Os novos desafios no agribusiness
O setor do agribusiness passou a ser um ponto de atração. Segundo o The World Economic Forum, mais de 50% do PIB mundial está associado à natureza ou aos serviços da natureza.
Com mercados como o de M&A, financeiro e até de fundos cada vez mais associados ao agribusiness, este setor passou a ser um ponto de atração. Segundo o The World Economic Forum, mais de 50% do PIB mundial está associado à natureza ou aos serviços da natureza.
Na 8.ª edição da Advocatus Summit o sócio da PLMJ, Tomás Almeida Ribeiro, revelou que o setor tem sofrido transformações enormes e acredita que daqui a 10 anos também estará diferente. Entre essas transformações, o advogado apontou a estrutura fundiária que se tem alterado “profundamente”.
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“Quem hoje detém a terra não são os mesmos atores de quem detinha a terra há 15 ou 20 anos atrás. O tipo de técnicas e a forma como são desenvolvidos os projetos agrícolas também é hoje substancialmente diferente, muito mais inovadoras, com capital muito mais intensivo, com outro tipo de planos de negócios muito mais agressivos em termos de rentabilidade”, assume.
Em termos legislativos, Catarina Pinto Correia, sócia da Vieira de Almeida, considera que temos um quadro “bastante exigente” e que a legislação de ESG é ainda “mais exigente”: “a legislação de reporte, conhecida CSRD, e a legislação de diligência de vida, a taxonomia, que nos obriga a uma série de requisitos de reporte, de alinhamento com os objetivos climáticos e com os objetivos de proteção da biodiversidade, e de diligência de vida, relativamente aos impactos que temos na natureza e a nível dos direitos humanos, muito importante”, refere.

Segundo a advogada, isto é importante para as pequenas e médias empresas deste setor uma vez que impacta toda a cadeia de valor. “As obrigações de reporte são obrigações que impactam na cadeia de valor, as obrigações de diligência de vida, dos impactos no clima e nos direitos humanos, também na diretiva que temos atualmente, impacta toda a cadeia de valor”, explica.
Ainda assim, assume que as empresas do setor têm conseguido adaptar-se à regulamentação, apesar da exigência. “É evidente que isto cria algumas assimetrias, porque as grandes empresas adaptam-se com mais facilidade, têm mais recursos, as pequenas empresas adaptam-se com menos facilidade”, refere.

No que concerne aos investidores, Tomás Almeida Ribeiro divide-os em dois grupos: os investidores institucionais, que são atraídos pela combinação entre retorno e volatilidade relativamente baixa, e os fundos de investimento. “Os fundos de investimento estão agressivamente a investir e a procurar duas coisas: Portugal continua a ter, relativamente à Espanha, terra mais barata e com disponibilidades de água mais interessantes e, portanto, acho que os investidores internacionais aperceberam-se disso e, nos seus planos de negócio, concentraram-se, evidentemente, na criação de produções, explorações agrícolas vencedoras, mas também não descontaram este efeito de, à falta de uma expressão, especulação imobiliária que necessariamente ocorreu”, assume.
Já em termos de prioridades para impulsionar o setor, Catarina Pinto Correia aponta as políticas públicas, uma vez que têm que se focar na competitividade nacional, europeia e na competitividade dos vários setores, e outra das prioridades são os acordos e parcerias público-privadas.
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