Madrid e País Basco lideram a percepção dos cidadãos sobre os melhores serviços de saúde pública em Espanha, de acordo com um estudo da Ipsos

Estes são os dados do estudo realizado pela Ipsos sobre a perceção da saúde pública em Espanha, realizado em julho e baseado em 6000 entrevistas, que aponta para uma perceção geral da saúde pública como moderadamente positiva, com uma nota média de 6,6 em 10.

A habitação é a principal preocupação na maioria das comunidades autónomas, com máximos nas Baleares (73%) e La Rioja (82%). Por sua vez, a preocupação com a saúde atinge níveis especialmente elevados em La Rioja (62%), Astúrias, Andaluzia (57%) e Castela e Leão (56%), enquanto o desemprego continua a ser uma prioridade na Extremadura (57%), Castela e Leão (46%) e Castela-La Mancha (45%).

Madrid, juntamente com o País Basco (27%) e a Catalunha (20%), lidera o ranking das comunidades mais bem avaliadas em matéria de saúde pelo conjunto dos espanhóis. No extremo oposto, Extremadura, Múrcia, Baleares e Canárias são apontadas por apenas 2% como as que têm melhor saúde.

O estudo mostra, além disso, que as Ilhas Baleares e Madrid são as comunidades autónomas com maior proporção de cidadãos que classificam o seu sistema de saúde como excelente (22% e 21%), muito acima da média nacional, que se situa em 16%. Seguem-se o País Basco, Castela e Leão e Extremadura (10%), enquanto os andaluzes e castelhanos-manchegos são os menos propensos a indicar excelência (13%).

O principal trunfo do sistema são os profissionais: o profissionalismo e a capacitação do pessoal médico e de enfermagem alcançam uma nota de 7,6, com 35% de classificações de excelente, percentagem que ultrapassa os 40% em Navarra, Madrid e País Basco.

Por outro lado, as listas de espera são o aspeto menos bem avaliado, com uma nota média de 4,7 e apenas 6% a considerá-las excelentes. Neste domínio, Madrid e Extremadura são as comunidades mais satisfeitas, enquanto Navarra, Comunidade Valenciana e Cantábria apresentam os níveis mais baixos.

Segundo Silvia Bravo, diretora de Investigação da Ipsos, «a perceção dos cidadãos mostra um sistema com grandes pontos fortes no capital humano da saúde, mas com um desafio persistente na gestão dos tempos de espera, que concentra o maior descontentamento».

LISTAS DE ESPERA

Os problemas de acesso centram-se em duas questões principais. Por um lado, 60% dos utilizadores dos serviços de saúde públicos apontam as listas de espera para intervenções, consultas ou exames como a maior dificuldade e, por outro lado, 53% denunciam problemas para conseguir consultas na atenção primária ou especializada. Outros obstáculos, de menor importância, são as dificuldades do sistema de marcação online (34%) ou as mudanças frequentes do pessoal designado (31%).

Nos últimos dois anos, a maioria dos espanhóis percebeu um agravamento nos tempos de espera, embora algumas comunidades se destaquem positivamente: Cantábria, Baleares, Madrid e Múrcia apresentam uma maior proporção de cidadãos que apontam melhorias. Mesmo assim, existe um ceticismo generalizado em relação às medidas para reduzir as listas de espera, já que a maioria considera que elas não geram resultados visíveis.

Para Silvia Bravo, “embora algumas regiões como Madrid, Baleares ou Múrcia mostrem avanços, o sentimento dominante na Espanha é que os tempos de espera pioraram, o que reforça a necessidade de medidas mais eficazes”.