Produção mundial de calçado sobe 6,9% em 2024, com 9 em 10 pares feitos na Ásia
China mantém-se como o maior produtor mundial de calçado, com 13.000 milhões de pares fabricados em 2024 e uma quota de mercado global ligeiramente acima dos 54%.
A produção mundial de calçado aumentou 6,9% em 2024, totalizando 23.900 milhões de pares, segundo o World Footwear Yearbook, continuando cerca de nove em cada dez pares, representando 88% da produção mundial, a ter origem na Ásia.
De acordo com a publicação estatística da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), a China mantém-se como o maior produtor mundial de calçado, com 13.000 milhões de pares fabricados em 2024 e uma quota de mercado global ligeiramente acima dos 54%.
Já a Índia aumentou a sua quota para 12,5% da produção mundial, ocupando o segundo lugar, e o Vietname surge no terceiro lugar, com uma quota de 6,5%.
Para o presidente da APICCAPS, estes “são números que devem ser avaliados com cautela”: “Não é razoável que praticamente 90% da produção mundial seja assegurada por produtores asiáticos, quando deveríamos defender práticas de comércio livre, justo e equilibrado”, sustenta Luís Onofre.
Não é razoável que praticamente 90% da produção mundial seja assegurada por produtores asiáticos, quando deveríamos defender práticas de comércio livre, justo e equilibrado.
Por outro lado, o dirigente associativo destaca que a edição de 2025 do World Footwear Yearbook “confirma Portugal como um dos grandes players do setor, em especial no segmento de calçado de couro”.
“Estamos a fazer o nosso caminho”, enfatiza.
No que se refere às exportações mundiais de calçado, também aumentaram em 2024, 4,6% em volume face ao ano anterior, “sinalizando uma recuperação gradual do comércio internacional”.
A Ásia manteve-se como o principal exportador, representando 85,1% do total das exportações, ligeiramente acima dos 84,5% registados há uma década.
Entre 2015 e 2024, as exportações globais de calçado cresceram “modestamente” em volume (+1,2%), mas aumentaram 31,4% em valor, passando de 129.200 milhões para quase 170.000 milhões de dólares.
“Os países asiáticos reforçaram a sua posição dominante no comércio global de calçado, com a quota conjunta a subir de 84,6% em 2023 para 85,1% em 2024. Em contrapartida, a quota da Europa caiu ligeiramente para 12,6%”, detalha a APICCAPS.

A China continuou a ser o principal exportador, com 62,2% das exportações mundiais, embora com uma quota em queda (63,8% em 2023). O Vietname ocupou o segundo lugar, com 10,7%, seguido da Indonésia com 4,1%. Estes três países, juntos, representaram mais de três quartos das exportações mundiais de calçado.
A análise dos dados do World Footwear Yearbook evidencia que, na última década, o preço médio de exportação do calçado “aumentou significativamente” — de 8,83 dólares por par em 2015 até um pico de 11,98 dólares em 2023 —, o que representa um aumento de 36%.
Segundo a APICCAPS, esta tendência “refletiu o aumento dos custos de produção, uma maior aposta em produtos de maior valor acrescentado e pressões inflacionistas nas cadeias de abastecimento globais”.
No entanto, em 2024 “essa tendência registou a primeira quebra significativa”, com o preço médio a cair para 11,47 dólares por par.
Uma descida que, refere, “poderá indicar uma mudança no mix de produtos ou na estratégia de preços, após dois anos de forte crescimento em valor”.
Ao nível do consumo, em 2024 a Ásia foi responsável por mais de metade do consumo mundial de calçado (55,5%), refletindo um aumento em relação ao ano anterior. A América do Norte e a Europa surgem a seguir, com quotas de 13,6% e 13,5%, respetivamente.
No ano passado, o consumo per capita de calçado variou bastante entre regiões, desde apenas 1,4 pares por pessoa em África até 4,8 pares por pessoa na América do Norte.
A China continuou a ser o maior consumidor mundial de calçado, reforçando, até, a sua quota para 18,6% do total global. Seguiu-se a Índia, com 13,3%, e os Estados Unidos, que mantiveram o terceiro lugar com uma quota estável de 9,8%.
Já a União Europeia ocupou o quarto lugar, com 2.069 milhões de pares consumidos em 2024.
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