Tarifa de 15% aplicada às exportações europeias para os EUA é abrangente
Taxa aduaneira acordada com EUA será aplicada aos vários produtos, à exceção do alumínio e do aço. O setor automóvel, que paga atualmente 27,5%, será incluído na taxa de 15%.
A tarifa de 15% acordada entre Washington e Bruxelas é abrangente, incluindo todas as exportações que tenham como destino os EUA, à exceção do alumínio e do aço, confirmou uma autoridade europeia, esta terça-feira. Apesar de ainda não serem conhecidos os detalhes finais do acordo, a Europa continua a defender que o acordo fechado pela União Europeia é melhor que o concluído com outras regiões, uma vez que inclui todos os bens.
“O que obtivemos no nosso acordo é o melhor tratamento disponível”, adiantou uma fonte do Executivo comunitário aos jornalistas, citada pela Reuters, acrescentando que o bloco de 27 países considera a taxa de 15% um acordo muito bom em comparação com outros já conhecidos.
Setores como o automóvel, que estava a pagar uma taxa de 27,5%, serão abrangidos pelos 15%. Já o alumínio e o aço ficam de fora deste limite. Em relação a produtos que até agora têm conseguido evitar o pagamento de tarifas, como o setor farmacêutico e dos semicondutores, caso estes produtos venham a ser incluídos na lista de bens a pagar tarifa, esta ficará também limitada ao teto de 15%.
O texto com os detalhes finais do acordo ainda está a ser finalizado e será posteriormente apresentado. Segundo adiantou a mesma fonte, as negociações sobre o aço estão a revelar-se mais longas mais devido à necessidade de abordar questões relacionadas ao volume.

Em simultâneo, Bruxelas está a finalizar uma lista de produtos essenciais que serão isentos de tarifas americanas, um processo que, segundo a autoridade, levará algum tempo. A UE está tentando incluir o maior número possível de produtos na lista de isenção de tarifas, com uma quota de 0%.
O vinho — Portugal exporta mais de 100 milhões para os EUA — é um dos setores que ainda tem a expectativa de ser incluído nesta lista de exceções. Caso isso não aconteça, Portugal arrisca perder 20% do mercado norte-americano.
Os empresários portugueses receberam a notícia do acordo com alívio, uma vez que colocou fim ao período de incerteza que marcava os negócios e que já estava a pressionar as vendas para os EUA. Apesar de considerarem que o acordo é o “possível” — longe de ser o desejável — , os empresários aplaudiram este “cessar-fogo económico”, que traz visibilidade e previsibilidade às relações económicas entre as duas economias. Ainda assim, admitem que passar de uma taxa de 10% para 15% tem um impacto muito negativo.
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