Juventude de Braga junta-se à indústria para transformar lençóis e toalhas em novas peças de roupa

Coleção que transforma têxteis em fim de vida surge da parceria entre o Centro de Juventude de Braga, a re.store e a Escola Profissional do Minho.

As toalhas e os lençóis em fim de vida do Centro de Juventude de Braga (CJB) deram origem a uma coleção de moda sustentável com cerca de 35 peças, que foi apresentada esta quarta-feira no auditório do CJB.

“No ano passado percebemos que tínhamos lençóis e toalhas danificados, que estavam inclusive guardados, mas não queríamos que fossem parar ao lixo e sempre tentamos perceber de que forma podíamos dar-lhe uma segunda vida”, explica ao ECO a diretora no Centro de Juventude de Braga, Ana Rita Ribeiro.

Com esta ideia em mente, Ana Rita Ribeiro reuniu-se com a fundadora da re.store, Sílvia Correia, e decidiram juntar outro parceiro, a Escola Profissional do Minho (EsproMinho). Os alunos do curso de design de moda foram desafiados a criar um projeto com o intuito de dar uma segunda vida aos lençóis e às toalhas.

Durante seis meses foi feita a estruturação do projeto em conjunto com os parceiros. Os alunos receberam formação de empresas externas nas áreas de marketing, comercial, logística, compras, design de produto, recursos humanos, no sentido de lançar as bases para um projeto.

“A ideia sempre foi transformar peças que possam vir a ser vendidas e usadas, e não só um processo criativo”, refere a diretora no Centro de Juventude de Braga, destacando ainda os planos para criar uma loja online para vender estes produtos e continuar o processo. “Isto é, no fundo, um pontapé de saída”, diz Ana Rita Ribeiro.

“Todos este processo é feito pelos alunos, apesar de a re.store estar envolvida e coordenar”, destaca a diretora do centro, realçando que a loja online e o modelo de negócios ficarão a cargo destes jovens. “O objetivo é estimular o empreendedorismo e capacitar os jovens“, resume a diretora do Centro de Juventude de Braga.

“Estamos muito orgulhosos do empenho e da maturidade demonstrada pelos nossos alunos. Este é o tipo de aprendizagem transformadora que queremos continuar a promover”, diz António Teixeira, diretor pedagógico da Esprominho, citado em comunicado.

A gestora revela que, para futuro, o desafio passa por dar oportunidade aos alunos de criar produtos a partir da reciclagem dos tecidos do Centro de Juventude de Braga para serem usados pelos hóspedes, como por exemplo chinelos e toucas.

Além do desfile e de uma breve contextualização sobre o processo criativo, o evento contou também com a iniciativa Swappers, uma troca de roupa e de livros aberta à comunidade.

Desde que foi criada há cinco anos, a empresa bracarense, que só utiliza desperdícios da indústria têxtil, já reutilizou 9,1 toneladas de materiais têxteis e acessórios e remunerou os parceiros sociais em mais de 67 mil euros.

Em 2023, a fundadora da re.store, que conta com mais de duas décadas de experiência no cluster, explicou ao ECO que de “pegam no lixo do têxtil e transformam em produtos funcionais“. “Para além de reduzir a pegada ecológica da têxtil, aliamos a questão social — todos os nossos produtos sem exceção são confecionados por IPSS, associações que ajudam a integrar refugiados, entre muito outros”, disse Sílvia Correia.

Localizado no centro de Braga, o Centro de Juventude é uma unidade de negócio criada no seio da InvestBraga e conta com 26 quartos.

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