INE confirma taxa de inflação de 2,8% em agosto
O índice de preços no consumidor registou uma subida de 0,2 pontos percentuais em agosto face ao mês anterior, e a taxa de inflação subjacente (sem alimentação e energia) também aumentou para 2,4%.
A evolução dos preços voltou a acelerar em Portugal durante o mês de agosto. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,8% em agosto”, ficando 0,2 pontos percentuais acima da taxa observada no mês anterior.
Os dados revelados esta quarta-feira são uma confirmação da informação do INE, publicada no final de agosto, numa estimativa preliminar.
Segundo o comunicado INE, também a inflação subjacente (sem contabilizar os preços dos alimentos e da energia) não sofreu qualquer alteração face à estimativa preliminar, fixando-se nos 2,4%, um aumento de 0,1 pontos percentuais acima da taxa verificada em julho.
O relatório do INE revela que os produtos alimentares não transformados voltaram a acelerar “pelo sétimo mês consecutivo, para 7%” em agosto, comparando com os 6,1% registados em julho. Esta categoria tem sido um dos principais motores da inflação nos últimos meses. Por outro lado, os produtos energéticos registaram uma variação homóloga de -0,2%, uma subida face aos -1,1% observados no mês precedente. Esta evolução menos negativa contribuiu também para a subida da inflação geral.
Em termos mensais, o IPC apresentou uma variação de -0,2%, menos intensa que os -0,4% do mês anterior. O INE destaca que “a classe com maior contributo negativo para a taxa de variação mensal do índice total foi a do Vestuário e calçado, com uma variação de -6,5%”, explicada pelo “habitual período de descontos de fim de coleção”.

Rendas das casas mantêm pressão
No contexto europeu, Portugal mantém-se acima da média da área do euro. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor português “foi superior em 0,4 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro” em agosto. Esta diferença tinha-se fixado em 0,5 pontos percentuais no mês anterior.
Entre as classes que mais contribuíram positivamente para a inflação anual destacam-se os “produtos alimentares e bebidas não alcoólicas” e os “restaurantes e hotéis”. Em sentido contrário, o “vestuário e calçado” teve a contribuição negativa mais relevante.
A variação média dos últimos 12 meses fixou-se em 2,4%, acima dos 2,3% registados no mês anterior, confirmando a tendência de aceleração gradual dos preços na economia portuguesa.
O setor habitacional continua a exercer pressão inflacionista. As rendas de habitação por metro quadrado registaram uma “variação homóloga de 5,1% em agosto de 2025”, valor idêntico ao do mês anterior. A Madeira foi a região com o “aumento mais intenso (7%)”, segundo o INE.
De acordo com dados do INE, a variação média do IPC excluindo a habitação (que serve de referência para o cálculo da subida máxima das rendas no próximo ano) teve uma ligeira correção de 0,01 pontos percentuais face às estimativas preliminares, passando de 2,25% para 2,24%. Significa que os senhorios poderão aumentar as rendas dos seus inquilinos no próximo ano até um máximo de 2,24%.
Esta confirmação dos dados preliminares reforça as expectativas de que a inflação em Portugal se mantenha acima do objetivo do Banco Central Europeu de 2% nos próximos meses, pressionada especialmente pelos custos dos alimentos frescos e da habitação.
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