Inflação na Zona Euro sobe para 2% em junho. É a primeira vez que os preços aceleram desde janeiro

A inflação na Zona Euro subiu para 2% em junho, regressando ao objetivo do BCE, com os serviços a registarem a principal contribuição para a subida da generalidade dos preços na área do euro.

A inflação anual na Zona Euro aumentou para 2% em junho, confirmando as previsões dos analistas e marcando o regresso à meta oficial do Banco Central Europeu (BCE), após ter ficado ligeiramente abaixo deste patamar no mês de maio.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat mostram que a taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHCP), aumentou 0,1 pontos percentuais face aos 1,9% registados em maio, ficando em linha com a estimativa rápida publicada no início do mês. Esta subida representa a primeira aceleração da inflação desde janeiro deste ano e coloca a Zona Euro exatamente no objetivo de médio prazo estabelecido pelo BCE.

Os dados do Eurostat revelam um quadro heterogéneo de pressões sobre os preços no mês de junho, com os serviços a registarem a maior contribuição para a inflação, apresentando uma taxa anual de 3,3%, acima dos 3,2% do mês anterior. Esta aceleração é particularmente relevante para o BCE, uma vez que a inflação dos serviços tem sido uma das principais preocupações da autoridade monetária, refletindo pressões de procura e custos salariais persistentes.

A inflação subjacente, que exclui os componentes mais voláteis como energia e alimentos não transformados, manteve-se estável nos 2,3% em junho, ficando ligeiramente acima da meta do BCE.

Os produtos alimentares, álcool e tabaco apresentaram uma ligeira desaceleração, passando de 3,2% em maio para 3,1% em junho, enquanto os bens industriais não energéticos registaram uma taxa de inflação de 0,5%, uma descida face aos 0,6% do mês anterior. O comportamento dos preços da energia continuou a ser deflacionário, com uma taxa de -2,6% em junho, embora menos negativa que os -3,6% registados em maio. Esta moderação na deflação energética contribuiu para a subida global da inflação na Zona Euro.

A inflação subjacente, que exclui os componentes mais voláteis como energia e alimentos não transformados, manteve-se estável nos 2,3% em junho, ficando ligeiramente acima da meta do BCE e evidenciando a persistência de pressões inflacionistas estruturais.

O Eurostat revela também que a inflação apresentou variações significativas entre os Estados-membros da área do euro, com a Estónia a registar a taxa mais elevada (5,2%), seguida da Eslováquia (4,6%) e da Croácia (4,4%). No extremo oposto, Chipre (0,5%), França (0,8%) e Irlanda (1,6%) apresentaram as taxas mais baixas.

Portugal registou uma taxa de inflação anual de 2,1% medida pelo IHCP em junho, acima da média da Zona Euro e representando um aumento face aos 1,7% do mês anterior. Esta subida foi impulsionada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos não transformados, que aceleraram de 4,0% para 4,7%.

Para o conjunto da União Europeia (incluindo os 27 Estados-membros), a inflação anual foi de 2,3% em junho, representando uma ligeira aceleração face aos 2,2% de maio. Esta taxa está acima da verificada na Zona Euro, refletindo pressões inflacionistas mais elevadas em alguns países fora da moeda única. Entre os países da União Europeia não pertencentes à Zona Euro, a Roménia registou a taxa mais elevada (5,8%), seguida da Estónia (5,2%) e da Hungria (4,6%).

Os dados referentes à taxa de inflação de julho serão divulgadas a 1 de agosto, numa estimativa rápida do Eurostat.

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