Fed vai manter juros congelados até (pelo menos) setembro
Analistas e investidores são unânimes: a Fed vai manter as taxas de juro inalteradas esta quarta-feira. A grande dúvida é sobre até quando o banco central vai prolongar a pausa.
O Verão está prestes a chegar, com as temperaturas já elevadas por guerras no Médio Oriente e no comércio global, mas a Reserva Federal dos Estados Unidos vai por optar por manter o refrescante gelato — na forma de um corte no custo do dólar — no congelador até setembro, senão mesmo até dezembro.
Os analistas e investidores dão como certo que as Federal Funds Rates vão permanecer no intervalo 4,25-4,50% no final da reunião de dois dias do FOMC (Federal Open Market Commission, comité de política monetária) esta quarta-feira.
“Acreditamos que é quase certo que o Fed manterá as taxas inalteradas na quarta-feira, com os mercados atribuindo praticamente nenhuma chance de um corte”, referiu Matthew Ryan, head of market strategy na Ebury, uma plataforma de sistemas de pagamento e gestão de risco cambial.
Segundo o site CME FedWatch Tool, que monitoriza a negociação dos futuros das taxas de juro, esta terça-feira a probabilidade de a Fed manter as Federal Funds Rates no intervalo atual de 4,25-4,50% era de 99,9%.
Matthew Ryan sublinhou que os membros do FOMC “vão acolher favoravelmente o resultado abaixo do esperado do relatório da inflação dos EUA de maio, mas também estarão cientes de que as tarifas representam pressões ascendentes sobre a inflação e o desemprego, e provavelmente voltarão a afirmar que os riscos para ambos são ascendentes”.
Adiantou ainda que como as últimas previsões da Reserva Federal foram divulgadas antes do chamado Dia da Libertação “é razoável presumir que poderemos assistir a revisões em alta das projeções para a inflação e o desemprego em 2025 esta semana”.
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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.
Pausa até setembro ou dezembro?
Com a manutenção das taxas de juro dada como certa esta quarta-feira a atenção vai estar centrada no sinais que a Fed poderá dar através do dotplot — gráfico que representa as avaliações dos membros do comité sobre o rumo das federal funds rates — e da conferência de imprensa de Jerome Powell, o presidente do banco central.
“O ponto-chave a ser observado será a atualização das previsões do Fed e se elas continuarão a apontar para cortes de 50 pontos base nas taxas tanto neste ano quanto no próximo“, afirmaram os analistas do banco de investimento neerlandês ING. “Como isso continua em linha com os preços de mercado, acreditamos que eles optarão por mantê-las, mas o risco é que haja uma mudança para 25 pontos base neste ano e 75 pontos base no próximo, dada a incerteza sobre a rapidez com que a inflação desacelerará após a aplicação das tarifas”.
Recordaram que, no Livro Bege, a Fed comentou que houve relatos generalizados de contactos que esperavam que os custos e os preços subissem a um ritmo mais rápido no futuro. Alguns distritos descreveram esses aumentos de custos esperados como fortes, significativos ou substanciais.
“Portanto, embora os recentes índices de inflação benignos sejam bem-vindos, acreditamos que os investidores devem estar preparados para que as taxas de inflação mensais subam para 0,4% ou até 0,5% a partir de julho“, explicaram os analistas do ING.
“Por isso, pensamos que setembro é demasiado cedo para o Fed se sentir confortável em reduzir as taxas de juro“, sublinharam. “Nessa altura, só teremos dados relativos a julho e agosto e não pensamos que haverá provas suficientes de tensão no mercado de trabalho para compensar os receios de que os valores elevados da inflação a curto prazo possam persistir”, apontando para dezembro como a data mais provável para a Fed recomeçar a cortar as taxas de juro.
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