Brisa em negociações exclusivas para comprar francesa Axxès
O grupo liderado por António Pires de Lima pretende adquirir a totalidade do capital da empresa que funciona como uma ‘Via Verde’ para camiões e autocarros.
A Brisa está em negociações exclusivas para comprar a totalidade do capital da francesa Axxès, especializada em portagens eletrónicas para veículos pesados. O grupo liderado por António Pires de Lima pretende ficar com 100% da empresa com sede em Lyon, que está presente em Portugal através do seu sistema de “Via Verde” para camiões, autocarros e veículos comerciais.
A transação, cujo valor em cima da mesa não foi revelado, ainda requer a consulta aos órgãos representativos dos trabalhadores da Axxès, bem como o cumprimento das condições de fecho e a obtenção das autorizações regulatórias necessárias. Quando – e se – for concluída, a Axxès continuará a operar sob a sua marca, gestão e enquadramento regulatório, garante a Brisa.
O plano é que a multinacional gaulesa reforce a carteira internacional da concessionária portuguesa, que tem duas empresas nos Países Baixos, bem como o portefólio de serviços para o segmento dos veículos pesados de mercadorias.
“Com a concretização desta aquisição, alcançaremos um marco muito importante na execução do plano estratégico do grupo Brisa e consolidaremos a Via Verde como um dos líderes europeus em mobilidade. Será um passo importante na estratégia de crescimento e desenvolvimento da Via Verde, trazendo uma empresa com uma forte presença europeia e um portfólio de serviços que irão complementar a oferta existente da Via Verde”, afirma o CEO da Brisa, António Pires de Lima, em declarações divulgadas esta quinta-feira em comunicado de imprensa.
A tecnologia da Axxès permite que camiões, autocarros e carrinhas de mercadorias viajem entre França, Portugal, Suíça, Liechtenstein, Alemanha, Bélgica, Itália, República Checa, Áustria, Polónia, Hungria, Espanha e nas pontes e túneis que ligam a Dinamarca à Suécia sem terem de fazer cobrança manual de portagens nas autoestradas.
Fundada em 2005, a Axxès opera nestes 14 países europeus quer diretamente quer através de acordos de interoperabilidade. A empresa que está no radar da Brisa processa transações acima de mil milhões de euros anuais, emprega 125 trabalhadores e, além do sistema digital de portagens, conta com uma plataforma digital de gestão de frotas e outras soluções de gestão da mobilidade, nomeadamente uma aplicação que permite aos motoristas reservarem lugar de estacionamento em espaços vigiados.
Entre os seus acionistas estão a Vinci Autoroutes (juntamente com as suas subsidiárias ASF e Escota, também conhecida como Autoroutes Esterel-Côte d’Azur), o grupo Eiffage, através das suas subsidiárias APRR e AREA, a Société Française du Tunnel Routier du Fréjus e a Société Concessionaire Française pour la Construction et l’Exploitation du Tunnel Routier sous le Mont Blanc.
A BCR – Brisa Concessão Rodoviária, principal concessão da Brisa, fechou o ano passado com lucros de 325,9 milhões de euros, o que representa uma subida de 17,8% face a 2023, de acordo com a informação comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Os resultados beneficiaram do “crescimento do PIB português [que] continuou a impactar positivamente o tráfego” rodoviário.
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