, com um pipeline que já nos garante o breakeven anual em todas as geografias, o que, numa atividade de serviços, é bastante positivo nesta altura do ano”, explica. “Na Multilem Portugal vamos provavelmente ter um primeiro semestre acima de 2024, que já foi um ano recorde”, antecipa.
Na Multilem Portugal vamos provavelmente ter um primeiro semestre acima de 2024, que já foi um ano recorde.
“Este ano temos tido projetos de grande dimensão e relevância“, aponta. E deixa alguns exemplos: “Desde o Kickoff comercial do Novo Banco em Alcobaça, passando por presenças marcantes como a da Embratur na T&AS em Los Angeles – distinguida com o prémio Best in Show – ou a presença da TAP na BTL 2025, com a celebração dos seus 80 anos”.
O responsável destaca ainda o projeto SOS OCEAN em Paris, para a Fundação Oceano Azul, “um evento único, que cruzou sustentabilidade, cultura e responsabilidade”. “A presença do Brasil na Milan Design Week, onde trabalhámos com a Apex Brasil e a Abimóvel em dois espaços que deram a conhecer o melhor do design e identidade brasileiros. Em paralelo, estamos presentes em feiras como a Coverings, nos EUA, com a Centro Rochas, e a Galeria Brasil, um projeto sensorial no coração de Paris que celebra o património do Brasil de forma inovadora”, acrescentou.
Com a empresa a trabalhar em vários projetos, Luís Matos Chaves nota que “o mercado está a evoluir de forma muito rápida, com clientes cada vez mais exigentes e atentos ao retorno dos investimentos que fazem. Não basta criar algo bonito, é preciso que a experiência seja relevante, impactante e que gere resultados”. “A personalização tornou-se essencial e a tecnologia é hoje uma aliada indispensável, tanto na criação de experiências memoráveis como na medição do seu impacto”, adianta.
“Trabalhar em diferentes geografias exige também uma enorme capacidade de planeamento e adaptação. Desde a sede na Azambuja, conseguimos montar projetos em qualquer parte do mundo, com um nível de controlo e eficiência que só é possível com uma operação bem integrada. O mercado não para e nós também não”, conclui.
É inegável que a atual política comercial dos EUA está a gerar alguma incerteza económica, e pode também dificultar o acesso de certos clientes ao mercado americano (…) Ainda assim, essa conjuntura não altera a nossa aposta: os EUA continuam a ser um mercado estratégico para o Grupo Multilem e mantemos o nosso compromisso de investir de forma sustentada nesta geografia.
Quanto aos EUA, o responsável adianta que a empresa “a Multilem tem vindo a desenvolver projetos nos EUA há vários anos, sobretudo para clientes dos diferentes escritórios internacionais do Grupo”. “Em 2024, demos um passo estratégico importante ao abrir formalmente uma empresa local, com capacidade de implementação própria“, uma decisão que se revelou certeira na conjuntura atual. Isto porque, “sem essa autonomia, o contexto atual poderia de facto comprometer a nossa capacidade de resposta junto dos clientes internacionais que operam neste mercado”, sublinha.
Mesmo assim, Luís Matos Chaves assume que “é inegável que a atual política comercial dos EUA está a gerar alguma incerteza económica, e pode também dificultar o acesso de certos clientes ao mercado americano”. “Por isso, estamos atentos e preparados para avaliar os impactos que possam surgir a médio prazo. Ainda assim, essa conjuntura não altera a nossa aposta: os EUA continuam a ser um mercado estratégico para o Grupo Multilem e mantemos o nosso compromisso de investir de forma sustentada nesta geografia“, argumenta.
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