Exportações portuguesas caem 1,3% no segundo trimestre. Compras ao exterior voltam a acelerar
Dados do INE mostram que as exportações de bens recuaram pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2024, enquanto a importações aumentaram pelo quinto trimestre consecutivo.
As exportações portuguesas de bens diminuíram 1,3%, enquanto as importações aumentaram 6,4% durante o segundo trimestre do ano, de acordo com a estimativa rápida publicada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Quando excluídas as transações TTE, ou seja, as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), o decréscimo das exportações acentuou-se ligeiramente, -1,7%, e o acréscimo nas importações foi menos expressivo, +1,9%.

“Esta estimativa aponta para que as exportações de bens tenham recuado pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2024, tendo a variação do 1º trimestre de 2025 atingido +7,7% (+0,9% sem TTE)”, explica o INE.
Por outro lado, os dados do gabinete de estatística mostram que as importações de bens aumentaram pelo quinto trimestre consecutivo, “embora em ligeiro abrandamento face ao trimestre anterior, em que a variação homóloga foi de +7,0% (+5,8% quando excluídas as TTE)”.
O trimestre em análise ficou marcado pela discussão em torno das tarifas. Depois de vários meses de negociações, os EUA e a União Europeia chegaram a um acordo comercial no domingo que prevê a imposição de tarifas aduaneiras de 15% sobre os produtos europeus.
As associações portuguesas que representam os setores mais expostos aos EUA consideram que acordo comercial fechado entre a União Europeia e a administração Trump é o acordo “possível” — longe de ser o desejável — e traz um alívio relativo após meses de incerteza e resulta num desfecho “gerível”.
A Comissão Europeia defendeu na segunda-feira que o acordo comercial é “melhor” do que uma guerra comercial, permitindo salvar postos de trabalho e empresas.
Os analistas do Goldman Sachs reviram em alta as projeções para a economia da área do euro, refletindo o acordo alcançado entre a administração Trump e a União Europeia. O banco norte-americano prevê agora que o PIB da Zona Euro avance 1,1% este ano e 1,2% em 2026, melhorando uma décima face às estimativas anteriores.
A equipa de economistas sublinha que o impacto das tarifas norte-americanas deverá impactar em 0,4 pontos percentuais o crescimento até ao final do próximo ano, menos do que os 0,6 pontos percentuais calculados inicialmente — graças a uma economia europeia “mais resistente do que o antecipado” ao braço-de-ferro comercial, destacam os analistas numa nota enviada esta terça-feira aos seus cliente
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