Tribunal de Contas quer “reforçar” número de auditorias e mais foco nas autarquias
Presidente do Tribunal de Contas reconhece necessidade de mais auditorias e aponta à seleção de um conjunto de autarquias com base em critérios de risco de deficiente gestão financeira.
A presidente do Tribunal de Contas (TdC) disse esta quarta-feira que a instituição está comprometida com o reforço das auditorias sobre várias áreas, nomeadamente sobre as autarquias. Numa audição parlamentar, Filipa Urbano Calvão adiantou que serão utilizados um conjunto de critérios de risco “isentos e objetivos” para determinar o universo escolhido.
“Estamos conscientes de que temos de reforçar o número de auditorias e procurar dar a máxima cobertura possível ao mundo autárquico“, disse a presidente do Tribunal de Contas, numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no Parlamento.
Estamos conscientes de que temos de reforçar o número de auditorias e procurar dar a máxima cobertura possível ao mundo autárquico.
Aos parlamentares, aos quais pediu contributos sobre o plano estratégico da instituição para o período entre 2026 2028, Filipa Urbano Calvão explicou que a entidade irá “selecionar um conjunto de autarquias com base em critérios de risco isentos e objetivos”, apontando para as quais existe “maior risco de deficiente gestão financeira“.
A responsável do Tribunal de Contas sinalizou ainda que uma das questões que mais preocupa o Tribunal é o “desperdício” financeiro, como na “área da saúde. “Quando há incerteza, é normal haver alguma taxa de desperdício, mas efetivamente é preciso garantir uma gestão mais cautelosa dos recursos. Vamos dar atenção a esse ponto“, disse.
Filipa Urbano de Sousa considerou ainda que “a contratação pública tem uma legislação pesada” e “nem todos os organismos públicos têm recursos suficientes para fazer aplicação cuidadosa dessa legislação”.
Também em nome do Tribunal de Contas, na mesma audição parlamentar, a juíza conselheira Ana Furtado sublinhou que a instituição “partilha a preocupação” de utilizar o “reporte da Conta Geral do Estado para escrutinar a boa execução dos dinheiros públicos”.
“O nosso papel tem sido evidenciar que o atual reporte não é suficiente para se tirar conclusões sobre a boa gestão do dinheiro público”, disse, defendendo que é necessário “um reporte que permita flexibilidade e completude” para avaliar dados como se o saldo orçamental de um determinado ano resulta da conjuntura ou de boa gestão.
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