Trabalhadores da Menzies iniciam nova greve na sexta-feira

  • Lusa
  • 7 Agosto 2025

A nova "greve é o resultado direto da intransigência da administração da Menzies", indica o sindicato, que acusa a administração de ter escolhido o "confronto em vez do diálogo".

Os trabalhadores da Menzies iniciam na sexta-feira a segunda greve de quatro dias, de um total de cinco paralisações marcadas para o verão, época alta do turismo, com empresa e sindicato a trocar acusações de indisponibilidade para o diálogo.

“Esta greve é o resultado direto da intransigência da administração da Menzies, representada pelo seu vice-presidente Rui Gomes, que optou pelo confronto em vez do diálogo, recusando soluções que respeitassem os direitos dos trabalhadores e os interesses do país”, acusou o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), em comunicado divulgado hoje.

Para o sindicato, “em plena época alta do turismo, a Menzies e a TAP optaram por virar costas aos seus profissionais, aos clientes e a todos os que visitam Portugal, com uma postura arrogante, irresponsável e calculada”.

“Perante os problemas laborais persistentes e justas reivindicações dos trabalhadores, a resposta da Menzies e da TAP foi clara, não negociar”, vincou. Já um porta-voz da Menzies lamentou, em declarações enviadas à comunicação social, “que os sindicatos insistam em promover uma narrativa distorcida, baseada em alegações infundadas e demonstrem falta de disponibilidade para um diálogo justo e honesto”.

“Lamentamos ainda que tenha sido convocada uma greve com base em argumentos deturpados e infundados, e apelamos a um diálogo construtivo, com vista a evitar perturbações desnecessárias para os passageiros numa altura de grande atividade no setor da aviação”, salientou ainda a britânica Menzies Aviation, que detém 50,1% da antiga Groundforce (os restantes 49,9% mantiveram-se na TAP).

As paralisações foram convocadas pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (ST), pelo fim de vencimentos base abaixo do mínimo nacional, melhores salários, cumprimento do pagamento das horas noturnas, entre outras reivindicações, com o próximo período a ter início às 00:00 de sexta-feira e a terminar às 24:00 de segunda-feira.

Na nota divulgada hoje, o SIMA adiantou que o Ministério das Infraestruturas solicitou ao sindicato uma proposta para que pudesse considerar a desconvocação da greve, numa reunião que decorreu na passada sexta-feira. “O SIMA, como solicitado, enviou a sua proposta ao Ministério. Até ao momento, não houve qualquer tipo de resposta”, referiu o sindicato.

A primeira greve de trabalhadores de assistência em escala, entre 25 e 28 de julho, levou ao cancelamento de várias dezenas de voos no aeroporto de Lisboa, atrasos e casos em que os aviões partiram apenas com passageiros, sem bagagem nem carga, segundo o sindicato.

Para a próxima greve, André Silva, porta-voz do SIMA, disse à Lusa esperar um impacto semelhante, embora só nos próprios dias se consiga perceber a dimensão da adesão de trabalhadores e das perturbações na operação. A Menzies considerou que os serviços mínimos definidos pelo Conselho Económico e Social são insuficientes e reiterou que foram implementados planos de contingência “robustos”, alinhados com aqueles serviços mínimos “e com total respeito pelos direitos dos trabalhadores”.

O SIMA informou na semana passada que apresentou duas queixas-crime no Ministério Público, contra as administrações da SPdH/Menzies e da TAP, uma delas por violação da Constituição da República e da Lei da Greve, “com base na substituição direta de trabalhadores grevistas, alterações unilaterais de horários, suspensão de pausas durante períodos de calor extremo, e diversas formas de repressão e pressão ilegítima sobre os trabalhadores”, e outra “por pagamento de salários base abaixo do Salário Mínimo Nacional (SMN), uma infração grave e inaceitável à legislação laboral portuguesa”.

Em declarações enviadas naquela altura, a Menzies disse não prestar comentários sobre matérias de foro legal, garantindo que atua “de forma rigorosa, em conformidade com a lei” e com as obrigações contratuais assumidas, “mantendo um firme compromisso com práticas laborais justas e com um diálogo aberto e construtivo com todas as partes interessadas”.

Estão marcadas greves até ao último fim de semana de agosto, na totalidade dos dias entre 15 e 18 de agosto, 22 e 25 de agosto e 29 de agosto e 01 de setembro.

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