PSD dizer que “não é não” se mantém “dá vontade de rir a todos os portugueses”, diz Rui Tavares

  • Lusa
  • 19:34

"O PSD não só está a falhar como está a promover a tomada do nosso ambiente político por aquilo que é a atitude do Chega", diz o porta-voz do Livre, lembrando o "habituem-se" dito por Hugo Soares.

O porta-voz do Livre disse esta segunda-feira que ouvir o líder parlamentar do PSD afirmar que o “não é não” ao Chega se mantém dá “vontade de rir a todos os portugueses”, frisando que essa era uma “promessa moral”.

“O PSD está, neste momento, enfeudado à lógica e às estratégias do Chega. Eu ainda hoje ouvi Hugo Soares dizer que o ‘não é não’ não acabou, que é algo que dá vontade de rir a todos os portugueses que estão a ver o que se está a passar”, afirmou Rui Tavares. O co-porta-voz do Livre falava à agência Lusa antes de uma reunião aberta com cidadãos para abordar o estado da nação, na sede do Livre, em Lisboa.

O líder do Livre frisou que o “não é não” era uma “promessa de caráter moral” que tinha como objetivo “não deixar infetar a política em Portugal pelo tipo de política de baixo nível que o Chega trazia para Portugal”, explicando que os sociais-democratas tinha como função “fazer de dique” às políticas do partido de André Ventura.

Nisso o PSD não só está a falhar como está a promover a tomada do nosso ambiente político por aquilo que é a atitude do Chega. Desse ponto de vista, como é evidente, na prática existe uma coligação pós-eleitoral assumidíssima, com um sonoro ‘habituem-se’ por parte de [Hugo] Soares no parlamento, entre Chega e PSD”, acrescentou o porta-voz do Livre.

Para Rui Tavares, o Chega e o PSD mantêm uma relação em que são os sociais-democratas são o “parceiro júnior”, uma vez que “quem marca a agenda é André Ventura” e não o primeiro-ministro Luís Montenegro. O líder parlamentar do PSD recusou hoje que tenha caído nas últimas semanas o compromisso do partido de dizer “não é não” ao Chega, defendendo que tal só se aplicava a coligações pré-eleitorais ou acordos formais após as eleições.

Na intervenção de abertura nas jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, em Évora, Hugo Soares lamentou ter ouvido, nos últimos dias, alguns comentadores acusá-lo de ser “o coveiro do não é não”, após negociações parlamentares com o Chega, sobretudo nas leis da imigração.

Em relação ao pedido feito pelo Livre à comissão parlamentar de Transparência e Estatuto dos Deputados que se pronuncie acerca das declarações de deputados do Chega sobre crianças imigrantes, Rui Tavares disse esperar que estes deputados “sejam chamados à responsabilidade” e que o objetivo da queixa é deixar documentado que “nem todos os partidos” acharam normal esse tipo de intervenções.

Sobre se espera um maior debate sobre novas punições para as intervenções parlamentares, o líder do Livre disse achar essa discussão “normalíssima”, lembrando as normas, por exemplo, do Parlamento Europeu, mas considerou que a atual configuração da Assembleia da República não permite essas mudanças.

Rui Tavares voltou a criticar Hugo Soares, alegando que o social-democrata “truncou um vídeo” para “dar a impressão” de que o líder do Livre apoia os ocupas de casas, num momento em que referia que o “direito de propriedade estava na Convenção Europeia dos Direitos Humanos”.

Em relação ao diálogo entre PS e Governo em matéria de defesa, Rui Tavares disse que o executivo fala com os socialistas “por descargo de consciência e cumprimento de calendário”, acrescentando que o partido tem “muito orgulho de não ser convidado para essas conversas” por não serem feitas de “boa fé”.

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