Assembleia-Geral da ONU aprova solução de dois Estados. É um “caminho irreversível para a paz”, diz Macron

  • Lusa e ECO
  • 12 Setembro 2025

A Declaração de Nova Iorque sobre a Implementação da Solução de Dois Estados – Palestina e Israel – foi aprovada por 142 dos 192 Estados-membros. Marcelo diz é prematura reconhecer a Palestina.

O Presidente de França considerou esta sexta-feira a aprovação, na ONU, da Declaração de Nova Iorque, destinada a impulsionar a solução de dois Estados para Israel e Palestina, um passo no “caminho irreversível para a paz”.

“Sob a liderança da França e da Arábia Saudita, 142 países aprovaram a Declaração de Nova Iorque sobre a Implementação da Solução de Dois Estados”, afirmou Emmanuel Macron.

O texto foi aprovado, pela Assembleia-geral, dez dias antes de uma reunião que Paris e Riade vão copresidir a 22 de setembro na ONU, onde Macron prometeu reconhecer o Estado Palestiniano.

A Declaração de Nova Iorque sobre a Implementação da Solução de Dois Estados – Palestina e Israel – foi aprovada por 142 dos 192 Estados-membros da Assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, com Portugal a votar a favor.

Além dos 142 votos a favor da declaração, 10 países votaram contra, 12 abstiveram-se e 28 estiveram ausentes da votação, de acordo com os resultados do escrutínio. A China e Rússia figuram entre os que votaram a favor, tal como o Egito e Qatar, dois dos membros da negociação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Entre os nove países de língua oficial portuguesa, Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste votaram a favor, enquanto Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe não exerceram o respetivo direito de voto.

Israel, Estados Unidos, Argentina, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné, Paraguai e Tonga votaram contra.

Em reação, nas redes social, o Governo israelita já “rejeitou veementemente” a decisão, um dia depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter afirmado que “não haverá um Estado palestiniano”. A diplomacia do país classificou a Assembleia-Geral como “um circo político alheio à realidade” e agradeceu a todos que “não apoiaram esta vergonhosa decisão”.

Já o vice-presidente da Autoridade Palestiniana saudou o “passo importante” rumo a uma solução de dois Estados. “Esta resolução expressa a vontade internacional em favor dos direitos do nosso povo e constitui um passo importante para o fim da ocupação e o estabelecimento do nosso Estado independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como a capital”, acrescentou Hussein al-Sheikh, referindo-se ao período anterior à expansão israelita na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Marcelo considera prematuro falar em reconhecimento da Palestina

O Presidente da República considerou esta sexta-feira prematuro pronunciar-se sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, uma vez que o Governo está a conduzir um processo com vários países para se chegar a uma “posição comum”.

Em declarações aos jornalistas em Berlim, onde se encontra para uma visita oficial, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado se considera que estão reunidas as condições para Portugal reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se realiza no final do mês em Nova Iorque.

Na resposta, o Presidente da República disse que estão neste momento a decorrer reuniões do Governo sobre essa matéria, num processo que tem sido conduzido pelo ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. “Mas é prematuro estar ainda a falar em concreto, precisamente porque, como sabem, é um processo que envolve muitos países, países que têm de procurar uma posição que seja comum, para haver uma posição comum”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que as “redações e as versões finais” que forem elaboradas nesse processo entre os diferentes países são “muito importantes, porque são países que vêm de percursos diferentes, com experiências e posições diferentes e que têm de ser aproximadas”.

Questionado, contudo, se o Governo português não deu já a entender que estava disponível para reconhecer o Estado da Palestina, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Isso é conhecido”.

“Agora, do que se trata é de saber exatamente o momento e exatamente a redação final da posição final que venha a ser adotada”, disse.

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