“Habituemo-nos a cumprir prazos e orçamentos”, avisa ministro ao assinar contrato de concessão do TGV
Ministro das Infraestruturas reconheceu o esforço das empresas portuguesas que venceram o 1.º troço da Alta Velocidade, lamentando a "atitude miserabilista perante o talento nacional".

O ministro das Infraestruturas e Habitação destacou esta terça-feira o “momento histórico para o futuro de Portugal”, com a assinatura do contrato de concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã, entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e o consórcio LusoLav, liderado pela Mota-Engil.
Durante o evento, realizado em Almada, Miguel Pinto Luz destacou a importância deste projeto para tornar Portugal um país “infraestruturado”, capaz de atrair investimento e criar riqueza. Mas deixou um recado: “Agora vamos lá não falhar os prazos”.
O governante começou por agradecer “a confiança que os portugueses depositaram no anterior Governo e que depositam agora neste”, que diz ser “absolutamente essencial para a persecução destes grandes projetos”. Num discurso em que reiterou por diversas vezes a necessidade de ter um “país infraestruturado”, deixou outro aviso: “Habituemo-nos a cumprir prazos, a cumprir orçamentos, a cumprir Portugal e as promessas que fazemos aos portugueses”.
Dirigindo-se às empresas portuguesas que venceram o consórcio, Miguel Pinto Luz reconheceu que “agregaram valor, talento e conhecimento”. “Mas não foi um caminho fácil – e eu sou testemunha disso”, completou. “Podia ser [um caminho] mais fácil. Se o país estivesse mais bem preparado nas suas diferentes dimensões, o vosso caminho poderia ser mais fácil”, atirou.
“Acredito que a partir de agora possamos criar esta fileira e deixarmos de ter quase uma atitude miserabilista perante o nosso talento nacional“, destacou o governante, referindo que o Governo liderado por Luís Montenegro está disponível para trabalhar com as empresas portuguesas neste propósito.
Sobre o projeto de Alta Velocidade, o ministro realçou que este é um investimento consensual entre a população, mas salientou que esse consenso tem de ser regado. “Por isso, esse consenso tem de permanecer por gerações para concretizarmos este sonho de termos um país mais próximo, coeso, capaz de implementar o crescimento económico essencial para a persecução do tal Estado Social que garanta a todos igualdade de oportunidades e mobilidade social”.
“Para alimentarmos o tal Estado Social, precisamos de ter um país infraestruturado”, notou ainda, listando uma série de outros investimentos além da ferrovia e que incluem também os portos, a habitação ou a energia.
Sobre a estratégia para os portos, que será apresentada na quarta-feira, Pinto Luz falou numa “aposta esquecida” num “país à beira-mar plantado e em que ninguém fala de portos”, salvaguardando que Portugal quer competir com os maiores portos espanhóis.
“Mas não podemos competir com os maiores portos espanhóis se não tivermos a ferrovia que está a ser desenhada pela IP a alimentá-los”, acrescentou. A isto juntam-se os investimentos aeroportuários, onde se inclui o novo aeroporto de Lisboa. “Não podemos ter um país competitivo do ponto de vista da atração de investimentos, se não tivermos todas essas infraestruturas a funcionarem em uníssono, qual orquestra sinfónica”, defende o ministro.
Em jeito de conclusão, o ministro das Infraestruturas fez uma convocatória à IP para concluir o projeto de Évora-Caia até ao final do ano. Sobre a linha da Beira Alta, que, diz, cumpriu com o prazo da conclusão das obras, estará a operar no final setembro.
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