Crise em França? “Não descarto ver investidores trocarem dívida francesa pela portuguesa”, admite líder do IGCP
Pedro Cabeços, que lidera a agência que gere a dívida pública desde o início do ano, considera que Portugal está hoje em condições para dar uma resposta sólida a uma eventual crise nos mercados.

A crise política em França está a pressionar os juros das obrigações um pouco por toda a Zona Euro. Mas o líder da agência que gere a dívida pública assegura que Portugal está hoje em “condições para dar uma resposta mais sólida” a uma eventual turbulência nos mercados. Pedro Cabeços admite mesmo o cenário em que os investidores possam preferir a dívida portuguesa à gaulesa.
“Não descarto ver investidores a vender dívida francesa e a comprar dívida portuguesa. Não acho descabido”, afirmou o presidente do IGCP em audição na Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).
Pedro Cabeços, que lidera a agência do crédito público desde o início do ano, considera que Portugal está hoje em “condições para dar uma resposta mais sólida”. E mesmo a nível europeu há programas do Banco Central Europeu (BCE) que podem ser acionados para fazer face a uma potencial desconfiança dos investidores.
“Estamos em muito melhores condições do que há alguns anos”, referiu o responsável aos deputados. Ainda assim, acrescentou Cabeços, “dizer que não íamos ser afetados, seria muito imprudente”.
França tem vivido semanas de instabilidade governativa nos últimos anos com a queda de vários governos, o último dos quais de François Bayrou, que não sobreviveu a uma moção de confiança no Parlamento, depois de ter apresentado medidas duras para travar o défice e a dívida pública. O Presidente francês já nomeou Sébastien Lecornu para liderar o novo executivo.
Em consequência da crise política, os juros franceses dispararam, com a yield a dez anos a superar os 3,4% – bem acima da taxa de 3,1% que os investidores estão a exigir para comprar dívida pública portuguesa.
(notícia atualizada às 17h49)
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