Diretor do Banco de Portugal assinou um contrato já depois de ser arguido
Um diretor do Banco de Portugal suspeito de estar envolvido num esquema de viciação ainda assinou um contrato público já depois de buscas em que foi visado e de ter sido constituído arguido.
A 3 de abril, o Banco de Portugal foi alvo de buscas por suspeitas de irregularidades na contratação pública. A Operação Pactum investiga como um “conjunto de indivíduos” terá viciado dezenas de procedimentos num valor global de pelo menos 17 milhões de euros. Um dos visados foi Carlos Moura, diretor de informático do banco central, que, mesmo depois de ter sido constituído arguido, ainda assinou um contrato público em nome da instituição.
Segundo o Público, que avançou a notícia, o nome de Carlos Moura, como diretor do departamento de sistemas e tecnologias de informação do Banco de Portugal, surge a assinar, em conjunto com a diretora adjunta do departamento de serviços de apoio, a contratação da Warpom Services para manutenção e suporte técnico a equipamentos. O estatuto de arguido é aplicado quando as autoridades consideram haver indícios fundados de que os factos investigados são fortes o suficiente para que venham a servir de base a uma acusação, lembra o mesmo jornal.
Importa recordar também que o Banco de Portugal voltou a ser alvo de buscas este mês, no âmbito de outra investigação, conhecida por Operação Nexus, e que investiga um alegado esquema criminoso para obtenção de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada. Na altura, as buscas, realizadas por todo o país, conduziram à detenção de seis pessoas.
Este sábado, a PJ fez uma nova detenção no âmbito deste processo, segundo a RTP. Trata-se, precisamente, de um alto quadro do Banco de Portugal que receberia contrapartidas financeiras de outras empresas, como dinheiro, viagens, computadores ou tablets. A detenção ocorreu no aeroporto de Lisboa, à chegada do suspeito a Portugal.
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