Marta Feio diz que pode ser mais-valia na ANAC apesar de inexperiência no setor

A vogal indigitada para a Autoridade Nacional para a Aviação Civil (ANAC), Marta Feio, considerou esta quarta-feira que, apesar da falta de experiência no setor, poderá ser uma mais-valia para o regulador e supervisor do setor.

“Em termos técnicos diria, além do acompanhamento, a capacidade de negociação, defesa do que são os interesses estratégicos do setor nacional num contexto europeu e internacional”, disse Marta Feio, em resposta aos deputados da Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, ao identificar algumas das suas competências.

Nesse sentido, remeteu para a sua experiência em Bruxelas ou na indústria cimenteira – foi secretária executiva da Associação Técnica da Indústria de Cimento – para o setor da sustentabilidade ambiental, em particular junto de combustíveis alternativos. Entre os principais desafios para o setor da aviação civil e para a ANAC, identificou a implementação do pacote Fit for 55 (para redução de emissões) ou “a necessidade de concretizar o roteiro nacional para a descarbonização da aviação e das atividades aeroportuárias”.

Além disso, destacou o trabalho para “a regulação do transporte aéreo não tripulado, o reforço da capacidade técnica e dos recursos humanos da própria ANAC, a afirmação da ANAC nos fóruns internacionais, seja ao nível da ICAO e europeus, ao nível da EASA e da Comissão Europeia”.

“Ainda que sendo múltiplos desafios, não podem ser vistos de forma desgarrada, tem que haver uma interligação entre todos, até porque lá está, em última análise, acabam por impactar negativamente o consumidor, os cidadãos, no seu geral”, registou.

Questionada sobre o que gostaria de fazer, Marta Feio apontou como desejo “conseguir que todas as entidades envolvidas, nomeadamente no que respeita às questões de regulação económica, conseguissem levar a cabo as suas conversações de forma mais equilibrada” para reduzir as taxas e o nível de litigância atualmente existente.

A indigitação de Marta Feio para vogal da ANAC surge depois de ter ocupado o mesmo cargo na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e ter sido coordenadora no Conselho Estratégico Nacional do PSD, no departamento de Diversidade, Inclusão e Igualdade de Género.